Marco Aurélio chora em volta ao São Paulo, nega crise e descarta reforços

Novo diretor-executivo foi apresentado neste sábado, em coletiva no Morumbi, e se emocionou. Ele aposta na recuperação do grupo para tirar time de situação 'incomum'

Marco Aurélio Cunha abraça o presidente Leco 
(Foto: Divulgação)

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Seis anos depois, Marco Aurélio Cunha está de volta à diretoria do São Paulo. Apresentado neste sábado como novo diretor-executivo em substituição a Gustavo Vieira de Oliveira, Cunha se emocionou ao falar do retorno e disse que apostará na recuperação do grupo para tirar o Tricolor de uma situação que chamou de "incomum". 

Marco Aurélio foi apresentado pelo presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, que proferiu algumas palavras e logo deixou a sala de imprensa do Morumbi. Carismático como de costume, Marco disse que não é momento de chegar "chutando a porta" e que o jogador só reagirá caso ele sinta que a diretoria sabe o que está fazendo.

- O problema do São Paulo é que não está rendendo, tem que render mais. O clube de futebol quando não tem resultados, ele tem problema. Vou citar o Grêmio, que começou perder. No futebol é isso. Minimizar os erros, diminuir a pressão externa, que é muito maior do que ela existe mesmo, ter um time mais coletivo. São problemas que não são diagnosticados assim, acontecem no futebol. Estamos virando a página para uma fase melhor, identificando pequenos problemas. Não adianta vir aqui chutar a porta, o jogador quer informação. O que eu posso fazer para melhorar. O jogador de futebol é muito inteligente, quando ele recebe o caminho, ele responde. Mostra. Quando o caminho está muito aberto, a força é menor - declarou ele, que também é conselheiro vitalício do São Paulo.

Marco Aurélio disse que retornou por conta do apelo da torcida e para ajudar o clube na situação difícil. Agradeceu à CBF por permitir a licença dele e disse que a ideia é retornar à Seleção feminina no fim do ano. Assim, não deve fazer contratações agora e terminar 2016 com o que o São Paulo já tem. Depois da entrevista, ele apresentou o zagueiro Douglas e o atacante Robson, que já estavam contratados.

- Contratar é uma arte. Não dá para contratar por bacia. Vamos fazer desde que seja alguém que venha para ajudar neste momento. Estamos a dois meses e 20 dias para o fim do campeonato, tem de ser rápido e ter condições plenas. Trazer por trazer não é do meu interesse. Acho que não vou contratar ninguém, não - afirmou o dirigente.

A entrevista de Marco foi acompanhada pelo vice-presidente de futebol, José Médicis, e o diretor José Jacobson. A chegada de Marco também acalma o clima, que era pesado em cima da figura de Gustavo, perseguido por oposição e torcida. O dirigente receberá salário do São Paulo, mesmo sendo conselheiro vitalício.

Confira outros trechos da entrevista de apresentação de Marco Aurélio Cunha:

Retorno ao São Paulo

É uma honra retornar ao meu clube, onde comecei minha carreira. Aqui foi meu primeiro emprego, por isso voltei. Não por vaidade, não por necessidade. Voltei porque os diretores atuais entenderam que era o momento. O convite me deixou extremamente feliz, agradeço Marco Polo por ter me liberado nesse período para ajudar o São Paulo nessa fase mais difícil. Quero que cada torcedor saiba que vim por eles, para mudarmos esse momento negativo e para depois mudarmos mais.

O que mudou de 2008, a outra passagem, para hoje no São Paulo?
Futebol são ciclos. Vivemos um ciclo virtuoso de 2005 a 2009, não se ganha o tempo todo. Teve o ciclo do Corinthians, Santos, agora parece o Palmeiras tendo um ciclo bom. Os times vão, voltam, jogadores saem, jogadores que têm visibilidade e fazem sucesso são contratados. Tivemos alguns equívocos em termos de formar uma equipe, isso está claro. Basta que retorne um nível de contratações. Precisamos ser mais competitivo. A equipe brilha pela competitividade.

Como foi o papo com os atletas?
Tem de ser mostrando alguma coisa para que ele cresça, para que ele melhore. Vim para mostrar onde tem coisa que pode ser melhorada. Cobrar não é a palavra, não coloco culpa em ninguém. Hoje, nenhum time importante do futebol mundial consegue ser competitivo e extremamente intenso, a doação física é máxima. Futebol hoje é atleta de ponta. Se ão jogar nesse nível fica submerso.

CBF
Eu não seria liberado, tenho compromissos com as seleções femininas e tenho ajudado eu outros setores. Estou muito comprometido com as mudanças que o futebol brasileiro vem fazendo. AO presidente Marco Polo eu disse do apelo do são paulo, ele me deixou à vontade e disse que me daria uma licença até o final do ano. Meu compromisso é retornar, nunca pensei na minha carreira direito. Eu não me programo, as coisas vão acontecendo. Nunca me imaginei na CBF, sendo vereador. E não imaginava voltar neste momento, a vida é feita dessas boas surpresas. O que vai acontecer depois não faço a menor ideia.

É um cala-boca para a oposição?
A oposição está aqui comigo porque tenho inúmeros amigos lá e amigo não trai amigo. Temos de trabalhar juntos pelo São Paulo. É o time entrando em campo, cada um de nós trabalhando pelo São Paulo. Minha linha pode ser diferente, mas quando sento à mesa vou ajudar quem esta no poder. Isso é colaborar com aquilo que você está fazendo. Não posso admitir alguém torcer para dar errado. Estou aqui para as coisas andarem bem. Temos de fazer a equipe evoluir e o São Paulo ser o que sempre foi. Não é discurso político, é de moralidade. Tem de andar bem com seus membros, com as pessoas que trabalham ao lado.

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