Por título, ‘antecessor’ de Zeca dá conselhos ao lateral do Peixe
Marcos Adriano foi titular na esquerda na campanha do vice-campeonato de 1995, era destro como atual dono da posição e viu troféu escapar na final com o Botafogo
“Em 95 não desisti...”. O canto que mais embalou a torcida do Santos nesta temporada remete à campanha de 1995, em que o Peixe foi vice-campeão, na visão de muitos de forma injusta por conta do gol mal anulado de Camanducaia na final contra o Botafogo - a partida terminou 1 a 1 e os dois gols foram irregulares.
Mas 21 anos depois, não é só o canto a única lembrança do time que marcou época para milhares de alvinegros. A equipe que briga pelo título, assim como a de 1995, tem um lateral-esquerdo destro.
A de 95 contava com Marcos Adriano, elogiado pela maioria. Hoje é Zeca quem dá bola pelo lado esquerdo da defesa e é praticamente unanimidade na Vila Belmiro.
– Demoraram a acertar com um lateral-esquerdo no Santos depois do Léo. Achei legal que ele entrou pela confiança do treinador. Não sei se o Zeca começou na esquerda, mas pode ter certeza que vai longe e merece ser elogiado – declarou Marcos Adriano em entrevista ao LANCE!.
Elogios à parte, tanto o novo quanto o velho lateral sabem que a corrida pelo título não depende só do Santos. Mas nesta quinta-feira, contra o Vitória, às 19h30, na Vila Belmiro, vencer é obrigação para o Peixe seguir na cola do líder Palmeiras.
Depois de ter dominado os princípios básicos, inclusive cruzar com a perna esquerda, Zeca ouviu conselhos do antecessor e concorda que o canto da torcida tem que ser colocado em prática na reta final.
– Não serve só por estarmos brigando pelo título, mas pelo time que o Santos é. Tem sempre que estar lá em cima e pela torcida que tem, que sempre nos apoia e que continue nos apoiando. Agora é a decisão. Vamos fazer a nossa parte, de degrau em degrau. Se tiver o tropeço do Palmeiras, vamos fazer de tudo para chegar – acrescenta Zeca.
Com a sensação de injustiça em 1995, Marcos Adriano torce pelo Santos, mas principalmente por Zeca, seu sucessor em posição e característica. A cada cruzamento certo (de perna direita) do camisa 37, é uma pequena realização para Marcos, que vê de Alagoas uma nova chance para o Santos buscar um título nacional novamente.
– Se o Santos chegar, vou ficar mais feliz ainda. Estarei torcendo!
Veja a entrevista exclusiva com Marcos Adriano:
Você vê semelhanças entre o time de 1995 e o de hoje?
Era outra situação, o Santos sempre fez time para chegar. Torço pelo Santos. É como o Flamengo, quando chega, incomoda. Tem algumas coisas parecidas, a vontade, a molecada, torço pelo Dorival para chegar mais uma vez. É difícil, mas tem chance.
Você crê que houve injustiça em 1995? Um título em 2016 seria uma maneira de esquecer isso?
Tenho até receio de falar sobre isso. Vimos a arbitragem falhando nesse campeonato, mas o Palmeiras tem seus méritos. Claro que tem “chororô”, mas se o Palmeiras for campeão, estará em boas mãos, se o Santos chegar, vou ficar mais feliz. Tomara que não seja mais garfado.
Depois do Zeca, outros destros vão se encorajar a jogar na lateral esquerda?
Tomara que sim. Raramente se vê um destro na esquerda. Teve poucos. Se der certo, vou torcer. É uma situação parecida com a minha. Se tiver dificuldade, é treinar, procurar insistir.