Caçula, Jesus está ansioso por estreia do Brasil na Copa: ‘Tranquilo não é’

Aos 21 anos, camisa 9 é o mais novo da Seleção Brasileira na Rússia e está ansioso pelo jogo contra a Suíça. Titular e valorizado, faz questão de ressaltar a força do grupo brasileiro

Gabriel Jesus
Maravilhado com a chance de disputar uma Copa, Jesus deve ser titular na estreia (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

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Gabriel Jesus vive a expectativa de estrear na Copa do Mundo. Aos 21 anos, o atacante é o mais novo da Seleção Brasileira e não escondeu a ansiedade para o jogo contra a Suíça, que será disputado neste domingo, em Rostov. O camisa 9 será um dos titulares do técnico Tite e, em entrevista coletiva, fez questão de ressaltar o coletivo brasileiro. Nem mesmo a artilharia do Mundial seduz mais o avançado do que a chance de ajudar o grupo. 

- Mesmo eu tirando outras estreias de letra, tranquilo não é, ansiedade bate um pouco, é normal. Se tratando de Copa do Mundo, o maior torneio que temos no futebol... Assim como é jogar em todos os outros campeonatos. É procurar ficar tranquilo - ponderou o garoto, quando questionado sobre suas estreias em outros campeonatos, com o Inglês, pelo Manchester City e a Liga dos Campeões. 

Embora seja um dos principais jogadores do grupo, Gabriel busca se espelhar em Neymar, com quem tem ótima relação desde 2016, quando disputaram juntos a Olimpíada no Rio de Janeiro. O camisa 9 espera que seu companheiro de Seleção brilhe no torneio e que a força do grupo prevaleça diante das adversidades. Para Jesus, a união fora de campo pode fazer a diferença dentro das quatro linhas. 

- Há quatro anos, eu olhava ele na Copa, mas há dois não conhecia pessoalmente. Fui conhecer na Olimpíada. Tratou eu, minha família e amigos muito bem. A família dele também. Isso que conta. Independente de resultados dentro de campo, fora de campo isso tem seu valor. Ele me dá conselhos, isso é muito importante. Tendo uma boa relação, considerar o companheiro um irmão, você leva isso para campo e as coisas fluem. Você corre mais pelo seu amigo, dá a vida. As relação que eu tenho com todos, ajuda bastante - afirmou.
 
Gabriel Jesus não quis falar sobre uma possível artilharia da Copa do Mundo e evitou ao máximo individualizar os elogios, sempre canalizando suas respostas para a força do Brasil. Nessa linha, acredita que o talento individual, seja dele mesmo, de Neymar, Coutinho ou quem estiver em campo, vai aparecer a partir do momento em que a Seleção tiver um rendimento coletivo positivo. 

- Eu jogo tranquilo, normal. Sou bem acionado, ajudo bastante mesmo sem a bola. Não só por causa do quarteto (ofensivo). Artilharia tem bastante jogadores. O meu foco é ajudar a equipe de alguma forma, gols, assistências, carrinho. O foco é o coletivo. O coletivo funcionando bem, o individual vai aparecer. Não sei o pensamento deles (companheiros), mas o foco é ajudar. Correr mais é no sentido de ajudar a equipe, mesmo que for para recompor para o companheiro. Mentalmente fortes, como falam. Correr mais quando perde a bola, para ter a bola. Temos qualidade para jogar. Correr mais é isso. Correr para frente, mesmo sem a bola - completou. 


No penúltimo treino em Soshi antes da viagem a Rostov, o técnico Tite esboçou o time que pretende mandar a campo contra a Suíça com: Alison; Danilo, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Casemiro; Willian, Coutinho, Paulinho e Neymar; Gabriel Jesus. 

Confira outros pontos da entrevista coletiva de Gabriel Jesus: 

Clima da torcida no Brasil
Bom, nós jogadores, repórteres, todos somos torcedores e sabemos que queremos torcer, que a Seleção ganhe, no Brasil não é diferente. Torcida em peso nos lugares que estou vendo, estão se programando para ver os jogos. Temos de nos unir, o apoio dos torcedores vai fazer toda a diferença.

Ser o mais novo da Seleção
Claro que se tratando de não ter jogado uma Copa, você não tem experiência, é lógico. Todo mundo conversa aqui, passam ajudas e experiências. Mais do que um time, temos que ser unidos, uma família, porque vamos enfrentar uma Copa do Mundo juntos em busca de vencê-la. Seleção o ambiente é muito bom. Brincadeiras vão existir, mas sacanagem não. Garoto que sou, venho querendo ajudar.

Ajudar o time na marcação
Eu sempre fiz isso. Desde quando subi para o profissional e jogava de ponta esquerda. Sempre ajudei a equipe muito e me dediquei. Sempre vou fazer, até onde meu corpo deixar. Tenho muito tempo ainda. Uma roubada de bola, uma pressão, isso ajuda no contra-ataque. Podemos não só com a bola, mas sem a bola também sermos eficientes.

Comemoração 'Alô, mãe' e patrocínio da Vivo
Primeiramente, não tem nada a ver com a Vivo essa comemoração. Não chegou nada a mim que me impeça de fazê-la. É para minha mãe, uma homenagem minha para a minha mãe, não tem porque não fazer

Sonhos quatro anos depois de pintar a rua
Acho que isso não é questão de sofrimento, de ser brasileiro, de torcer. Muitos que estão na Seleção e outros que não, pintaram a rua, é normal, torcer. Temos que torcer sempre, independente de como for a situação da seleção. Nós, todo o Brasil, queremos sempre estar no topo do mundo. Acredito que isso traz um orgulho, você mostrar que conseguiu alcançar seu objetivo, seu sonho. uma demonstração de você pode, é só ter coragem.

Vídeo vazado pelo amigo de treino fechado
Primeiro que eu acertei a cabeçada, isso foi bom. Imagina se tivesse errado? Eu sendo novo não sou tão experiente e meu amigo também não é. Não foi experiente em saber que não podia publicar o vídeo. Se tivesse colocado algo tático, aí eu iria levar bronca, sim.

Artilharia e disputa com Firmino
Complicado. Eu particularmente vou torcer pela Seleção. Se Neymar ou Coutinho fizer, vou ficar feliz. Vou torcer pela Seleção. Nas últimas entrevistas, eu deixei e vou deixar bem claro: é um benefício que a Seleção ganha. Tem dois centroavantes titulares, assim como em todas as posições. Briga boa, sadia, ajuda o time a evoluir. Fico contente que Firmino venha bem, ajudando a gente. Fez ótima temporada, eu também. Vamos torcer um pelo outro sempre

Gols marcados pelos atacantes
Os números apontam algo, por mais que sejam apenas números, mas o coletivo do Brasil é muito forte, muito bom. A gente vem jogando e mostrando que mesmo os que não estão jogando entram e fazer gols, ajudam. O professor substitui e o nível continua o mesmo ou até mais alto. Estamos fazendo gols, mas também tem os caras que roubam bolas. As pessoas que defendem. Para a bola chegar limpa lá na frente, precisa do passe bom. O coletivo do Brasil é muito bom.

Esquecer dos problemas do Brasil na Copa?
Se trata de Copa do Mundo, o mundo para para torcer por seu país. No Brasil não é diferente. Sabemos da situação do Brasil que não é de hoje, não tem como não falar de Copa de Mundo. Brasileiro quando entra no assunto de futebol, o debate vai longe.

Candidatos à artilharia
É difícil citar nomes de artilharia da Copa do Mundo, muitos jogadores que tem possibilidades de terminar como artilheiro. Particularmente, seria muito bom terminar como artilheiro, mas dou importância para o coletivo.

Família e 'Dona Vera', sua mãe
Ela está feliz por saber que estou fazendo o certo, não só porque estou prestes a disputar uma Copa do Mundo, não porque sou o Gabriel mas porque eu me tornei um homem do bem, minha mãe me educou muito bem. Sou um cara tranquilo, do bem. Trato todos iguais.  Faz tempo que ela não comenta comigo sobre impedimento. Ainda bem... (Risos). Sou muito feliz em ter não só minha mãe, mas meus irmãos, amigos, sobrinhos, perto de mim. Fico feliz que eles estejam aqui. Sabemos como a família é importante nos momentos feliz ou tristes. Família perto você fica mais feliz.

Colocar o nome na história
Quero colocar o meu nome na história do Brasil, mas não é porque eu coloquei, que apaga o passado. Temos de reconhecer nossos ídolos. Estão torcendo para a gente, para que possamos ter nosso nome guardado com vitória. quero colocar meu nome junto.

Vê outros jogos?
Quando dá, eu assisto sim. A abertura não deu porque estava treinando. Mas eu gosto de assistir sim, independente do país. Gosto de futebol. Claro que não assisto o jogo inteiro. 

Tite fica depois da Copa? 
Não gosto de falar do futuro, gosto de falar e viver o presente, que é o que importa. futuro a Deus pertence, isso me ajuda bastante. Tite está fazendo um grande trabalho, independente do resultado. O trabalho dele, com ele, estou vendo que funciona bastante. Futuro é complicado falar.

Suíça, adversária da estreia 
Ainda não entramos no assunto da Suíça para falar a verdade. Vamos entrar, vamos trabalhar. Temos dois dias para trabalhar em cima da Suíça. Desde o último amistoso, estamos trabalhando. Vamos começar a trabalhar nos dois dias. Suíça tem suas qualidades, jogam de formas diferentes, não tem como prever como eles vão jogar. Temos de entrar ligados para fazer uma bela partida no plano A ou B. 

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