Folhas secas e muita saudade! Há 15 anos, morria o craque Didi

'Príncipe Etíope' e bicampeão mundial deixou como herança futebol refinado e passagens com títulos por Fluminense, Botafogo e Real Madrid

O presidente de honra da Fifa João Havelange aplaude o ex-jogador Didi em festa de gala da entidade em 2000
(Foto: AFP PHOTO / PHILIPPE HUGUEN)

Escrito por

O dia 12 de maio remete a muita nostalgia para os amantes do futebol. Há exatos 15 anos, Didi, que se consagrou com as camisas de Fluminense, Botafogo, Real Madrid e Seleção Brasileira encerrava sua carreira aqui na Terra, aos 72 anos, por complicações decorrentes de um câncer. Como lembrança, ficavam as "folhas secas" esparramadas em redes de adversários e o futebol elegante do "Príncipe Etíope", epíteto dado pelo dramaturgo Nelson Rodrigues.

Após passagens por clubes como Americano, Lençoense-SP e Madureira, Didi desembarcou no Fluminense em 1949, onde começou a dar seus passos rumo à consagração, e começaram a notar seus passes e jogadas de trivela e de futebol refinado. Em sete anos no Tricolor das Laranjeiras, o meia ganharia o Campeonato Carioca de 1951 e a Copa Rio de 1952.

Porém, ainda faria bem mais aos olhos do país. Na noite de 16 de junho de 1950, entraria para a história do Maracanã, ao ser o primeiro jogador a balançar a rede do estádio, abrindo o placar para a Seleção Carioca. A vitória, porém, ficou com a Seleção Paulista, por 3 a 1. Vieram convocações para a Seleção Brasileira, até sua ida para a Copa de 1954 ser confirmada, mas, na "Batalha de Berna", o sonho do título não resistiu à força da Hungria liderada de Puskas. 

Em 1956, Didi mudou de clube, mas seguiu no Rio de Janeiro, para defender o Botafogo. Ao lado de Garrincha, Nilton Santos e Quarentinha, viria o Campeonato Carioca do ano seguinte, com um sonoro 6 a 2 sobre o Fluminense. Mas o marco ficaria ainda maior para sua carreira no ano seguinte.

Ao lado de nomes como Pelé, Garrincha, Vavá, Zito, Zagallo e uma constelação, Didi estava na Copa do Mundo de 1958. Com uma campanha irresistível (na qual marcou um dos gols da semifinal contra a França), o "Príncipe Etíope" fez parte da Seleção Brasileira que fez um país gritar "a taça do mundo é nossa". 

No ano seguinte, Didi partiria para a Europa. Com as cores do Real Madrid, o futebol se manteve refinado, e ganhou a atenção do Velho Continente, com a equipe que conquistou a Taça dos Campeões Europeus de 1959-60.

Porém, em 1960, sua volta ao Botafogo foi confirmada. Com a camisa alvinegra, ainda houve mais tempo para fazer história, conquistando os Estaduais de 1961 e 1962.

O ano de 1962 ainda reservaria um reencontro com a Copa do Mundo. Mesmo quatro anos mais velha e contando com Amarildo no lugar de Pelé, que se lesionou, a Seleção Brasileira da qual participou mais uma vez não decepcionou e, com um Garrincha que chamou a responsabilidade, garantiu a vitória por 3 a 1 sobre a Tchecoslováquia na decisão.

Ainda viriam passagens pelo Sporting Cristal (PER), Vera Cruz e uma despedida no São Paulo. Até que o futebol passou a ser visto à beira de campo.

Lançado como treinador no Sporting Cristal, Didi teve seu auge quando conduziu a seleção do Peru a uma inédita classificação à Copa do Mundo. Com a história equipe liderada por Cubillas, o "Príncipe Etíope" ajudou os peruanos a fazerem um duelo árduo contra o Brasil de Zagallo, mas não resistiram e caíram por 4 a 2.

Como técnico, ainda viriam passagens por clubes peruanos, pelo River Plate, São Paulo, Cruzeiro e pelo Botafogo. E as conquistas viriam em dois continentes: dois Campeonatos Turcos pelo Fenerbahçe, e o Campeonato Carioca de 1975 à frente do Fluminense.

News do Lance!

Receba boletins diários no seu e-mail para ficar por dentro do que rola no mundo dos esportes e no seu time do coração!

backgroundNewsletter