Último homem a fechar o Slam, Laver põe fé em Djokovic repeti-lo

Australiano alcançou a marca em 1962, como amador, e voltou a vencer os quatro em 1969, já na Era Aberta

Djokovic
Novak Djokovic levantando o troféu de Roland Garros (Foto: MIGUEL MEDINA/AFP)

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O sérvio Novak Djokovic ganhou palavras positivas de peso nesta quinta-feira, em sua tentativa de conquistar os quatro maiores torneios do tênis na mesma temporada. Rod Laver, que atingiu o feito em 1962 e 1969, apostou no histórico feito por parte de Novak.

Ele foi o último homem a completar a proeza, além de ter vencido em Wimbledon quatro vezes, três na Austrália e duas em Paris e Nova Iorque (e o número poderia ser bem maior, já que Laver foi banido dos Grand Slams em 1963, quando decidiu virar profissional – os Majors, até 1969, quando começou a Era Aberta do tênis, só podiam ser disputados por amadores -, e só voltou a jogá-los quando o esporte foi aberto).

“Acredito que ele tenha uma boa chance de completar o Grand Slam, e eu ficaria feliz de ver isso”, declarou o australiano, completando sem demonstrar vaidade e querer manter-se como “último homem a fazê-lo”.

“Eu não sou o dono do território. Seria um motivo de grande orgulho (para Laver e para Nole) se ele conseguir completar o Grand Slam. Ele já tem dois (Majors no ano)”.

O fato é que Novak já tem os quatro torneios seguidos, mas não na mesma temporada – ele venceu Wimbledon e US Open 2015, além de Australian Open e Roland Garros 2016 -, o que já é considerado um feito e tanto pela lenda aussie. “Conquistar os quatro de uma vez é um esforço e tanto!”, expressou.

Rod também falou sobre o ano de 1969, quando ele conquistou o Grand Slam pela segunda vez. Nessa temporada, além de sua marca, Richard Nixon era o Presidente dos Estados Unidos, a banda The Beatles estava prestes a lançar um de seus discos mais famosos, “Abbey Road”, e Neil Armstrong acabara de dar os primeiros passos de um home sobre a Lua.

“Fiquei emocionado por isso acontecer comigo. Você não começa pensando ‘irei vencer o Grand Slam (num ano só). Meus pensamentos eram apenas: ‘estou no torneio. Eu consegui entrar’. Foi isso que ocorreu em 69. Eu disse para minha esposa: ‘quero entrar em todos os torneios (Grand Slams)’”, revelou um dos maiores tenistas da história, humilde.

Nenhum homem chegou perto de repetir o feito de Laver. Até Djokovic, apenas Mats Wilander, em 1988, e Jim Courier, em 1992, atravessaram metade do caminho ainda com chances, vencendo em Melbourne e Paris.

Entre as mulheres, Steffi Graf atingiu a façanha em 1988. No ano passado, porém, Serena Williams venceu Austrália, Paris e Wimbledon, ficando a apenas dois jogos do Grand Slam, até ser derrotada por Roberta Vinci nas semifinais do US Open, com quase 24 mil pessoas torcendo para ela nas arquibancadas do Arthur Ashe Stadium.

“Tive sorte de jogar meu melhor tênis nas horas certas. É isso que você tem de fazer”, disse Laver. “Serena teve a chance de fazê-lo e disputou uma partida mediana na semifinal do US Open. Havia pressão? O que houve? Talvez nunca tenhamos a resposta para isso. Ela se sentiu nervosa? Ou ela apenas jogou uma partida ruim? A adversária jogou um grande tênis? Isso pode acontecer”.

O dono de 11 Majors voltou ao assunto Novak Djokovic, elogiando seu “grande jogo”. “Sua consistência e profundida em seus golpes do fundo da quadra são demais. Ele não permite que os adversários tirem vantagem de bolas mais curtas e tentem penetrar. A bola vai muito longa e os oponentes não têm muito que fazer”.

Por fim, ele falou sobre a pressão que será enfrentada pelo sérvio.

“Será um duro teste. A única coisa com que ele deve se preocupar, que era a mesma com a qual eu me preocupava, é que ele tem de jogar sete partidas. Isso é tudo. Acho muito possível que ele conquiste (o Grand Slam)”.

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