Opinião: O céu abre para o Santos pela segunda vez em 2015


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O céu da temporada 2015 abriu para o Santos. Nuvens negras e cinzentas dando lugar ao firmamento limpo não é exatamente uma novidade na paisagem santista deste ano. A primeira mudança climática abrupta transcorreu no Paulistão. Depois de um janeiro tumultuado, com atletas na Justiça por salários atrasados e o caixa vazio, o time, comandado por Robinho, engrenou e foi campeão contra todos os prognósticos - ah, os prognósticos! Há quem goste de diminuir os méritos de uma conquista estadual, virou praxe, mas ela, dentro de um contexto diferente do passado, é verdade, segue valorosa e promotora de autoestima. 

Agora, nas últimas duas semanas, dá-se a segunda virada de panorama meteorológico. Sob o comando do esforçado Marcelo Fernandes, o técnico campeão paulista, e sem Robinho, o Peixe flertava de olhos rútilos com a zona do rebaixamento. As vitórias minguavam - apenas duas por pálido 1 a 0, sobre Cruzeiro e Corinthians -, as derrotas vinham em série e um inédito voo do precipício se desenhava. Então, Dorival Júnior foi contratado. Os esgares e caras amarradas não foram poucos para a contratação. Pois, pasmem (!!!), o técnico deu um belo "cala boca" em crítica e público, desses que o futebol sempre proporciona, vitaminou a equipe e a zona do rebaixamento já é vista apenas com o uso de binóculos. 

Não bastasse o ganho de algum conforto na tabela, o Santos adquiriu prumo na Copa do Brasil, o torneio que, por ser mata-mata, dá esperança até aos desesperançados. Quando Dorival chegou havia não só a pressão da zona amarga da tabela do Brasileirão. Havia a necessidade de virar um cenário ruim contra o Sport, no momento uma das surpresas do futebol nacional. Na Vila, o Santos fez 3 a 1. Talvez ali tenha se desenhado uma luz radiante no fim do túnel, ou, para seguir na metáfora, as nuvens carregadas começaram a bater em retirada. 

                                                   Ricardo Oliveira comemora contra o Corinthians (FOTO: Ari Ferreira) 

O Santos acaba de eliminar o seu maior rival, o Corinthians, no seu novíssimo estádio. Chega a nove partidas de invencibilidade sob o comando do antes questionado Dorival. E dá ao torcedor a sensação de que pode mais. O título da Copa do Brasil, por que não? Chegar ao G4 do Brasileirão, por que não? Para quem tem feito das brumas céu de lírios, por que não? 

E que magia fez Dorival? Seu condão foi simples e certeiro. Lucas Otávio era dono da posição que hoje é de Thiago Maia, mais uma revelação da base alvinegra. Zeca, um destro que joga na esquerda e acertava precoce transferência para os Estados Unidos, arremeteu o voo a pedido do técnico e assenhorou-se da posição. Na primeira oportunidade, fruto de uma suspensão automática de Werley, Dorival não se furtou a colocar o menino Gustavo Henrique para dar mais equilibrio à zaga e não perdeu tempo. Com o sanguíneo e adorado pela torcida David Braz, a defesa passou a ser mais forte. E, principalmente, conquista das conquistas "dorivalinas" devolveu vida ao menino Gabriel. Mais conhecido pela alcunha de Gabigol, ele vivia escanteado pelos antecessores de Dorival. Dizem que era a marra que incomodava. O fato é que o técnico fez a redescoberta do jogador que, aos 18 anos, foi artilheiro da temporada passada pelo Santos.

E MAIS:
> Após brilhar na presença de Dunga, Lucas Lima manda recado 
> Santos elimina três rivais no mesmo ano e quebra tabu 

Por fim, o time tem um meia que não se encontra com fartura nas canchas brasileiras de momento. Lucas Lima busca a bola em qualquer parte do terreno e dá o passe que desmonta a defesa e presenteia Geuvânio, Gabigol, Ricardo Oliveira... Outro dia ouvi dizer que o camisa 20 faz poucos gols. A quantidade deles que oferta aos companheiros tem sido mais que suficiente. Nos quatro gols dos dois clássicos das oitavas, em três serviu decisivamente os colegas. 

Não, o Santos atual não é a máquina de fazer gols de 2010, com o mesmo Dorival, e nem tem vocação para ser um decalque da lúdica equipe de 2002, comandada por neófitos Diego e Robinho. Mas mostra a inequívoca capacidade típica de regeneração do clube da Vila Belmiro. É uma característica histórica e que sempre se reinventa. Tá aí de novo, basta olhar. E quando olhar para o céu santista, não se esqueça: ele se tonifica quando não parece possível. 

O céu da temporada 2015 abriu para o Santos. Nuvens negras e cinzentas dando lugar ao firmamento limpo não é exatamente uma novidade na paisagem santista deste ano. A primeira mudança climática abrupta transcorreu no Paulistão. Depois de um janeiro tumultuado, com atletas na Justiça por salários atrasados e o caixa vazio, o time, comandado por Robinho, engrenou e foi campeão contra todos os prognósticos - ah, os prognósticos! Há quem goste de diminuir os méritos de uma conquista estadual, virou praxe, mas ela, dentro de um contexto diferente do passado, é verdade, segue valorosa e promotora de autoestima. 

Agora, nas últimas duas semanas, dá-se a segunda virada de panorama meteorológico. Sob o comando do esforçado Marcelo Fernandes, o técnico campeão paulista, e sem Robinho, o Peixe flertava de olhos rútilos com a zona do rebaixamento. As vitórias minguavam - apenas duas por pálido 1 a 0, sobre Cruzeiro e Corinthians -, as derrotas vinham em série e um inédito voo do precipício se desenhava. Então, Dorival Júnior foi contratado. Os esgares e caras amarradas não foram poucos para a contratação. Pois, pasmem (!!!), o técnico deu um belo "cala boca" em crítica e público, desses que o futebol sempre proporciona, vitaminou a equipe e a zona do rebaixamento já é vista apenas com o uso de binóculos. 

Não bastasse o ganho de algum conforto na tabela, o Santos adquiriu prumo na Copa do Brasil, o torneio que, por ser mata-mata, dá esperança até aos desesperançados. Quando Dorival chegou havia não só a pressão da zona amarga da tabela do Brasileirão. Havia a necessidade de virar um cenário ruim contra o Sport, no momento uma das surpresas do futebol nacional. Na Vila, o Santos fez 3 a 1. Talvez ali tenha se desenhado uma luz radiante no fim do túnel, ou, para seguir na metáfora, as nuvens carregadas começaram a bater em retirada. 

                                                   Ricardo Oliveira comemora contra o Corinthians (FOTO: Ari Ferreira) 

O Santos acaba de eliminar o seu maior rival, o Corinthians, no seu novíssimo estádio. Chega a nove partidas de invencibilidade sob o comando do antes questionado Dorival. E dá ao torcedor a sensação de que pode mais. O título da Copa do Brasil, por que não? Chegar ao G4 do Brasileirão, por que não? Para quem tem feito das brumas céu de lírios, por que não? 

E que magia fez Dorival? Seu condão foi simples e certeiro. Lucas Otávio era dono da posição que hoje é de Thiago Maia, mais uma revelação da base alvinegra. Zeca, um destro que joga na esquerda e acertava precoce transferência para os Estados Unidos, arremeteu o voo a pedido do técnico e assenhorou-se da posição. Na primeira oportunidade, fruto de uma suspensão automática de Werley, Dorival não se furtou a colocar o menino Gustavo Henrique para dar mais equilibrio à zaga e não perdeu tempo. Com o sanguíneo e adorado pela torcida David Braz, a defesa passou a ser mais forte. E, principalmente, conquista das conquistas "dorivalinas" devolveu vida ao menino Gabriel. Mais conhecido pela alcunha de Gabigol, ele vivia escanteado pelos antecessores de Dorival. Dizem que era a marra que incomodava. O fato é que o técnico fez a redescoberta do jogador que, aos 18 anos, foi artilheiro da temporada passada pelo Santos.

E MAIS:
> Após brilhar na presença de Dunga, Lucas Lima manda recado 
> Santos elimina três rivais no mesmo ano e quebra tabu 

Por fim, o time tem um meia que não se encontra com fartura nas canchas brasileiras de momento. Lucas Lima busca a bola em qualquer parte do terreno e dá o passe que desmonta a defesa e presenteia Geuvânio, Gabigol, Ricardo Oliveira... Outro dia ouvi dizer que o camisa 20 faz poucos gols. A quantidade deles que oferta aos companheiros tem sido mais que suficiente. Nos quatro gols dos dois clássicos das oitavas, em três serviu decisivamente os colegas. 

Não, o Santos atual não é a máquina de fazer gols de 2010, com o mesmo Dorival, e nem tem vocação para ser um decalque da lúdica equipe de 2002, comandada por neófitos Diego e Robinho. Mas mostra a inequívoca capacidade típica de regeneração do clube da Vila Belmiro. É uma característica histórica e que sempre se reinventa. Tá aí de novo, basta olhar. E quando olhar para o céu santista, não se esqueça: ele se tonifica quando não parece possível. 

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