Árbitro da final do Carioca diz que erro foi da equipe e pede profissionalização


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Não era ele que tinha que marcar o impedimento de Márcio Araújo, mas nem por isso o árbitro Marcelo de Lima Henrique deixa de dividir a culpa com o auxiliar Luiz Antônio Muniz de Oliveira, que validou o gol irregular do Flamengo na decisão do Carioca contra o Vasco.

– Quando ganha um, ganha todo mundo. Quando erra um, erra a equipe inteira. Eu sou o chefe da equipe. Queria eu poder ver todo o campo, mas o trabalho é setorizado. Foi uma partida muito difícil. Individualmente, fui bem. Mas o trabalho é em equipe. Agora temos que treinar para diminuir a chance de erro – disse Marcelo, em entrevista ao LANCE!Net.

Mesmo a duas temporada de deixar a arbitragem, porque completa 43 anos em agosto, Marcelo não esconde a frustração quando as coisas não vão bem.

– Não dá para brigar com a imagem. Teve erro. Fico triste, porque queríamos legitimar o resultado.

Na visão de Marcelo de Lima Henrique, a profissionalização da arbitragem seria eficaz na diminuição dos equívocos do apito.

- Acho que o profissionalismo vai diminuir a chance de erro. Apitei a final domingo e no dia seguinte, às 7h, fui para o quartel. Mas não é só ser profissional, o árbitro tem que ter estrutura, CT, férias. Todo mundo só se toca quando tem um erro. Futebol é um bem nacional, precisam se ligar para isso. Mas não é um movimento só de federações e confederações. Os clubes devem se envolver, porque são os beneficiados e prejudicados. Mas o "start" tem que partir da opinião pública. Os árbitros vão poder ser mais cobrados. Na final, dei o meu melhor. Meus colegas também - afirmou.

VEJA COMO FOI A CONVERSA DELE COM O L!NET:

LANCE!NET: Um lance já no fim acabou marcando o jogo, né?
MARCELO DE LIMA HENRIQUE: O fato e que em campo a visão é uma e da televisão, de casa, é outra. Todos que estavam no estádio viram a situação como gol do Nixon e ninguém falou nada. Só fiquei sabendo do erro às 23h, quando cheguei em casa.

L!NET: Chegou a discutir o lance com o Luiz Antônio?
MLH: Não consegui falar com ele. Acho que ninguém conseguiu.

L!NET: E sobre a declaração do Felipe, dizendo que "roubado é mais gostoso"?
MLH: Não quero comentar declarações de ninguém. Acho desnecessário. Ele já se desculpou. Mas cada um que dê conta daquilo que fala.

L!NET: Todo jogo é polêmica, reclamação, teoria da conspiração... Não se cansa disso?
MLH: Infelizmente, estamos numa geração da maledicência. Todo mundo fala mal, faz montagem, e o árbitro é o anti-herói. As pessoas falam o que querem e tem gente para dar mídia para isso.

L!NET: A tecnologia salvaria vocês? O que pensa sobre isso?
MLH: A tecnologia para esses casos vai se inserir no futuro, desde que esteja em todos os jogos. Tem que ter uma pessoa capacitada para avaliar com rapidez. Seria preciso treinar pessoas, por isso acho que vai demorar.

L!NET: Quais eram as responsabilidades naquele lance?
MLH: A prioridade do assistente adicional é ver se a bola entrou. O bandeira vê se tem impedimento. E eu tenho que ver se o gol foi de mão, se teve falta... Temos que tentar ver tudo, o lance foi rápido. Olhei para os dois assistentes e dei o gol.

L!NET: E como ficou a situação com a sua esposa?
MLH: A internet é terra de ninguém. Pegaram uma parte da conversa dela com um amigo, em tom de brincadeira, e transformaram em manchete. Ela sabe que eu sou uma pessoa pública, mas tenho que respeitar a individualidade dela.

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