Em noite de Brasil, Arena tem gritos de Timão, verde e rivalidade em paz

Em casa, corintianos gritaram o nome do clube e tietaram Renato Augusto. Torcedores de outros clubes exibiram camisas e bandeiras, fizeram gozações e conviveram em harmonia

Torcida do Brasil na Arena Corinthians
(Foto: Lucas Figueiredo/MowaPress)

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Logo na chegada a Itaquera era possível perceber que se tratava de uma noite atípica. Na multidão que tentava acessar a Arena, enquanto alguns gritavam "vai, Corinthians" e tentavam puxar músicas do clube, torcedores rivais desfilavam camisetas e bandeiras das mais variadas cores. Ainda assim, predominava o amarelo, afinal, era noite de Seleção.

O verde, normalmente proibido no local, estava presente nas camisas do Palmeiras e até em uma bandeira do Guarani. Havia o alvinegro do Santos, as três cores do São Paulo e diversos outros uniformes, inclusive os dos corintianos, donos da casa.

Na partida entre Brasil e Colômbia a rivalidade entre os quatro grandes paulistas deu o tom, com provocações, brincadeiras e o mais importante: paz.
Antes de a bola rolar, a atmosfera era mais de Campeonato Brasileiro do que de Olimpíada. Bastou um torcedor ironizar o caro e luxuoso estádio do Timão para outro rebater gritando: "Palmeiras não tem mundial". Apesar da venda de bebidas alcoólicas liberadas dentro da Arena e alguns ânimos mais acirrados, não houve registro de confusões.

uando a partida começou, no entanto, todos se uniram pelo bem maior, a busca pela inédita medalha de ouro para o futebol brasileiro. Renato Augusto foi tietado pelos corintianos, Gabriel Jesus teve o nome aplaudidíssimo pelos alviverdes, mas, no geral, as paixões clubísticas ficaram de lado. Isso ficou claro na substituição de Gabigol. Alguns rivais do Santos até esboçaram puxar vaias, mas elas acabaram abafadas pelos aplausos da maioria.

No fim da partida, porém, com a Seleção ganhando de 2 a 0, a rivalidade voltou à tona. Corintianos puxaram o grito de "Timão eô", que ecoou pelas arquibancadas de Itaquera. Rivais responderam com vaias, deixando claro que não aceitariam clubismo durante os 90 minutos.

Após o apito final, aplausos da torcida para a Seleção, mas também dos jogadores para o público, reconhecendo quem soube torcer e conviver. Vitória do Brasil e também da tolerância.

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