Federer procura entender Kyrgios, mas afirma: ‘Deveria respeitar o circuito’

Suíço especula sobre razões que possam ter levado o australiano a apresentar falta de combatividade no Masters de Xangai e dá lições ao polêmico jovem

2014 Roger Federer perdeu para  Novak Djokovic
Roger Federer em Wimbledon (Foto: AFP/GLYN KIRK)

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Em entrevista concedida a um veículo de comunicação de seu país, o suíço Roger Federer deu sua opinião sobre a atitude do australiano Nick Kyrgios no Masters 1000 de Xangai, há duas semanas.

Na ocasião, o polêmico jovem não se esforçou minimamente para tentar vencer a partida contra o alemão Mischa Zverev e, após fácil derrota, declarou que não se importava com o que pensam os fãs. No fim, a ATP lhe aplicou a multa máxima em dinheiro e o suspendeu de competições por seis meses – a pena foi, posteriormente, reduzida para dois meses.

“Nick Kyrgios precisa mostrar respeito pelo circuito. Ele deveria refletir sobre o ocorrido”.

“Se a punição é apropriada ou não, eu não posso julgar”, afirmou o lendário tenista suíço. “Talvez (ele) estivesse cansado depois de conquistar Tóquio, na semana anterior. Então, ele voltou à quadra (em Xangai) e pensou: ‘o que estou fazendo?’, e só queria ir embora, mas não podia. Ele se sentiu encurralado e mudou (seu comportamento) para o ‘modo desinteressado’, perdeu o desejo e a motivação de dar seu melhor”, disse, expondo a sua opinião sobre o jogo na China.

Na sequência, o dono de 17 títulos do Grand Slam, deu um conselho ao aussie, reprovando seu comportamento de certas ocasiões. “Ele não pode jogar bem (apenas) quando quer; há de se respeitar o circuito, (e) esse é um passo que ele deve dar. Como puni-lo, porém, é outra questão”.

Os conselhos de Roger Federer podem ser valiosos para Kyrgios, que, a despeito de se preocupar com a opinião de poucas pessoas em sua vida, disse, em 2015, que Federer era o “maior modelo” que ele tinha no tênis, afirmando que, para ele, o heptacampeão de Wimbledon é “o maior de todos os tempos”, e que, mesmo não gostando de tênis, ele assiste a vídeos de Federer no Youtube, quando está “em seu quarto, sem fazer nada”.

Por outro lado, o também suíço Marc Rosset, de 45 anos, que chegou a ser 9º colocado no ranking mundial, em 1995, defendeu uma pena mais severa ao tenista de Canberra, argumentando que ele só mudará sua atitude quando for proibido de participar de algo realmente valioso – nesse caso, o Australian Open 2017.

“Se a ATP quisesse mudar alguma coisa, teria que tirá-lo do Australian Open. Só isso o atingiria de verdade. Ele tem tudo que quer: dinheiro, fama, patrocinadores... Todos correm atrás dele. Por que deveria mudar? Ele não fará isso até que algo o ponha realmente na merda (sic)”.

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