Adaptada ao Brasil, sérvia Mihajlovic é elemento surpresa da Unilever na final


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O estilo sorridente e brincalhão já é marca registrada da sérvia Brankica Mihajlovic. Antes estranha no ninho, mergulhada em uma cultura muito diferente e buscando se adaptar ao vôlei de mais alto nível do mundo, segundo as palavras da própria, a ponteira da Unilever agora se sente em casa. Ao mesmo tempo, não esconde a ansiedade para fazer sua estreia em uma decisão de Superliga.

Do time titular do técnico Bernardinho, ela é a única jogadora que nunca viveu a experiência de uma final do torneio, diferentemente de Fofão, Gabi, Sarah Pavan, Juciely, Carol e Fabi. No próximo domingo, será elemento surpresa do comandante para bater o Sesi-SP, no Maracanãzinho, e garantir o nono título da equipe em sua história (dois foram em Curitiba).

– É incrível estar na minha primeira final. Foi uma temporada difícil. Acho que não jogamos tão bem. Mas se chegamos aqui é porque trabalhamos – avaliou a ponteira de 23 anos, que também defende as cores da seleção da Sérvia.

Quando chegou ao Rio de Janeiro, em outubro do ano passado, Brankica mal falava o português. Hoje, se algumas palavras ainda fogem, ela não encontra barreiras para se comunicar com as companheiras, se divertir quando o clima do treino permite maior descontração e ouvir as instruções de Bernardinho.

A sérvia tem ganhado atenção especial do treinador. De um tempo para cá, vem realizando trabalhos a parte com o objetivo de aperfeiçoar o bloqueio e o passe. No ataque, seu ponto forte, o bom desempenho não surpreende. Do elenco da Unilever, é a atleta que mais marcou até agora, com 315 acertos na Superliga.

O aprendizado pode ter reflexos no Campeonato Mundial, entre 23 de setembro e 12 de outubro, na Itália. A Sérvia está no Grupo B e terá com um de seus adversários o Brasil.

– Quando soube que tínhamos ficado no grupo delas não acreditei. O Brasil é a melhor seleção do mundo. Mas acho que será mais fácil enfrentá-las porque já conheço um pouco de algumas delas agora – afirmou.

Experiência em finais é trunfo da Unilever

Finalista nas últimas nove edições da Superliga, a Unilever tem um elenco acostumado a jogar partidas decisivas, o que pode ser uma vantagem em relação ao Sesi-SP no próximo domingo. Se apenas Mihajlovic e Natasha, do elenco carioca, nunca participaram de uma decisão do torneio, o Sesi-SP tem seis atletas que viverão uma experiência inédita no Maracanãzinho.

São elas as ponteiras Dayse, Priscila Daroit e Mariana, a central Bia, a oposto Neneca e a líbero Suelen. Para algumas, como a oposto Ivna, será a primeira final como titular. A jogadora já participou de finais de Superliga quando jogava pelo Molico/Osasco, mas era reserva da bicampeã olímpica Sheilla.

– Acho que em uma final, quando é a primeira vez, cada pessoa reage de uma maneira diferente, e algumas não conseguem controlar a emoção. A Brankica está bem ansiosa por ser a primeira final dela. As outras sabem como funciona. Espero que possamos explorar esse ponto no Sesi – afirmou a experiente levantadora Fofão, de 43 anos. 

Bate-Bola

Brankica Mihajlovic
Ponteira da Unilever, ao LANCE!

Com a temporada já no fim, como avalia sua adaptação ao Brasil?
Quando cheguei, foi tudo muito novo e difícil. O país, as pessoas e o vôlei são diferentes, então precisei de um tempo para me acostumar. Mas agora já sinto que sou uma delas. Tenho todo o suporte das jogadoras e da nossa comissão técnica.

Quais fundamentos você tem trabalhaho com mais intensidade?
Tenho aproveitado essa reta final para treinar ainda mais. O bloqueio eu acho difícil de aprender. Trabalhei muito esse ano, além do passe, e sinto que tive progresso.

Como imagina que será sua primeira final de Superliga?
As meninas falaram que a final ano passado em São Paulo, contra o Osasco, foi espetacular. Agora, em casa, espero outro grande espetáculo. Mas precisamos nos concentrar no jogo. Acho que será difícil, porque o Sesi já mostrou que é um bom time. Quero muito ganhar.

O passe é uma das dificuldades do time. Como lida com isso?
Todas querem ajudar a outra a jogar melhor. É claro que para mim sobram mais bolas para atacar, mas tenho feito o possível para entregar o passe na mão da Fofão.

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