Murray põe cereja no bolo, vence Isner e conquista Paris

Na semana em que chegou ao topo do tênis, escocês vence seu quarto título seguido e amplia invencibilidade para 21 jogos

Andy Murray
Andy Murray (Foto: HANS PUNZ)

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O britânico Andy Murray, que aparecerá, no ranking de amanhã, como número um mundial, pôs a cereja no bolo da melhor semana profissional de sua vida ao conquistar, também pela primeira vez, o Masters 1000 de Paris, na França.

Ele venceu o americano John Isner, 27º colocado, por 6/3 e 6/7(4) e 6/4, em 2h17.

A partida marcou o quarto título e o 21º triunfo seguido de Murray, que venceu, antes, Pequim, Xangai e Viena, além de uma partida contra o argentino Guido Pella pela Copa Davis.

É a primeira vez que o tenista de Dunblane fatura o Masters 1000 de Paris, seu 14º caneco na segunda categoria de torneios mais importante do tênis (atrás, apenas, dos Grand Slams). No geral, este foi o 43º título de Andy e o 8º apenas em 2016, melhor temporada de sua carreira.

O resultado lhe dá uma folga sobre Novak Djokovic, a quem desbancou do topo, de 405 pontos no ranking de entradas da ATP. A partir do próximo domingo, britânico e sérvio lutam por até 1500 pontos no ATP Finals, que reúne os oito melhores da temporada em Londres, capital da Inglaterra.

O JOGO
Os tenistas entraram na quadra central do Palácio de Bercy com estratégias claras. Isner, um gigante que leva desvantagem na troca de bolas contra Murray, contava acima de tudo com seu primeiro serviço, que está em fase mais iluminada do que comumente já é. Ao receber, o estadunidense buscava atacar rapidamente, a fim de obter o controle do ponto e tentar pôr o rival contra a parede. O novo número um, por outro lado, alongava os pontos nas trocas de bolas, angulando seus golpes para tirar John do raio de ação. Nos games do americano, o bicampeão olímpico tentava ao máximo utilizar suas ótimas devoluções, mas John, inspirado, dificultava a tarefa.

O primeiro game com certa dificuldade foi o quinto, em que o escocês saiu atrás em 0/15 e 15/30, mas seu saque estava afiado e lhe ajudou a sair da situação incômoda. No 2/3, o azarão fez 30/15 em seu ótimo saque, mas fez escolhas erradas no quarto ponto e cometeu uma rara dupla falta na igualdade. No primeiro break point que teve, Andy conseguiu ótima devolução em saque pesado do oponente e levou a melhor na troca de bolas. Dessa forma, ele chegava à quebra que precisava.

No game seguinte, o 27º colocado foi agressivo desde as devoluções e chegou ao 15/40, mas, nesse ponto, Murray jogou como legítimo líder do ranking. Na primeira oportunidade, o americano dominou o ponto e subiu muito bem à rede, fechando o ângulo do britânico, que, mesmo assim, achou um lob extraordinário sobre o tenista de 2,08m. No ponto seguinte, muita personalidade com uma esquerda paralela que lhe deu o domínio da troca.

Então, servindo em 5/3, o favorito voltou a jogar demais na ‘hora H’, o 30/30, e fechou por 6/3, em 35 minutos.

A segunda parcial foi ditada pelos serviços. Ambos sacavam exemplarmente e, até o 3/4, nenhum dos atletas conseguiu ameaçar o game do rival. No oitavo game, porém, com o campeão de Wimbledon no serviço, Isner abriu 0/40 e pôs Murray contra a parede. Na primeira oportunidade, o tenista europeu ficou vendido na rede e o americano errou uma fácil esquerda. Depois disso, o ainda segundo melhor do mundo voltou a mostrar excelência em seu tênis e dominou o 15/40, posteriormente executando um ace de segundo saque na última chance. Murray ainda salvou mais um break point antes de se manter vivo e empatar. Depois disso, o set voltou ao normal, com os sacadores dando a tônica, e a definição foi para o tiebreak.

Nele, o mesmo. Saques após saques, os recebedores tinham dificuldade em entrar nos pontos. A única brecha que surgiu foi uma dupla falta de Murray, no 2/3, que foi, de fato, decisiva. Isner continuou a não dar chances e, com uma direita perfeita no 4/6, chegou ao segundo minibreak e à vitória no set.

A terceira e última parcial foi como a segunda: regida pelo tenista que estava no saque. A única chance que apareceu antes do epílogo foi no segundo game, quando John errou dois voleios e cedeu um break point, mas o escocês não pôde nem jogar depois disso, já que o número dois dos Estados Unidos encaixou três grandes saques.

Sete confirmações de serviço depois, John sacou pressionado em 4/5. No segundo ponto, depois de Murray forçar seu erro na rede, o 27º do ranking cometeu uma dupla falta e ficou em situação difícil. O favorito ainda deu bobeira no 0/30 e deixou seu adversário empatar, mas, nos dois pontos seguintes, Isner foi bem à rede e Andy abaixou a bola melhor ainda, com o backhand, forçando erros do sacador. Após 2h17, o próximo número um do mundofazia barba, cabelo e bigode em Paris.

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