Opinião: Uma cilada para Rogério Ceni

Goleiro pode participar de partida do título corintiano ou estragar festa da equipe de Tite no próximo dia 22, em Itaquera 

Rogério Ceni, São Paulo (Foto: Miguel Schincariol/LANCE!Press)
Ceni fará seu último Majestoso no dia 22  (Foto: Miguel Schincariol/LANCE!Press)

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Um dos condimentos que tornam o futebol saboroso é a capacidade que o esporte bretão tem de criar boas histórias. E é comum que os roteiros, atraentes para o grande público apaixonado, apresentem ciladas para os personagens que estão em ação. Escapar dessas armadilhas ou não é interferir nos rumos, rabiscar páginas doces ou amargas. Um exemplo é a “roubada” que a tabela do Brasileirão preparou para os últimos passos de Rogério Ceni, ídolo-mor e jogador mais vencedor do São Paulo. O goleiro deve retornar ao time diante do Atlético-MG, na próxima quinta-feira, após superar uma lesão. Caminha, assim, para realizar seus quatro derradeiros jogos oficiais com a camisa tricolor. Caso a equipe perca para o Galo, ficará mais distante de garantir uma vaga na próxima Libertadores – a única pérola possível no mar de lama que se apoderou do Morumbi nesta temporada. De quebra, o mau resultado em casa poderá jogar o capitão em uma fria que certamente não estava nos seus planos. O cenário indesejado se insinuará se, no mesmo dia, o Corinthians não derrotar o Vasco e vir adiado, pela segunda rodada seguida, a conquista do hexacampeonato.

E qual a oportunidade seguinte? Justamente um clássico contra o São Paulo, na ainda novíssima arena de Itaquera. O Corinthians terá a chance de conquistar seu primeiro troféu no estádio e, por ironia do destino, exatamente em um Majestoso. Uma série de circunstâncias inflariam a narrativa. Foi diante do Corinthians que Ceni marcou seu gol de número cem. A estatística ganhou tintas douradas por tratar-se de um goleiro-artilheiro, artigo raro, chegando a tão expressiva marca em um jogo especial. Foi um dos vários episódios importantes da história mais recentes do clássico. Neste ano, os clubes se encontraram pela primeira vez na Liberadores. Foi uma vitória para cada lado, mas o triunfo alvinegro, em casa, é tido como das atuações mais grandiosas da equipe comandada por Tite neste ano. E o palco foi a arena que abrigará o duelo do próximo dia 22.


Se o título corintiano vier na próxima rodada, o último Majestoso de Ceni ganhará outro contorno, ainda interessante. Os corintianos gostam de referir-se ao Morumbi como “salão de festas“, pela quantidade de títulos obtidos no estádio. Vencer será uma forma de o São Paulo jogar água na festa do rival, seguir na disputa pela vaga na Libertadores e dar um caminho final mais a caráter para o ídolo. São elementos que apenas esboçam o desfecho de uma carreira que já está entre as mais gloriosas do futebol brasileiro. Mas que poderia não haver essa cilada...

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