Após título em Trestles, Silvana Lima sonha com título mundial em 2018

Encerrando um jejum de sete anos sem levantar um caneco no WCT, a única brasileira no na elite do surfe feminino quer 'começar o ano voando'

Silvana Lima  volta a uma final após sete anos
Com 32 anos, Silvana Lima foi vice-campeão mundial duas vezes WSL / SEAN ROWLAND

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O fim do jejum de títulos no Circuito Mundial (WCT) na etapa de Trestles, nos Estados Unidos, pode significar uma mudança na história de Silvana Lima na elite do surfe mundial. Após sete anos sem levar um caneco, a única representante da Tempestade Brasileira no feminino sonha com seu primeiro título mundial. Após bater na trave duas vezes, a cearense contou ao LANCE! que vai brigar pelo troféu da temporada em 2018. 

Além disso, Silvana relembrou a conquista em Trestles, ao lado de Filipe Toledo, e acredita que novos nomes verde e amarelos podem surgir no WCT futuramente. Lima ainda arriscou um palpite sobre quem será o campeão mundial masculino de 2018. 

Recentemente, a cearense disputou, no Rio de Janeiro, o Neutrox Weekend. Sendo uma das embaixadoras do evento e dada como favorita, Silvana foi superada pela paulista Camila Cassia na grande final.

LANCE!:
Qual a sensação de poder levantar um troféu no WCT após sete anos?

Silvana Lima: Foi como se fosse a primeira conquista. Já tinha até esquecido. Fiquei com gosto de quero mais. Trestles é uma onda de "beach break" que eu gosto muito. O que mais me motivou foi a vitória na primeira bateria contra as campeãs mundiais (Carissa Moore e Stephanie Gilmore). Isso, com certeza, levantou a minha auto estima para querer ir longe e saber que dava.

L!: O quanto esta conquista de motiva para o restante da temporada?

S.L.:
Muito, porque agora posso treinar tranquila e focada no ano que vem, sabendo que tenho surfe para ganhar. Quero muito chegar na última etapa de 2018 disputando o título mundial. Sei que posso.

L!:
Quais as suas principais metas para esta reta final de temporada? Quais os planos para o próximo ano?

S.L.:
 Primeiro, ir bem em Maui (HAV), última etapa do WCT. Depois, focar nos treinos, já pensando em 2018. Vou fazer uma preparação para começar o ano voando.

L!: Você é a única mulher brasileira na elite do surfe, enquanto temos nove no masculino. Como você enxerga este cenário?

S.L.: Seria muito melhor se tivesse mais gente comigo, mas os campeonatos, no Brasil, são quase inexistentes e, por isso, as mulheres acabam desistindo, já que tem que viajar para longe e por falta de patrocínios. A Neutrox fez uma etapa no último final de semana no Rio de Janeiro que foi de alto nível e mostrou que temos muitas brasileiras capaz de chegar lá. Este campeonato foi o máximo. A Neutrox está de parabéns e, com certeza, teremos mais ano que vem devido ao sucesso do evento.

L!: Atualmente você conta com quantos patrocinadores? Eles são suficientes para arcar com os seus gastos para disputar as etapas?

S.L.: Hoje, graças a Deus, estou feliz com os meus patrocinadores. Posso dizer que não pago mais para competir.

L!: Acredita que, depois de você, o Brasil terá outra representante feminina no WCT?

S.L.: Não tenho dúvidas. Você viu o quanto surfou a Camila na final do Neutrox. Ela fez uma onda a nível WCT. Temos também a Tainá Hinckel que, com apenas 14 anos, chegou às semifinais da competição e, com certeza, ainda nos trará muitas alegrias.

L!: Você foi uma das convidadas para participar da competição na piscina de ondas do Kelly Slater, na Califórnia (EUA). Como foi a experiência? Acredita que este será o futuro do surfe?

S.L.: Já estou contando os dias para voltar. Que onda perfeita! A experiência foi incrível e já coloquei o meu nome na lista de espera (risos). Acredito que poderá se misturar com eventos de praia. Quem sabe, termos uma etapa de WCT e algumas de WQS (divisão de acesso do surfe).

L!: A próxima edição dos Jogos Olímpicos contará com o surfe. Como você vê esta conquista? Já houve alguma conversa com os atletas da elite da modalidade sobre a participação nos Jogos de Tóquio-2020?

S.L.: Será demais. Acho que a WSL (Liga Mundial de Surfe), juntamente com a ISA (Associação Internacional de Surfe) e com o Comitê Olímpico Internacional (COI), ainda estão decidindo sobre a quantidade de atletas e quantos por país. Porém, quero estar lá com certeza e darei o máximo para chegar em Tóquio com 120%.

L!: Como você vê as recentes notícias envolvendo o ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman e a Rio-2016?

S.L.: Acho que isso é muito ruim para o esporte e espero que ele possa provar que essa acusação é falsa ou, caso contrário, que os próximos que assumirem pensem mais nos atletas e que tenham a certeza que podemos trazer felicidade para a nação.

L!: No masculino, estamos na reta final da etapa de Peniche, em Portugal. Quem, na sua opinião, ficará com o título desta temporada? 

S.L.: Tanto o Gabriel Medina quanto o John John Florence (HAV) estão nas quartas de final em Portugal. Acho que o título está mais perto do John John, porém, é nos momentos mais difíceis que o Medina mais nos surpreende. Vamos ver no que vai dar.

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