Presidente do Conselho de Ética do SP critica Ataíde por divulgar gravação
Desembargador José Roberto Blum diz que assunto teria de ser discutido apenas internamente e fala em possível punição ao vice, além de possibilidade de punir Aidar<br>
Nomeado presidente do Conselho de Ética do São Paulo que apurará a briga entre Ataíde Gil Guerreiro e Carlos Miguel Aidar, o desembargador José Roberto Blum fez críticas ao vazamento da gravação da conversa entre os dois dirigentes que culminou na renúncia do ex-presidente, em outubro. Quem vazou foi Ataíde, que segundo Blum entrou em contradição e pode ser punido por isso.
- O próprio envolvido (Ataíde) nisso declara por escrito ao São Paulo que o conteúdo da fita devia ser mantido em sigilo para não expor o clube. São incongruências. Lá no conselho é o palco certo para acontecerem estas discussões - afirmou, Blum ao Bate-Bola da ESPN.
- Não posso adiantar o que nós vamos fazer. A imparcialidade na decisão é o que mais importa, mas há um fato jurídico e um fato em si. Houve uma rumorosa publicidade em torno dessa situação. E ferir coisas como estas está proibido, segundo o Código de Ética do clube - completou.
Ataíde divulgou a gravação na última quarta-feira, a jornalistas no CT da Barra Funda. No áudio, Aidar propõe dividir uma comissão pela contratação do zagueiro Gustavo, da Portuguesa. Ataíde não aceita e critica o então presidente.
Dois dias depois da realização desta gravação, Ataíde e Aidar se desentenderam em um hotel na capital paulista e, segundo testemunhas, o vice de futebol agrediu o ex-presidente. A crise culminou na renúncia de Aidar e agora os dois podem ser expulsos do quadro de conselheiros do clube.
- O fato já pressupõe, no mínimo uma advertência. É inadmissível que um são-paulino e, muito menos, um dirigente, faça isso. A segunda hipótese, é uma suspensão de 90 dias. A terceira hipótese é a cassação do mandato do conselheiro - declarou Blum.
Escolhido pelo presidente do Conselho Deliberativo para comandar o Conselho que julgará a briga, o desembargador disse que está envergonhado por ter de voltar à sua vocação para resolver uma pendência no São Paulo.
- Para quem está há 58 anos no São Paulo, esta é a primeira vez que estou voltando às minhas origens jurídicas. É desagradável, penoso lidar com uma realidade dessas. Mas ela existe, e vamos enfrentar de peito aberto e coragem. Vamos passar o São Paulo a limpo! - afirmou.
Além da briga entre os dirigentes, Blum será encarregado da investigação sobre as denúncias contra Aidar, feitas por Ataíde.
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