Russos invadem arquivo da Wada e divulgam exames de atletas americanas

Equipe de hackers da Rússia entrou no sistema de arquivos da Agência Mundial Antidoping e liberou exames que teriam sido apontados como positivos de quatro atletas dos EUA

Simone Biles (Foto:AFP)
Simone Biles testou positivo quatro vezes na Rio-2016, mas tinha autorização para uso dos medicamentos (Foto:AFP)

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Um grupo de hackers russos conhecidos como "Fancy Bear" invadiu o sistema de arquivos da Agência Mundial Antidoping (Wada, em inglês) nesta segunda-feira, como forma de retaliação à suspensão do país da Olimpíada do Rio de Janeiro, e liberou exames de quatro atletas americanas, que teriam feito o uso de, em suas palavras, "doping consentido pela agência".

As quatro competidoras são a ginasta Simone Biles, dona de cinco medalhas na Rio-2016 (quatro ouros e um bronze), as tenistas Serena e Venus Williams, e a jogadora de basquete Elena Delle Donne, campeã no Rio.

O grupo publicou exames do sistema de administração da Wada que mostram testes positivos durante os Jogos. Todas as atletas, porém, possuem licenças da agência para o uso terapêuticos dos medicamentos.

"A Wada lamenta profundamente essa situação e está consciente da ameaça que isso representa aos atletas cujas informações confidenciais foram divulgadas por meio desse ato criminoso", afirmou o diretor geral da Wada, Olivier Niggli, em um comunicado oficial

O motivo da "irritação" dos russos se dá pelo fato de os atletas citados terem sido liberados pela Agência para utilizar as substâncias dopantes. Biles, por exemplo, teria feito uso de Metilfenidato, mais conhecido como Ritalina, um medicamento estimulante que ajuda no tratamento de déficit de atenção e narcolepsia, mas também serve como estimulante de performance.

"É impensável que, no movimento olímpicos, hackers obtenham ilegalmente informações médicas confidenciais para tentar manchar atletas para parecer que eles fizeram algo errado. Eles não fizeram. No caso, em todas as situações, o atleta fez tudo certo ao aderir às regras globais para obter permissão de uso de um medicamento necessário", comentou o CEO da Agência Antidoping dos Estados Unidos (Usada), Travis Tygart.

Os testes positivos:
Simone Biles
A ginasta teria testado positivo nos dias 11, 14, 15 e 16 de agosto para Metilfenidato, mais conhecido como Ritalina.
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Elena Delle Donne
No dia 20 de agosto, dia da final olímpica no basquete feminino, a americana teria sido flagrada por Dextroanfetamina.
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Serena e Venus Williams
No site russo, não há documentos que mostram possíveis dopings positivos das tenistas durante a Olimpíada, mas há a publicação de licenças de liberação de uso terapêutico de diversos medicamentos, todas já expiradas.

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