Ceni conta como Osorio mudou sua cabeça para a carreira de treinador

Goleiro-artilheiro exalta aprendizado com o técnico da seleção mexicana, onde fará estágio, e sonha ganhar a Libertadores também na beira do gramado

Rogério Ceni
Rogério Ceni (Foto: Alan Morici/ Lancepress!)

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Rogério Ceni quer ser treinador. Para tal, nos últimos anos passou a se preparar, inclusive com viagens e visitas a nomes de peso como José Mourinho e Pep Guardiola. O ímpeto do ídolo do São Paulo, no entanto, foi contido justamente em seu último ano da carreira como atleta, graças a um técnico até então desconhecido para os brasileiros.

– Penso em ser técnico e muitas vezes olhava para o trabalho que era feito aqui e tinha certeza que poderia ser melhor. Mas há profissionais que você vê e pensa: “Não, preciso me preparar muito mais”. E a vinda do (Juan Carlos) Osorio me mostrou isso. Eu já achava que não tinha mais nada a acrescentar – revelou o goleiro-artilheiro tricolor ao LANCE!.

Ceni e Osorio trabalharam juntos por quatro meses e 18 partidas. Nesse curto período de tempo, o aproveitamento nos resultados não foi dos melhores, mas os ensinamentos do colombiano nunca serão esquecidos pelo capitão. Tanto é que ambos já combinaram um estágio na seleção mexicana em 2016.

– Aprendi muito no treinamento diário, com conceitos de campo. Foi aí que vi que não estava tão preparado quanto imaginava. Foram quatro meses de muito aprendizado. Do que aprendi e escutei ao longo da carreira, vi treinadores que, comparativamente, me sentia preparado para seguir a carreira pós-atleta. Osorio mudou isso – reforçou.

Juan Carlos Osorio comanda treino do São Paulo (foto:Eduardo Viana)
Trabalho de Osorio nos treinos foi exaltado por Rogério Ceni diversas vezes nesta temporada (Foto: Eduardo Viana/LANCEPRESS!)


Há quem já peça Ceni no comando do São Paulo em 2016. O Mito, que tem repensado as chances de manchar sua imagem como jogador pela cultura de resultados para treinadores, prefere esperar. O ídolo, graças a Osorio, promete se preparar muito mais e deve fazer estágio também com Jurgen Klinsmann, alemão que dirige a seleção dos Estados Unidos. Enquanto isso, os tricolores seguem sem a definição de quem será o técnico no próximo ano.

Confira bate-papo exclusivo com Rogério Ceni:

Por que está reticente quanto a ser treinador depois de parar?

Tem o desejo de ajudar, de querer ganhar, vencer, ser campeão de uma Libertadores como treinador e não só como jogador. Mas você também tem algumas situações que dizem para você ter bom senso e não estar ligado numa função dessa num clube que você se projetou durante tanto tempo como atleta. Mas penso em estudar futebol de uma certa maneira, em outra função que não jogador.

Repensou algo depois que errou contra o Palmeiras?

Não, o lance vai acontecer com muitos outros goleiros. Mas mais pela nossa cultura, não tanto da torcida, mas dos dirigentes. Tivemos um exemplo aqui, 33 dias de trabalho (cita a passagem de Doriva). Quando você tem uma convicção e traz um profissional, não pode deixar ele trabalhar só 33 dias. Você tem de ter um mínimo de tempo, e no Brasil, se você tem elenco ou não tem, o resultado tem de vim.

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