Seleção Brasileira feminina é a resistência de gigantes nos Jogos

Contrariando a tendência do basquete masculino, equipe nacional escala três jogadoras de garrafão como titulares. Brasil precisa vencer a França para se manter vivo na competição

Érika e Nádia - Pivôs da Seleção Brasileira
(Foto: Divulgação/CBB)

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Se no basquete masculino a tendência é o uso de alas-pivôs e pivôs cada vez mais baixos e leves, a Seleção Brasileira feminina aposta no tamanho para se manter viva na Olimpíada do Rio de Janeiro. Nesta quinta-feira, às 15h30, contra a França, na Arena da Juventude, em Deodoro, o Brasil joga por sua sobrevivência no torneio utilizando três jogadoras de garrafão como titulares: Damiris, Clarissa e Érika.

Das sete jogadoras do elenco brasileiro que têm experiência na WNBA, cinco são de garrafão – além das já citadas titulares, as reservas Kelly e Nádia completam a lista. A armadora Adrianinha e a ala-armadora Iziane são as exceções. A produção de jogadoras de alto nível para a posição faz com que as gigantes sejam vistas como ponte forte dessa Seleção.
– No basquete feminino, meninas cada vez mais altas estão jogando como alas, e com isso as pivôs também estão sendo mais altas – explicou Nádia, ao LANCE!.

Do trio de garrafão titular da Seleção, Érika é quem tem o estilo mais clássico, enquanto Damiris e Clarissa são alas-pivôs mais versáteis e modernas. Por isso, a pivô elogia a força do Brasil na posição, mas faz uma ressalva epede que jogadoras com sua característica voltem a ser produzidas por aqui.

– Acho que é uma questão física, da altura das jogadoras. Da minha geração até a de agora tem meninas altas, mas acho que não tem mais "pivô pivô". Então, acho que precisamos ter paciência e esperar que a próxima geração venha com uma pivô de verdade, e não com esse estilo de abre e fecha, abre e fecha – declarou, ao LANCE!.

Com três derrotas nos três primeiros jogos que fez na Olimpíada até aqui, o Brasil vai precisar vencer a França para resistir. E resistência é com suas gigantes.

BATE-BOLA EXCLUSIVO COM ÉRIKA:

O garrafão da Seleção tem mui-tas jogadoras de peso, com experiência na WNBA. Você concorda que é o ponto forte dessa equipe?
Concordo. Só não concordo com a questão do peso (risos). Esta todo mundo em forma. Acho que o garrafão é a parte mais importante de um time, com rebote, corte, e aqui temos bastante experiência.

Nádia: "Temos jogadoras experientes no garrafão, então acho que é sim nosso
ponto forte"

Você gostou da formação com a Damiris jogando na posição 3?
Com certeza. A Damiris, apesar de ter pouca idade, tem bastante experiência, está conseguindo se adaptar bem à nova posição e também pode estar revezando com a gente quando tiver alguma troca, alguma coisa assim. Ela sabe jogar muito bem como pivô.

Nádia: "É importante porque vamos enfrentar times com meninas altas"

Tem alguma jogadora de garrafão na Olimpíada que você acha que seria mais difícil encarar?
Todas as pivôs da Olimpíada eu já conheço todas por jogar na WNBA e na Seleção. Vou estar preparada.

COM A PALAVRA: MONTY WILLIAMS
Assistente técnico da seleção americana masculina de basquete, sobre o elenco com somente três jogadores de garrafão


Achamos que temos um time que pode competir com todos os outros aqui na Olimpíada do Rio de Janeiro e que pode jogar de diferentes maneiras durante a competição.

Obviamente, o senhor (Jerry) Colangelo (diretor do USA Basketball) e Mike Krzyzewski (técnico da seleção americana masculina) passaram muito tempo tentando desenhar um elenco que tivesse bom enxaixe.

Por isso, sentimos que temos um elenco muito versátil. Temos um elenco com muitos jogadores que têm entre 1,98m e 2,08m de altura no time. Por isso, achamos que esse modelo é sustentável mesmo jogando na Fiba.

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