Careca analisa empate na Argentina e sente falta de liderança
Auxiliar pontual acredita que empate acabou sendo ótimo pelas circunstâncias, pede que Seleção tome iniciativa contra o Peru e diz que jogadores de hoje precisam falar mais
O empate contra a Argentina fez com que o Brasil atingisse, em números absolutos, seu pior início de Eliminatórias na história, com apenas quatro pontos ganhos em três jogos disputados. Mas o auxiliar pontual da Seleção Brasileira, Careca, entende que o 1 a 1 no Monumental de Núñez não foi mau resultado.
- Pelas circunstâncias, foi até ótimo. Depois do primeiro tempo, com bolas atravessando ali na frente... - comentou Careca em participação no programa "Bem, Amigos", do Sportv.
O ex-atacante da Seleção nas Copas de 1986 e 1990 bateu várias vezes na tecla de que o adiamento do jogo prejudicou a concentração dos atletas e comentou o desempenho do Brasil na partida:
- Os meninos têm muita qualidade. Mas, realmente, no primeiro tempo não entraram em campo. Tiveram muita dificuldade. A gente sabia que ia levar uma pressão. E realmente nós não existimos no primeiro tempo. No segundo tempo, fomos um time que acreditou mais e tivemos até situações para até virar o marcador. Fizemos o gol de empate e o time foi mais solto, foi mais time, teve até mais vontade de chegar à vitória - comentou Careca.
Para o jogo contra o Peru, nesta terça (17), porém, o membro da comissão técnica brasileira pede que a Seleção tome a iniciativa do jogo:
- Eu sinto que o grupo é forte e estão fazendo essa blindagem para o time dar o máximo. Amanhã é um jogo diferente e o Brasil precisa tomar iniciativa - completou o ex-centroavante.
Além disso, o auxiliar pontual da Seleção cobrou uma mudança de postura. Sem se restringir ao selecionado nacional, Careca destacou a importância de jogadores com a voz ativa no grupo e contou uma história de sua carreira para ilustrar o perfil de jogador que, na opinião do ídolo de São Paulo, Guarani e Napoli, está em falta no futebol de hoje:
- A liderança sempre foi importante. Tem jogadores que não são de falar, mas, na pegada, eles aparecem. Eu sempre fui de falar. Quando fui pro Japão, tinha 8 japoneses no meu time. Eu não falava nada de japonês. Eu falava, eu gritava. Ninguém entendia nada. Mas eu assustava. Eu falava e alguém olhava. Isso é importante. Isso é que falta. Não só na seleção, mas no geral - concluiu o craque.