Ação coloca atletas de MMA e Rugby frente a frente em experiência

Ação reune MMA, Rugby e CrossFit em São Paulo (Foto: Gaspar Nobrega/ Inovafoto)
Ação reune MMA, Rugby e CrossFit em São Paulo (Foto: Gaspar Nobrega/ Inovafoto)

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Um evento realizado nesta quarta-feira colocou frente a frente dois esportes de histórias parecidas. Na academia Guigo Team, em Pinheiros (SP), a Integralmédica reuniu o MMA e o Rugby, onde lutadores patrocinados pela marca e jogadores da Seleção Brasileira "se enfrentaram" nas próprias modalidades. A divertida iniciativa levantou uma questão interessante. Seria o Rugby hoje o que o MMA foi anos atrás? Um esporte novo, em crescimento e com a esperança de ser sucesso no Brasil. O LANCE!Net acompanhou as atividades e ouviu os envolvidos sobre o assunto.

Já consolidado no cenário nacional, o MMA abriu as atividades dando aula aos atletas de Rugby. Atletas do UFC, Ronaldo Jacaré, Charles Oliveira, Lucas Mineiro e Felipe Sertanejo passaram alguns ensinamentos maricias aos jogadores da Seleção Brasileira de Rugby, que estavam acompanhados do bicampeão brasileiro de CrossFit, Francisco Javier, e do Casal Fitness Junior Moreno e Marissol Dias. O treino durou cerca de dez minutos e abriu os trabalhos do que viria pela frente. Jacaré e Do Bronx deram uma breve demonstração de um duelo de jiu-jitsu entre duas feras da arte suave.

Na onda do aprendizado, Fernando Portugal, capitão da Seleção Brasileira de Rugby, falou ao L!Net sobre o quê o Rugby pode aprender com o MMA durante o longo caminho de popularização no Brasil.

- Não podemos vender um produto que não dá resultado. O MMA vendeu o que já tinha, que eram os campeões brasileiros. Temos de ter cuidado. Vender um Rugby brasileiro estruturado e grandioso, e botar uma seleção que na hora que passar na televisão não vence, não vai adiantar. Acho que o caminho é o Rugby passar seus valores, pois muita gente não entende da modalidade, assim como o MMA fez, ensinando que não se trata apenas de "porrada".  É um esporte com regras e técnicas. Fazendo isso, esse trabalho diático, da forma certa, ganhamos tempo para formar uma seleção grande e que dê resultados - analisou.

Após a bateria de treinos no MMA foi a vez do CrossFit, puxado por Francisco Javier. Animado, o professor fez os atletas ralarem na sequência de exercícios que tirou o fôlego de quem já está acostumado ao treinamento forte, como os lutadores do UFC. Jacaré era um dos mais entusiasmados e se recusou a diminuir o ritmo por conta do cansaço. Em apenas sete minutos e meio, o CrossFit ofereceu uma bateria de treinos intensa aos atletas. Tudo sem o uso de qualquer aparelho.

Por fim, membros da Seleção Brasileira de Rugby mostraram alguns movimentos da modalidade ao lutadores do UFC. Fernando Portugal, Chabal, Felipe Alemão, Diegão, Allan Careca, e as jogadoras Mari Ramalho e Edninha ensaiaram um arremesso lateral, um dos pontos altos (literalmente) da modalidade. Depois de ensinarem a jogada, Edninha fez o lançamento para os dois esportes disputarem a bola no alto. Curiosamente, Charles Do Bronx, escolhido para o topo, venceu a disputa contra Felipe Alemão.

- Foi muito legal a gente poder fazer essa transição. Eles ensinaram o que sabem de Rugby para nós e nós os colocamos para lutar. Acho que qualquer esporte pode se tornar um esporte grande se tiver as parcerias certas, se tiver gente que goste do que faz. Nunca cheguei perto de alguém que fizesse Rugby, mas já tinha assistido pela televisão e é interessante como eles trabalham força. Aprendemos bastante, foi uma boa experiência - avaliou Charles.

Mas a disputa ficou acirrada mesmo quando MMA e Rugby ficaram frente a frente ao treinarem um "scrum". Na jogada onde os dois lados trocam força em busca de ganho de território e posse de bola, os atletas mostraram o quanto de poder é exigido dos jogadores durante as partidas. Competitivo, Ronaldo Jacaré foi mais uma vez um dos mais animados na disputa. Ele elogiou a experiência, mas negou que o treinamento sirva para um atleta de MMA.

- Achei um esporte bem dinâmico, interessante e de alto impacto também. Mas acho que o treinamento não pode ajudar muito lutadores, pois temos a possibilidade de se machucar. Quem faz MMA não é bom misturar os esportes, pois corremos muitos riscos. E já basta o risco que a gente tem no treino (risos). Mas para quem quer um esporte diâmico e de contato, eu aconselho - analisou.

O último ato da atividade foi o famoso "tackle", onde um jogador derruba o adversário para interromper o avanço do mesmo com a bola. Jacaré enfrentou Allan Careca, enquanto Do Bronx duelou com Edninha. Embora fosse apenas uma demonstração, Fernando Portugal citou o "tackle" que o Rugby enfrenta para ter o mesmo sucesso do MMA no Brasil.

- Eu diria que existe uma diferença grande. O MMA já tinha os grandes ídolos brasileiros no esporte. Quando o MMA estourou no Brasil, Anderson Silva já era campeão do mundo. Minotauro, Belfort, Wanderlei Silva, a mesma coisa... No Rugby, não temos atletas brasileiros com essa proporção mundial. Essa é uma grande diferença. Esses caras já eram profissionais, viviam bem do esporte e puderam se tornar heróis no Brasil durante essa ascensâo do MMA. A gente ainda não tem isso. Temos de correr atrás do prejuízo, estamos apagando o fogo com gasolina. O Rugby tem crescido demais. Mas agora temos de nos estruturar para tirar qualidade desse crescimento. Podemos formar uma seleção competitiva a partir daí - concluiu.

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