Apoiado na fé e na família, David Braz ressurge e lembra: ‘Engoli muito sapo’


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– Tive que engolir muito sapo antes dessa volta por cima.

Encostado no Santos, afastado pelo Vitória, sentindo-se traído por falsos amigos. David Braz enfrentou em 2013 algumas das maiores provações de sua vida. No entanto, ao olhar para o ano passado, o zagueiro, novo titular da defesa do Peixe, não se lamenta, mas agradece. Os tempos difíceis serviram para o beque se aproximar da família, reforçar a fé, aprender e evoluir. Hoje, se diz um homem melhor e renovado, pronto para ajudar o Alvinegro a ser campeão paulista.

Em cerca de hora de entrevista ao LANCE!Net, David Braz falou sobre diversos assuntos e citou Deus em quase todas as respostas. Criado no catolicismo, ele passou a frequentar cultos protestantes (evangélicos) há pouco mais de um ano.

– Depois que aceitei Jesus, muitas portas estão se abrindo - afirma.

A fé só não é mais exaltada por David do que sua mulher, Mayra Fernandes, com quem se casou no fim de 2013. Segundo o zagueiro, foi graças ao apoio dela que ele conseguiu superar as adversidades.

– Ela me motivava, me ajudava a esquecer os problemas e orava todas as noites por mim. Lembro de ter acordado um dia no meio da noite e encontrar ela de joelhos do meu lado, rezando – conta o defensor.

Se o passado foi difícil, David vê o futuro como promissor. Apesar dos elogios de Oswaldo, ele diz não se considerar ainda o dono da camisa 6, mas se diz pronto para os jogos decisivos que se aproximam.

Aos 26 anos de idade, o zagueiro mantém o estilo brincalhão e contador de histórias e diz ser também um menino da Vila. No entanto, o jogador sabe que hoje carrega a responsabilidade de orientar os mais jovens, como Oswaldo de Oliveira quer.

– Espero que minha história sirva de exemplo – comenta David.

NO VITÓRIA, CONFLITOS E AFASTAMENTO

Emprestado ao Vitória no início de 2013, David Braz começou o ano como titular, mas foi afastado após atuações ruins na Copa do Nordeste. O zagueiro chegou a passar oito meses sem jogar profissionalmente e apelou ao Twitter para escancarar seu drama: segundo suas publicações, ele era "perseguido" pela diretoria e tinha salários atrasados, além de ser obrigado a treinar com o time de base do Vitória. No fim do ano, o técnico Ney Franco deu chances para o jogador ficar ao menos entre os reservas em alguns jogos.

– Errei e apelei porque é difícil, fui desrespeitado. As coisas não aconteceram, mesmo eu fazendo tudo certo. Não aguentei, mas aprendi que tudo tem propósito - disse.

VEJA UM BATE-BOLA EXCLUSIVO COM DAVID BRAZ

Como é sair de última opção a titular em tão pouco tempo?
Estou muito feliz e agradecendo muito a Deus. Não foi fácil. Todo mundo viu a dificuldade que tive no começo, o Santos tinha grandes jogadores na posição. Hoje estou tendo essa oportunidade, mas ainda não me vejo como titular. O Jubal é um grande zagueiro, tem totais condições de jogar no Santos.

A volta por cima era muito improvável. Você acreditava?
Sim, mas cheguei aqui sabendo da dificuldade. Eu era o único que não tinha jogado ano passado.

Que lições tirou de 2013?
Precisava passar pelo que enfrentei ano passado. Sempre joguei em time grande, então fui sempre assediado. Vêm amigos, imprensa, mulheres... Tudo! E assim você acaba se desligando de coisas importantes e das pessoas que mais ama. Em 2013, Deus tirou uma coisa que eu gostava muito, que era jogar, mas me colocou mais próximo da família e fortaleceu minha fé.

O que achou de pegar o Penapolense? Há clima de revanche?
Aumentou mais a responsabilidade. Muita gente vai falar que o Santos é favorito, mas sabemos que eles têm uma grande equipe, não à toa estão na semi e nos venceram.

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