Após anos esperando ‘luz no fim do túnel’, Del Potro afirma: ‘O Rio foi melhor que meus sonhos’

Tenista conquistou a prata no Rio após três anos parado por seguidas contusões no punho esquerdo

Del Potro ficou com a prata no tênis no Rio
Juan Martín del Potro (FOTO: MARTIN BERNETTI/AFP)

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Antes de voltar a Nova Iorque, local onde conquistou seu único título de Grand Slam da carreira e que “significa muito” para si, Juan Martín del Potro teve muitos compromissos com a imprensa de seu país, a Argentina, e deu entrevistas sobre a incrível e emocionante campanha nas Olimpíadas do Rio.

Numa delas, para o jornal La Nación, ele classificou o feito de chegar à prata, depois de seguidas operações no punho esquerdo e quase três anos sem regularidade no circuito, como o maior de sua carreira, por todo o contexto que perfilou sua volta ao circuito, mesmo que o US Open fosse o torneio que ele desejava ganhar desde criança.

“Comparar (o US Open 2009 com as Olimpíadas do Rio) é difícil, porque foram momentos de viva diferentes. O que eu vivi no Rio foi melhor que os meus sonhos. Se penso que me custou muito para superar as operações no punho e que era frustrante levantar todos os dias sem saber o que eu tinha na mão, com dores e visitas a médicos frequentemente, esse momento (das Olimpíadas) é um sonho”.

‘Delpo’ ainda falou que o amor pelo tênis e o carinho das pessoas o fez seguir lutando nos momentos mais duros, em vez de jogar a toalha e abandonar o tênis, e revelou que esperava a ‘luz no fim do túnel’ aparecer, em meio ao pesadelo das seguidas lesões e operações.

“Não tenho mais 20 anos (como quando ele ganhou o US Open), e, enquanto eu não encontrava solução para minha lesão, a parte física sentia. Creio que o carinho que tenho pelo tênis fez com que eu nunca me rendesse. Em alguns momentos, eu não tinha muitas forças para me levantar da cama, mas, por todo carinho que recebi, lutei. Confiava que, algum dia, se abriria uma luz no fim do túnel. Com essa esperança, fui adiante. Hoje, aproveito um momento que é incomparável com qualquer outro momento da minha vida, emocionalmente. Aprendi que, muitas vezes, a mente domina o corpo, e o amor próprio e o coração te levam a conquistar coisas incríveis”.

De volta à realidade, o circuito da ATP, o 142º colocado do ranking, que entrou na chave do US Open com um convite da organização, sabe que a vida não será nada fácil, e admitiu a incerteza acerca de como serão seus resultados. O que ele realmente quer é estar em condições físicas ideais para poder jogar no mais alto nível possível.

“Consegui algo histórico, que foi muito forte para mim, mas minha ideia é estar em boas condições para ser constante durante toda a temporada. Aproveitei a atuação nos Jogos Olímpicos mais que outras conquistas por causa da situação que vivi (com as operações no punho e os anos afastado do circuito), mas também sei como é a vida de um tenista e não posso perder o foco, os objetivos”.

“Não é fácil saber como vou seguir depois do Rio, porque superou minhas expectativas e as de muita gente que entende muito de tênis. Mas, depois de jogar num nível altíssimo, o que me deixa mais tranquilo é que, estando em boas condições físicas, vou poder entrar na quadra para fazer frente aos melhores jogadores do mundo”.

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