Sonho tricolor: beque do Bernô vibra com chance de enfrentar time do pai

Titular no duelo deste sábado, João Francisco está ansioso para enfrentar o São Paulo, time do coração de seu falecido pai. Fã de Diego Lugano, leva até o apelido do zagueiro uruguaio

João Francisco
Aos 12 anos, João chegou a fazer teste nas categorias de base do São Paulo, mas não ficou (Foto: Arquivo Pessoal)

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Entre os 11 titulares do São Bernardo na partida deste sábado, contra o São Paulo, um deles carrega consigo uma emoção diferente. Estreante no Bernô, o jovem zagueiro João Francisco terá frente a frente o time do coração de seu pai, falecido em 2012, e a chance de encontrar um de seus ídolos, o beque uruguaio Diego Lugano.

– Meu pai sempre foi são-paulino fanático, e desde criança eu gosto de futebol vendo o São Paulo jogar, Raí, Rogério Ceni, Kaká, Lugano... Além de jogar contra meu time de infância, vou encontrar minha referência. Tenho certeza que onde meu pai estiver, ele vai estar feliz e satisfeito por toda a luta para eu virar jogador – conta ao L! o defensor de 23 anos, que perdeu o pai Flávio Amaral, vítima de câncer.

Com contrato até o o meio do ano, o grande sonho de João é um dia vestir a camisa tricolor. Antes, porém, a meta é ajudar o Bernô a melhorar de rendimento no Campeonato Paulista.

– O sonho dele era que eu jogasse no São Paulo. Cheguei a fazer teste, mas era novinho demais e não tinha ainda alojamento em Cotia para ficar, então foi para o Paulista de Jundiaí e fiquei seis anos lá – lembra, antes de falar sobre a semelhança física com Lugano. Quando jogou no Grêmio, o nome do ídolo seu apelido.

– Dizem que é parecido (risos).

Entre o orgulho de ter 'vingado' na carreira de jogador de futebol à pedido do pai, João também se sente honrado e satisfeito ao falar que recusou uma proposta do Espanyol, de Barcelona, para cuidar do pai que estava doente. Hoje, sem arrependimentos, trilha os caminhos que Flávio Amaral gostaria de ter ajudado a escolher.

E a história de João Francisco deve ganhar mais capítulos nos próximos anos. O volante que virou zagueiro já cursou dois anos de psicologia em uma faculdade particular da Capital e quer terminar o curso.

– Eu tranquei porque não dava para conciliar, mas pretendo retomar assim que possível. Fiquei triste em ter que sair, acho fundamental ter uma formação assim – relata.

Fã de psicologia e de Lugano, a meta deste sábado, além de vencer o Tricolor, vai ser convencer o uruguaio a trocar a camisa no fim do jogo, já que é avesso às trocas...

Bernô
João Francisco usará camisa 3 no jogo de hoje (Foto: Divulgação)

BATE-BOLA JOÃO FRANCISCO AO LANCE!

‘Jogar no Soberano seria surreal, sonho’

Seu grande sonho é um dia jogar no Tricolor?
Sem dúvida. A gente vive uma vida tão difícil dentro do futebol que qualquer oportunidade seria maravilhoso. Mas jogar no Soberano seria surreal, fantástico. Meu sonho.

Sempre gostou do São Paulo?
Sim, desde criança. Mas depois que comecei a jogar a gente adota uma postura mais imparcial, mas sempre será meu time de infância, o time que meu pai amava. Falar de futebol, de São Paulo, me lembra meu pai. Era um grande amigo e o São Paulo faz parte de nossas memórias boas juntos. Bom demais lembrar.

E seus irmãos?
Grande parte da minha família é torcedora. Tenho um irmão por parte de mãe e pai e duas irmãs mais velhas que são só por parte de pai. Em casa sou só eu, minha mãe e meu irmão. Sou de Orlândia, interior de São Paulo, e estou morando sozinho em São Bernardo atualmente.

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