Modernidade e tradições de 130 anos fazem de Wimbledon o maior torneio do mundo

Números e curiosidades impressionantes dão a dimensão do evento inglês

Na decisão de Wimbledon de 2015, novamente Djokovic se impôs sobre o rival suíço
Novak Djokovic e Roger Federer, campeão e vice da chave masculina em 2015 (Foto: AFP / ADRIAN DENNIS)

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O ano de 2016 marca a 130ª edição do Torneio de Wimbledon, a competição mais antiga e tradicional do tênis mundial. Disputado desde 1877 no All England Club, no sudoeste de Londres, e interrompido apenas durante as duas Guerras Mundiais, a competição é única no calendário do esporte.

E isso não se deve apenas ao fato de que a temporada de grama nos circuitos masculino e feminino dura apenas um mês. Wimbledon sempre remou contra a maré e prezou pela permanência de suas tradições, combinando-as à modernidade. Suas seculares tradições, intocadas, são o maior exemplo disso.

O Grand Slam cujos maiores vencedores são William Renshaw, Pete Sampras e Roger Federer, no masculino, com sete conquistas cada, e Martina Navratilova, no feminino, com nove, tem como princípio mais famoso a “regra do branco”, que obriga (sim, a palavra correta é essa) todos os jogadores a não entrarem em quadra com mais de 10% de cores que não sejam o branco. Tonalidades fluorescentes são terminantemente proibidas e inspeções nas estrelas do espetáculo são realizadas antes de cada ida ao palco de jogo. Em caso de “excesso de cores fora da regra”, os fiscais locais não hesitam em mandar o jogador flagrado fora da regra trocar sua vestimenta.

Os tenistas são sempre chamados sempre chamados pelos árbitros de “Senhor” e “Senhora”, dependendo de seu gênero, é claro. Os juízes de cadeira, por sinal, têm uma vestimenta característica, com camisa e calça social e sapatos, além de um elegante blazer. Os fiscais de linha não vestem o blazer por causa da mobilidade, e as mulheres usam saia, em vez de calça.

Os troféus dados aos campeões são exatamente os mesmos desde 1886, no caso das mulheres, e 1887, para os homens. Os tenistas nunca carregam suas bolsas quando pisam em quadra; tal tarefa é tradicionalmente feito pelos boleiros, altamente treinados e escolhidos a dedo para o trabalho. Os meninos e meninas demoram menos de 20 segundos para desmontar a rede e cobrir as quadras em caso de chuva, tempo espantosamente baixo, se levados em conta o peso da enorme lona utilizada e a perfeição do trabalho apresentado.

Outro costume envolvendo os boleiros, parte importantíssima da tradição, está nas cerimônias de premiação após as finais: o Príncipe Eduardo, que detém o título de nobreza de Duque de Kent, entra na quadra central através de um corredor feito pelos ballboys e escolhe um diferente, todos os anos, para trocar algumas palavras. Simples, mas rigorosamente respeitado em todas as edições.

Wimbledon se orgulha de não exibir patrocínios no fundo de suas quadras. Os painéis cheios de marcas mundialmente famosas dão lugar, no All England Club, a lonas de cor verde-escura. Assim como os outros três Majors, o evento dura duas semanas, mas, ao contrário de seus companheiros de status, o Slam londrino tem um dia a menos, pois o primeiro domingo, que seria o sétimo dia de competições, é religiosamente reservado à conservação das quadras, cujo piso é sempre muito castigado pela forte movimentação dos atletas. Nenhum jogo ocorre no complexo nesse dia, mas o falcão do torneio, chamado Rufus, sobrevoa o complexo , assim como em todas as manhãs, para espantar os indesejados pombos antes da entrada do público.

Outro hábito no SW19, região de Londres onde ocorre a disputa, é a comida. Desde o primeiro ano de realização, são consumidos os famosos morangos com creme. Atualmente, 28 mil kg da fruta são vendidos nos treze dias do torneio, colhidos na véspera do consumo e inspecionados às 5h30, no horário inglês. Tudo para manter a qualidade no mais alto nível, como o tênis apresentado pelos gladiadores da grama britânica. Também são comprados mais de 350 mil xícaras do consagrado chá inglês, além do sempre requisitado cafezinho.

Coincidentemente, o jogo mais longo na história do tênis foi registrado justamente em Wimbledon. Em 2011, John Isner e Nicolas Mahut travaram uma batalha que atravessou 11h05min, durante três dias – só a quadra central conta com iluminação artificial. O duelo, disputado na quadra 18, já muito tradicional antes do confronto, ficou imortalizada pelo “jogo interminável”.

A tradição ficou em segundo plano, contudo, quando a organização decidiu construir um teto retrátil na quadra central do complexo. Inaugurado em 2009, ele proporciona jogos até às 23h – é expressamente proibido passar desse horário, porque a medida foi acordada com a vizinhança -, se necessário for, e, principalmente, disputas quando a tradição negativa do torneio, a chuva, dá as caras, o que dificilmente não acontece. Outra cobertura está prevista para funcionar a partir de 2019 na quadra 1, e a disputa inglesa faz parceria com uma gigante mundial no ramo de tecnologia para desenvolvimento de um moderno site, onde é possível acompanhar todas as partidas ao vivo, com estatísticas e todas as informações sobre os jogos. Também há um aplicativo do torneio, disponível em todas as plataformas.

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