Após pedir demissão de Caetano, Flusócio quer reformulação no DM Tricolor

Mayssa atuou com uma proteção na mão direita na partida contra a Sérvia (Crédito: Cinara Piccolo/Photo&Grafia)
Mayssa atuou com uma proteção na mão direita na partida contra a Sérvia (Crédito: Cinara Piccolo/Photo&Grafia)

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Depois de pedir a demissão do diretor executivo de futebol, Rodrigo Caetano, que foi confirmada nesta terça-feira, o principal grupo de apoio ao presidente do Fluminense, Peter Siemsen, publicou um novo pedido de reformulação, via blog. Dessa vez, as mudanças solicitadas foram no departamento médico do clube.

Segundo a publicação, não existe sintonia entre os principais núcleos de trabalho para a recuperação de atletas no clube e a possível ausência de uma metodologia de trabalho bem definida tem interferido diretamente na recuperação dos atletas e na prevenção de lesões.

O comunicado cita o modelo de gestão médica do São Paulo, que tem uma organização definida a anos e que é uma referência na recuperação de jogadores no Brasil. Além disso, pede que os treinos sejam divididos entre as Laranjeiras e a Urca para que as lesões sejam evitadas.

No fim, a Flusócio comenta lembra que as ausências de jogadores por lesão foi determinante para o rebaixamento do time no Campeonato Brasileiro:

 - É importante ter em mente que o rebaixamento do Fluminense foi também decisivamente decretado nas longas ausências de jogadores importantes como Fred, Carlinhos, Valencia, Jean e Bruno, e até mesmo de jovens que poderiam ter sido bem mais úteis do que foram, como Marcos Junior, Ronan, Robert e Digão.

Confira o comunicado na íntegra:

"Seguindo o mesmo caminho da postagem anterior, vamos hoje comentar sobre o Departamento Médico do Fluminense. Começarmos logo com uma frase já bem conhecida no meio do futebol: “DM não ganha campeonato, mas pode perder.”

Passado mais um ano com seguidas contusões dos jogadores, tentamos chegar a um diagnóstico da situação sem ser injusto com ninguém. Não estamos aqui pra apontar o dedo para A ou B, mas é evidente a falta de sintonia entre os profissionais da preparação física, fisiologia, fisioterapia e médica.

Para começar, até para o leigo é perceptível a ausência de uma liderança que coordene todo este grupo de trabalho e o torne de fato um departamento multidisciplinar, tão importante na prevenção de lesões e na recuperação de qualquer atleta. A possível ausência de uma metodologia de trabalho bem definida tem interferido diretamente na recuperação dos atletas e na prevenção de lesões.

Desta forma, entendemos que precisamos retornar com a comissão técnica permanente, composta pelo menos por um auxiliar técnico, uma equipe de preparação física e um departamento médico que opere sob nova estratégia.

Acreditamos que o departamento médico necessita urgentemente de um coordenador médico esportivo que se preocupe em liderar uma equipe compromissada com o retorno do atleta o mais breve possível as suas funções. Este coordenador precisa ser cobrado pela diretoria, apresentar resultados comparativos com outros clubes, e em paralelo, precisa cobrar da equipe multidisciplinar que comanda, orquestrar todas as suas atividades. Não vemos esta atividade no modelo atual do Fluminense.

É evidente que o tratamento de um atleta de alto rendimento não pode ser de maneira nenhuma equiparado ao tratamento convencional, até porque todos eles não cansam de afirmar que sempre atuam com algum tipo de dor, independente da modalidade esportiva. Mas a cobrança ao empenho do atleta no tratamento deve ser firme e sempre compromissada aos interesses maiores da instituição.

O organograma do Fluminense precisa ser revisto urgentemente, dando autonomia plena e patrocínio ao trabalho de um gestor médico, que responda diretamente aos gestores do Clube.

O que pedimos aqui não é nenhuma utopia ou invenção da Flusócio. O modelo recente que talvez tenha obtido mais reconhecimento de mídia e obviamente os melhores resultados foi a estrutura do São Paulo FC, com o fisiologia Turíbio Leite de Barros, o preparador físico Carlinhos Neves e o fisioterapeuta Luis Rosan. Todos eles tornaram o tricolor paulista um expoente na recuperação de atletas no Brasil. Alguns dirão que a excelente estrutura do Reffis ajudou, e quanto a isso nós concordamos. Mas se ainda não temos estes equipamentos em Laranjeiras, então temos que buscá-los urgentemente. E se não for possível no curto prazo, então precisamos tratar nossos atletas em clínicas que possuam esta estrutura adequada.

Se o campo de treinamento é ruim e isso interfere nas lesões, então que treinemos de forma permanente na Urca, como o Fluminense vem fazendo rotineiramente. Ou então que se reveze os treinamentos entre Laranjeiras e Urca, poupando os gramados que temos à disposição enquanto a nova estrutura prevista para o CT não sai do papel.

O fato é que não podemos mais continuar com um tempo de resposta tão ruim, circunstância que acontece no Fluminense independente da idade dos atletas lesionados e do tipo de contusão que sofrem. É importante ter em mente que o rebaixamento do Fluminense foi também decisivamente decretado nas longas ausências de jogadores importantes como Fred, Carlinhos, Valencia, Jean e Bruno, e até mesmo de jovens que poderiam ter sido bem mais úteis do que foram, como Marcos Junior, Ronan, Robert e Digão.

Se houver humildade e auto-crítica para assumir isso, já estaremos num bom caminho para dias melhores."

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