Com ajuda e inspiração vindas de Hewitt, Tomic quer vencer ‘um ou dois Slams’

'Garoto-problema' do tênis australiano, Bernard Tomic quer finalmente deslanchar e se tornar tudo aquilo que seus compatriotas esperam dele

Lleyton Hewitt se despede do público após fazer seu último jogo da carreira, no Aberto da Austrália
Ex-número um do mundo, Lleyton Hewitt vem trabalhando como técnico de Tomic (Foto: AFP/PAUL CROCK)

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Muitas polêmicas e resultados aquém do esperado, apesar de ter chegado ao top 20. Esse é o balanço da carreira de Bernard Tomic, 21º colocado da lista masculina, até agora, aos 23 anos.

Mais jovem tenista a ser campeão do Australian Open juvenil – em 2008, ele atingiu o feito aos 15 anos -, o descendente de croatas era considerado um sucessor das lendas que deram 28 títulos de Copa Davis a Austrália. Até agora, no entanto, isso não se confirmou.

“Fazer sucesso nessa idade é incrível, uma grande sensação. Mas, às vezes, pode te desanimar”, afirmou, em entrevista ao site oficial da ATP.

“Creio que fiquei preguiçoso ao alcançar a faixa entre os postos 30 e 50 no ranking quando tinha 19 ou 20 anos. Com 19, cheguei ao 27º lugar, mas eu não estava dando meu melhor, nem meu 100%. É algo de que me dei conta alguns anos atrás”.

O site da ATP ressalta, contudo, que Tomic é, ao sentar-se na cadeira para a conversa, “uma pessoa de 23 anos educada, de bons modos, madura, comprometida e reflexiva”. Exagero ou não, o australiano se defende dos rótulos a ele atribuídos.

“Deve-se lembrar de não julgar um livro pela capa. Às vezes, (pessoas) me veem na Austrália e dizem: ‘você não é o cara que todos dizem ser’. Talvez, a imprensa tenha esperado muitas coisas de mim e querem que eu chegue ao top 10, esquecendo-se de que estamos na era mais dura do tênis. Estou tratando de conseguir isso (chegar ao grupo dos dez melhores)”.

O responsável por esse Tomic ‘centrado’ é, afirma o jovem, Lleyton Hewitt. O ex-número um e lenda do tênis australiano, atual capitão do time aussie na Copa Davis, tem servido como mentor e treinador de Bernard em muitas ocasiões.

“Tenho aprendido muito com ele. O mais importante é saber como ele trabalhou para alcançar o topo do ranking, o compromisso e o sacrifício que tiveram de ser feitos. (Isso) É algo que devo imitar. Há garotos muito bons no top 10. Deve-se treinar muito duro”, disse ele. Como predecessor de toda uma geração de garotos talentosíssimos do país da Oceania, Hewitt consegue ser, de forma quase inacreditável, uma das únicas pessoas a quem Kyrgios e Tomic, maiores expoentes dos novos talentos, realmente respeitam e dão ouvidos – tanto que ambos o têm como treinador.

“Todo o tempo ele (Hewitt) está me motivando a fazer mais e mais, se assegurando do trabalho que está sendo feito. É muito positivo. Creio que, no fim do ano, poderei fazer uma pré-temporada com ele e ter um bom treinamento antes do Australian Open (primeiro Grand Slam da temporada, em janeiro)”.

O próximo passo da conversa foi os objetivos do ainda jovem Bernard Tomic. “Tenho 23 anos e espero jogar mais seis ou sete em bom nível. Não paro de melhorar, quero ser um top 10 consistente. É difícil ir da 20ª posição à 10ª, mas consegui ir de 80º a 17º em 2015. Meu próximo objetivo é fazer um bom papel no US Open”, declarou, finalizando com chave de ouro.

“Amaria ganhar um ou dois Grand Slams. Sei que posso conquistar isso, muitas vezes cheguei às oitavas (como no Australian Open e Wimbledon, nesta temporada), mas ir à uma semifinal e forçar uma final é algo necessário e que devo alcançar”.

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