Garotos e ‘chuveirinho consciente’ deram empate ao Santos no clássico

Peixe terminou o clássico com sete jogadores formados em sua base, conseguiu pressionar o Corinthians e empatou com gol de Diogo Vitor após um dos 47 cruzamentos que fez

Diogo Vitor
Diogo Vitor comemora o gol que marcou no clássico contra o Corinthians - FOTO: Flickr Santos FC

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O Santos empatou (e poderia ter virado) o clássico contra o Corinthians, neste domingo, graças a dois fatores: o bom rendimento de seus garotos e a estratégia de criar pelos lados do campo.

O time de Jair Ventura levantou 47 bolas para a área ao longo do jogo. O número alto pode sugerir falta de repertório, mas já estava nos planos do treinador.

- O Corinthians do Carille marca muito forte pelo setor central, por isso os inúmeros cruzamentos. Foi uma estratégia nossa. Em um desses cruzamentos saiu o gol. A gente estuda o adversário, e o Corinthians tem um time baixo. Eles só têm os zagueiros e o Renê de boa estatura. Os números e as imagens mostram o bom volume da equipe do Santos - explicou Jair Ventura.

Aqui, vale a ressalva: foram 38 cruzamentos errados e 9 certos. O aproveitamento poderia ter sido melhor se o Peixe buscasse mais vezes a linha de fundo e não insistisse nas bolas alçadas da intermediária, que facilitam para os zagueiros. Em boa parte do jogo, inclusive no segundo tempo, o time estava com dificuldades de aprofundar as jogadas.

É aí que entram os garotos. Vitor Bueno, que não é da base santista, mas foi contratado para o time sub-23, conseguiu fazer o que Vecchio não estava conseguindo: dar passes verticais, acionando os pontas e os laterais. Em uma dessas jogadas, saiu o cruzamento de Jean Mota que terminou em gol de Diogo Vitor, joia da base.


Léo Cittadini - que sofreu pênalti não marcado - e Arthur Gomes também tiveram participação importante na pressão do Peixe no segundo tempo. Rodrygo mostrou personalidade enquanto esteve em campo, mas já havia saído (cansado) quando o empate veio.

- Acho que ninguém no Brasil joga com tantos jogadores da base. Nós inscrevemos 15 da base na Libertadores, e hoje terminamos com 8 da base. Gente, me ajuda, vamos divulgar isso. Eu procuro notícias, vocês não botam (risos). A gente está procurando soluções em casa. A base é muito forte e a torcida abraça. O Rodrygo estava pedindo passagem, entrando bem, entrando bem. Ele deu uma oscilada, mas voltou melhor. O Arthur teve sete ou oito jogos como titular, era a hora do Rodrygo. Brinquei com ele: vamos ver se você vai ser o 17 ou o 7, o que entra bem ou o que joga do início. E ele foi bem. O Arthur também entrou bem - disse Jair.

Na verdade, o Santos terminou com sete crias de sua base. A conta de Jair provavelmente inclui Vitor Bueno. Os jogadores eram Lucas Veríssimo, Daniel Guedes, Alison, Léo Cittadini, Arthur Gomes e Diogo Vitor. Este último, aliás, vive um recomeço no clube após problemas de indisciplina e foi "adotado" pelo treinador:

- A qualidade do menino, não tem como ser hipócrita. É um jogador que eu já acompanhava desde o Santos B. Quando eu tive a chance de vir para o Santos, eu falei que queria esse garoto comigo. Quando eu cheguei, estava naquela situação de renovar ou não. Não foi fácil, o nosso presidente está de parabéns por ter conseguido. Espero que ele possa continuar no caminho certo, é uma joia, todos sabem que tem de ser lapidado. O treinador é chamado de burro, mas tem esses momentos gostosos, como conseguir resgatar um jogador.

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