Problemas de Tomic e Kyrgios podem fazer Hewitt jogar a Davis contra os EUA

Hewitt, um dos maiores tenistas na história da Austrália, se aposentou em janeiro, e agora é o técnico do país na Davis

Lleyton Hewitt se despede do público após fazer seu último jogo da carreira, no Aberto da Austrália
Lleyton Hewitt se despediu de seu público no Australian Open, mas pode ter que voltar (Foto: AFP/PAUL CROCK)

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A incerteza cresce no time australiano da Copa Davis que enfrentará os Estados Unidos, conforme os dias passam e Bernard Tomic e Nick Kyrgios, os dois simplistas da equipe capitaneada por Lleyton Hewitt, não melhoram dos problemas que apresentaram na semana passada.

Tomic chegou à final do ATP 500 de Acapulco, em que perdeu para o austríaco Dominic Thiem. Ele admitiu ter sentido dores “em todas as partidas” no torneio mexicano, mas disse que “tomou remédios para afastar as dores” e irá jogar na sexta feira, “mesmo sem ter ideia de como” [fará para entrar em quadra]. Nesse sentido, bem ou não, o 20º melhor tenista da ATP parece que irá lutar por seu país.

O caso de Kyrgios é um pouco mais grave. Ele foi forçado a desistir do confronto de semifinal contra Stan Wawrinka, no ATP 500 de Dubai, nos Emirados Árabes, já que vinha sentido dores nas costas e no quadril, desde o o ATP 250 de Marselha, na França, que vencera na semana interior. Para piorar sua situação, o tenista de Canberra, capital da Austrália, contraiu uma infecção viral.

A mãe de Kyrgios, Nill, comentou a recuperação do filho. “Ele está um pouco cansada, ainda se recuperando do vírus... Nick está dando o seu melhor [para se recuperar]”.

“Foi difícil trazê-lo até aqui [de Dubai]. Acho que acontecerá uma discussão entre os meninos [jogadores e Hewitt] para decidir se ele [Kyrgios] irá jogar ou não”, confessou a progenitora do 27º melhor tenista do Mundo.

Kyrgios voltou a pegar numa raquete somente nesta quarta feira, quando fez um treinou leve sobre a grama do histórico Kooyong Lawn Tennis Club, onde será disputado o confronto – o Kooyong, que fica num subúrbio de Melbourne, foi sede do Australian Open, antes de este se mudar para o Melbourne Park, e é o local do torneio exibição antes do primeiro Grand Slam do ano.

Se ele não puder jogar na sexta feira, há a possibilidade de Lleyton Hewitt, que se aposentou há pouco mais de um mês, após perder para David Ferrer, na segunda rodada do Australian Open, e está em seu primeiro confronto como capitão do time australiano, voltar à ativa e encarar os norte americanos. Os rumores sobre a volta foram criados após comentários do técnico australiano Jason Stolenberg.

“É, provavelmente, a primeira vez que um técnico terá que sair [do banco] e preparar-se, como se realmente fosse jogar”, declarou à mídia local.

“Ele [Hewitt] faz parte de um grande time e fará o que precisar fazer – seja sentar no banco ou ir pra quadra e jogar. Não esperamos que ele jogue, mas teremos que aguardar as próximas 24 horas para ver o irá acontecer”.

“Lleyton é um pensador. Ele pensa à frente e é muito organizado. Eu diria que ele está... ‘preenchendo todas as bases’ [Nota da Redação: ‘preencher todas as bases’ é uma expressão que pode servir tanto para o baseball, esporte mais famoso no Brasil que tem bases, ou, no caso australiano, ele provavelmente se refere ao cricket, desporto bastante popular no país da Oceânia. Ela quer dizer que Hewitt está pensando e estudando todas as possibilidades, inclusive a de ele próprio jogar]”, concluiu Stolenberg.

Depois de ver um burburinho muito grande ser criado pela possiblidade de Hewitt entrar em quadra novamente, o técnico australiano foi questionado se a participação do ex número um do mundo havia sido discutida, mas despistou. “Não, não mesmo”.

Apesar das potenciais ausências de seus melhores jogadores, Lleyton Hewitt, capitão do time que conta, além de Kyrgios e Tomic, com Sam Groth e o especialista em duplas John Peers, se recusou a ser pessimista e está confiante para o confronto.

“Estamos todos bem”, disse ao ‘The Age’. “Tanto Kyrgios quanto Tomic estão jogando muito bem. Então, o que eles devem fazer é ficar o mais perto possível de suas melhores formas físicas, porque enfrentaram muitos jogos [recentemente]. Ambos estão confiantes, se sentem bem jogando pontos importantes e motivam-se a si mesmos. É importante que se preparem, acima de tudo, mentalmente. Eles venceram jogadores de qualidade nas últimas duas semanas”, declarou o campeão de Wimbledon, em 2003.

Bernard Tomic e Nick Kyrgios irão, na quinta feira, participar de um “treino leve”, para se acostumarem às condições de jogo. O dia também marca a data limite para os dois times indicarem seus jogadores titulares para as partidas. Hewitt tem até às 19h de hoje – quarta feira, no horário de Brasília, que equivale às 9h, no horário de Melbourne – para tornar pública sua ordem da equipe, e ele provavelmente precisará usar todo o tempo disponível para consultar seus pupilos e pensar bastante sobre qual é a decisão certa a se tomar.

A equipe americana vai com John Isner, Jack Sock e os irmãos Bob e Myke Brian. Ou seja, os dois maiores campeões da Copa Davis – 32 títulos dos EUA, contra 28 australianos – vão com o que têm de melhor para este grande confronto.

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