Surpresas do Brasil no WCT travam luta para garantir um lugar na elite

Chamados de última hora para disputar a etapa do Rio, Lucas Silveira e Marco Fernandez sonham em se estabelecer na divisão principal do Circuito, apesar da falta de visibilidade<br>

Montagem - Lucas Silveira e Marco Fernandes
Lucas Silveira e Marco Fernandez, as surpresas do Brasil na etapa do Rio (Fotos: Divulgação/WSL)<br>

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Se Lucas Silveira e Marco Fernandez tivessem planejado minuciosamente suas participações no Oi Rio Pro, etapa brasileira do Circuito Mundial, talvez a estreia não tivesse dado tão certo.

Presenças frequentes no WQS, divisão de acesso à elite, mas desconhecidos pelo grande público, os surfistas foram chamados de última hora para disputar pela primeira vez um evento entre os melhores do planeta. Agora, mais do que nunca, lutam para garantir um lugar na elite.

O primeiro, natural do Rio de Janeiro e único carioca no torneio, preencheu a vaga do americano Kelly Slater, que desistiu de vir ao Brasil. O segundo, baiano de Camaçari, levou a última vaga do país em triagem entre convidados da Federação de Surf do Estado do Rio de Janeiro.

Na praia de Grumari, eles deixaram de lado qualquer pressão e surfaram sem compromisso. Resultado? Venceram suas baterias e avançaram diretamente à terceira fase, contra nomes muito mais cotados.

Com apenas 20 anos, Lucas deixou para trás seu amigo e companheiro de treinos Adriano de Souza, atual campeão mundial, ao virar na última onda e somar 15.84. Mineirinho, com 13.80, e o havaiano Keanu Asing, com 13.74, terão de disputar a repescagem, prevista para hoje.

– Se eu não fosse campeão mundial junior talvez nem tivesse recebido o convite para competir no Rio. É um resultado que me abriu várias portas – disse Lucas ao LANCE!, após a sua bateria na terça-feira, em Grumari.

O título ao qual ele se refere foi sacramentado em janeiro deste ano, em Portugal. Com isso, repetiu o feito de Mineirinho e Gabriel Medina. Treinado desde os 11 anos por Leandro Dora, técnico de Adriano, Lucas é apontado como uma das grandes promessas da modalidade hoje. Mas não se contenta apenas em surfar.

– Uso a natação para os treinos e gosto de jiu jitsu, e também salto de paraquedas. Ajuda até no surfe, mas às vezes é só para sentir uma adrenalina mesmo – falou o jovem, que apesar da pouca idade é patrocinado pela Pena.

Aos 24 anos, Marco já tem um pouco mais de bagagem que Lucas, mas está longe de uma estrutura profissional. Sem patrocínio, ele somou 13.43 e bateu Jadson André (11.57) e o australiano Matt Wilkinson (8.73), número um do ranking mundial após três etapas na Austrália.

– Não é fácil competir sem apoio, mas tenho pessoas por trás que não me deixam para baixo. Fui feliz de passar pela triagem e bater o líder do ranking. Grumari tem reservado boas ondas para mim – declarou.

A Liga Mundial de Surfe (WSL) fará chamada para o segundo dia do torneio nesta quarta-feira, às 7h.

Outros três brasileiros avançam

Outros três brasileiros garantiram ontem vagas na terceira fase da etapa brasileira do Circuito Mundial no primeiro dia da competição: Filipe Toledo, que defende o título na capital fluminense, Italo Ferreira, melhor surfista do país no ranking mundial (3) e Alejo Muniz.

Filipe passou com 13.77, contra 11.60 do havaiano Dusty Payne e 11.35 do americano Kanoa Igarashi. Já Ferreira somou 16.50 e superou Miguel Pupo (10.86) e Bino Lopes (8.66).

Alejo Muniz (13.50) foi o último a obter a vaga direta, ao vencer pelo australiano Adrian Buchan (13.46) e pelo vice-líder do ranking, o havaiano Sebastian Zietz (12.77), em uma virada no último minuto.

Gabriel Medina, Deivid Silva, Wiggolly Dantas e Caio Ibelli perderam, e terão de passar pela repescagem.

A maior nota do primeiro dia da etapa brasileira do WCT foi um 9.00, obtida por Italo.

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