Do desemprego ao prestígio em um ano, Jean ganha confiança no Santos

Prestigiado por Dorival Júnior, Jean Mota ganha sequência como titular após passado de incertezas. Meia revela ter morado de favor, dificuldade financeira e quase aposentadoria

Jean Mota - Treino Santos
(Foto:Ivan Storti/Santos)

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Hoje a vida parece sorrir para Jean Mota. Pelo menos é o que o meia de 22 anos mais faz desde que chegou ao Santos, há pouco menos de dois meses: sorrir. Não é para menos. Neste período, ele adquiriu a confiança do técnico Dorival Júnior para ser a primeira opção na ausência de Lucas Lima e será titular contra o Atlético-MG.

O motivo do sorriso não é só o simples fato de vestir a camisa do Peixe, mas sim o significado disso. Além do salário e de jogar na Série A do Brasileirão, a ida para o Alvinegro significa para o garoto de São Miguel Paulista a confirmação do sonho de se tornar jogador de futebol.

Em setembro do ano passado, Jean Mota vivia outra realidade. Dispensado da Portuguesa, fez recondicionamento físico no Fortaleza e recebia ajuda de custo em vez de salário. Para tirar o sorriso de vez, ainda morou de favor na casa de Thallyson, companheiro no time cearense. 

Mas em 2016, a vida mudou na mesma velocidade em que Jean é capaz de chutar de perna esquerda. Eleito melhor jogador no Cearense deste ano, Dorival Júnior recomendou sua contratação, negociação que o pegou de surpresa.

- Joguei em uma terça pelo Fortaleza, o Santos foi jogar contra o Corinthians em uma quarta-feira. Meu empresário me ligou e disse que estava indo a Fortaleza resolver uma situação minha. Achei que fosse renovação. Quando ele chegou lá falou que era o Santos. Me surpreendi e não pensei duas vezes - conta, em entrevista ao LANCE!, após esclarecer o motivo do espanto com a notícia.

- No ano passado cheguei a ter proposta do sub-23, antes do Fortaleza. Pensei que fosse sub-23, mas não, meu empresário falou que o Dorival pediu. Foi uma felicidade imensa, sonho realizado para mim - revela.

Jean Mota
Jean Mota se destacou pelo Fortaleza (FOTO: Divulgação/Fortaleza EC)

Ainda antes de se reabilitar no Fortaleza, porém, a desistência do sonho de infância ganhou força e quase aconteceu. Isto porque o meia foi dispensado do clube que o revelou. Ficou quatro meses desempregado, algo que o levava às lágrimas com frequência.

Hoje, motivos não faltam para Jean sorrir. Dependendo do que acontecer no domingo, o riso pode contagiar até a nação santista.

Confira um bate-bola exclusivo com o meia Jean Mota:

Viver com ajuda de custo e sem saber se continuaria jogando foram os momentos mais difíceis da sua vida? Por que?
Foi um dos momentos mais difíceis. Cheguei a ficar em casa, quatro meses parado, pensei em parar. Você vê na televisão todo mundo jogando e não aparece nada. A cabeça fica difícil. Você tem família e pessoas que precisam de você. Tive paciência. Dei um passo para trás para dar três na frente. Recebi metade de salário e morei de favor, mas serviu de aprendizado para a vida.

Comenta-se que você não sentiu a pressão de jogar no Santos. Como lidou com essa mudança?
Treinei bastante quando estive na reserva, aprimorei o que precisava, velocidade, marcação, para dar resposta em campo.

Você conhece o Nilson. Perguntou para ele sobre Santos?
A torcida pegou no meu pé por causa da camisa 39. Ele não deu certo, mas é bom, tomara que tenha sucesso.

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