Dono de torneio é a favor de premiação igualitária quando público for igual

Ion Tiriac é admirador do tênis feminino, mas aponta razões econômicas para diferença em premiação entre homens e mulheres no tênis

Serena na premiação da Sports Illustrated
Serena na premiação da Sports Illustrated (Foto: JEWEL SAMAD/AFP)

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O ex-tenista romeno Ion Tiriac, ex-top 55 e proprietário do Masters de Madri, na Espanha, concedeu entrevista ao lado do espanhol Feliciano López, único tenista a participar das 15 edições de seu torneio, ao jornal El Mundo e falou de temas polêmicos.

Questionado sobre retorno da discussão de premiação igual para homens e mulheres em torneios simultâneos de mesma categoria de pontos em ranking, o ex-tenista romeno fez uma ponderação inteiramente comercial:

"Vou te dizer respeitosamente, eu gosto muito das mulheres, especialmente quando têm as pernas longas e são suaves e elegantes. Também são elegantes nas quadras de tênis. Eu não tenho problema em dar a elas prêmios iguais, mas que elas me tragam os mesmos resultados econômicos que os homens. Quando o público dos jogos masculinos é quatro vezes maior que do feminino, há um problema em equiparar a premiação", declarou sem a menor cerimônia ele que tem 77 anos.

Dono da data desde a criação da disputa em Madri, em 2002, Tiriac relembrou a fatídica primeira edição em que não houve uma final graças a desistência do tcheco Jiri Novak minutos antes do inicio da disputa contra o norte-americano André Agassi.

"Novak, nunca mais o vi. (Ele) chega a sua primeira final de torneio nesta categoria. Com quem? Com Agassi. Aí 20 minutos antes te diz: 'Não posso, que estou sentindo uma perna'. Eu sou de outra geração, mas a gente jogava com uma perna, com as duas ou nenhuma...", disparou e prosseguiu: "Eu não me lembro que na minha época um jogador não disputou uma final. O esporte na atualidade é um negócio de trilhões. Por isso digo que o atleta deve ser muito mais profissional que alguém trabalha em um escritório ou uma obra, porque tem uma responsabilidade enorme. (Se) joga diante de 14 mil pessoas ao vivo e 55 milhões em 180 países. E os meninos dizem: 'olha, este é Feliciano, eu quero ser como ele'. Há uma responsabilidade moral", finalizou dando o experiente espanhol como exemplo.

Tiriac foi o responsável pela concepção do polêmico saibro azul e também tem uma solução para que a técnica volte a reinar nas quadras de tênis de todo o mundo.

"O atleta hoje é melhor e a bola muito mais rápida. tem 25 anos que venho dizendo que a bola devia ser 25% maior. Deste modo, tudo seria resolvido. O saque voltará a ser a 180 km/h, a bola viajará mais lenta e prevalecerá a técnica", declarou.

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