No Aberto do Rio, espanhóis lutam para manter o domínio no continente

Torneio chega à terceira edição com 100% de aproveitamento da Espanha. E essa superioridade dos tenistas do país europeu no saibro atravessa toda a América

Tenis - Nadal (foto:AFP)
Rafael Nadal conquistou a primeira edição do Aberto do Rio, em 2014 (Foto:AFP / GLYN KIRK)

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Quem disse que o domínio espanhol no continente americano já chegou ao fim? Se os livros de história mostram que a colonização da Espanha na região terminou no século 19, o mesmo não pode ser dito quando o assunto é o tênis. Afinal, os torneios disputados no saibro nas Américas durante o inverno europeu são amplamente dominados pelos espanhóis. E com o Aberto do Rio, que começa nesta segunda-feira, no Jockey Club Brasileiro, na capital carioca, não é diferente.

Em sua terceira edição, o torneio de nível ATP 500 disputado no Rio de Janeiro só viu tenistas de um país serem campeões: em 2014, o vencedor foi Rafael Nadal, enquanto no ano seguinte, a taça ficou nas mãos de David Ferrer.

Mas não é apenas no Aberto do Rio que os espanhóis têm sido dominantes. Após o início da temporada com competições disputadas no piso duro, os países da América recebem as primeiras disputas de saibro do calendário da ATP. E nessas condições os atletas da Espanha realmente parecem se sentir em casa.

Atualmente, quatro torneios são realizados na sequência em piso de terra batida nas Américas: ATPs 250 do Equador e de Buenos Aires, Aberto do Rio e Aberto do Brasil (em São Paulo, de nível 250). E nas últimas 32 edições desses campeonatos, um espanhol ficou com o título em 18 oportunidades (ou em 56,25% das vezes).

Nessa conta nem entra o ATP 500 de Acapulco, no México, já que desde 2014 a competição passou a ser disputada em piso duro. Até então, no saibro, em 20 disputas (desde 1993), tinham sido dez taças da Espanha).

Com esse amplo domínio no continente americano, novamente, os espanhóis surgem como favoritos ao título do Aberto do Rio. Na chave principal da competição, de 32 atletas, nove são do país europeu (e só três brasileiros). E os dois únicos campeões estão presentes como os principais cabeças de chave.

Resta saber em quais condições Nadal e Ferrer chegam à cidade já que na última semana caíram na semifinal do ATP 250 de Buenos Aires.

– Foi um pouco difícil me adaptar às condições extremas aqui. Sei que no Rio de Janeiro não será melhor do que isso. Então, preciso continuar com a minha adaptação – disse Nadal sobre as altas temperaturas.

Será que somente o calor irá acabar com tanto domínio espanhol?

DOMÍNIO ESPANHOL

Buenos Aires
Desde 2001, quando a competição de nível 250 na Argentina voltou ao calendário, foram 16 disputas, com nove títulos dos espanhóis. Nesse ano, eles ficaram sem a taça – Nicolás Almagro foi vice.
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Aberto do Rio
A competição (nível ATP 500) passou a ser disputada em 2014. Em duas edições, são duas conquistas da Espanha: Rafael Nadal e David Ferrer.
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Aberto do Brasil
O torneio (nível 250) começou a ser disputado em 2001, passando pela Costa do Sauípe-BA e por São Paulo (sua sede atual). Desde que passou da quadra dura para o saibro, em 2004, o domínio é amplo dos espanhóis, com sete títulos, em 12 campeonatos.
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Quito
A competição de nível 250 disputada no Equador é a única exceção até agora. Foram duas edições, com duas taças para o dominicano Victor Estrella Burgos. Ano passado, um espanhol foi à final: Feliciano López.
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Acapulco
O ATP 500 no México não ocorre mais no saibro. Mas enquanto isso ocorreu, foram dez títulos em 20 torneios.

Tenis - Marcelo Melo e Bruno Soares (foto:AFP)
Os brasileiros Bruno Soares e Marcelo Melo vão jogar juntos o Aberto do Rio (foto: Divulgação)

Nas duplas masculinas, favoritismo é de brasileiros

Se no torneio masculino de simples do Aberto do Rio os espanhóis aparecem como os favoritos ao título, a situação muda na chave de duplas. Afinal, com Marcelo Melo e Bruno Soares formando uma das parcerias na competição, eles surgem como os tenistas a serem batidos.

E o retrospecto dos últimos anos comprova tal situação. Melo segue como o número 1 do mundo nas duplas. Já Soares faturou o primeiro Grand Slam da temporada, o Aberto da Austrália, ao lado de seu parceiro, o britânico Jamie Murray.

Vale lembrar que em 2014, Melo até chegou à final no Rio (com o espanhol David Marrero), mas perdeu na decisão para os colombianos Juan Sebastián Cabal e Robert Farah. Ambos aparecem como os principais rivais dos brasileiros.

Teliana Pereira devolve bola em partida contra Andrea Petkovic (Foto: AFP)
Teliana Pereira é a principal cabeça de chave do torneio feminino no Rio de Janeiro (Foto: AFP)

Nada de título no feminino

Se a Espanha tem o domínio do Aberto do Rio de Janeiro no torneio de simples entre os homens, o mesmo não pode ser dito na chave feminina. Afinal, nas duas edições anteriores, as taças ficaram nas mãos da italiana Sara Errani (2015) e da japonesa Kurumi Nara (2014).

Nesta temporada, o país tem quatro representantes na chave principal, mas nenhuma aparece como favorita. A brasileira Teliana Pereira (44ª), aliás, é a principal cabeça de chave da disputa.

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