Resultado no Rio não tira confiança do CPB em verba pública para Tóquio

Final de ciclo abaixo da meta nos Jogos do Rio não preocupa em termos de investimento. Entidade mantém aposta em apoio governamental para abastecer a preparação do país <br>

O carioca Andrew Parsons preside o Comitê Paralímpico Brasileiro desde 2009
Andrew Parsons mantém confiança por investimentos públicos no próximo ciclo &nbsp;(Foto: Divulgação/CPB)<br>

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O Brasil terá o investimento necessário para chegar aos Jogos Paralímpicos de Tóquio (JAP), em 2020, em condições de brigar entre os melhores, como na Rio-2016. A projeção é feita pelo presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons.

Após receber um investimento recorde de R$ 375 milhões na tentativa de ficar entre os cinco primeiros em número de ouros (o país acabou em oitavo, uma posição abaixo de Londres-2012), a entidade não mostrou preocupação quanto ao futuro.

O orçamento do Comitê hoje é 95% composto por verbas públicas. Os 5% de origem privada correspondem ao patrocínio da Braskem, fechado no ano passado. Para os Jogos deste ano, o esporte paralímpico foi abastecido pela Caixa Loterias, que injetou R$ 120 milhões no quadriênio. O vínculo deverá ser renovado.

– Não houve nenhum indicativo de diminuição, mas não chegamos a falar em valores. Começaremos uma nova negociação nos próximos dias. Não tenho dúvida de que teremos pelo menos o mesmo nível de investimento que tivemos nos últimos quatro anos – disse o presidente do CPB.

Um dos trunfos do dirigente, que deixará o cargo ano que vem, está na legislação brasileira. Por lei, parte do dinheiro arrecadado com as loterias federais tem de ser utilizado na promoção da mesma. Como o esporte é uma forma de atingir o objetivo, a renovação do contrato é esperada.

– É um recurso que não vem sofrendo diminuição na proposta de orçamento que será encaminhada ao Congresso – declarou Parsons.

Outro argumento para o otimismo é o aumento na fatia da Lei Agnelo/Piva, aprovado no ano passado. Em 2016, a previsão de receita da entidade é de R$ 180 milhões, quase o triplo dos R$ 59,7 milhões registrados em 2012. Do total para este ano, R$ 130 milhões devem vir da Lei, que destina 2,7% da arrecadação bruta das loterias para os esportes.

O Ministério do Esporte, que viabilizou R$ 38 milhões ao CPB em convênios no último ciclo, indica que manterá o apoio. A pasta terá redução de orçamento, mas acredita que, sem a construção de arenas, haverá verba para atender atletas.

– Sabemos que o Ministério do Esporte sofrerá uma diminuição de verba, mas fomos eficientes para garantir recursos neste ciclo – disse Parsons.

Na Paralimpíada do Rio, o Brasil levou 14 ouros, sete a menos do que em Londres-2012.

RECEITAS DO CPB

Lei Agnelo/Piva
É a maior fonte de verba. Em 2016, deve gerar R$ 130 mi.
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Caixa Loterias
Parceira desde 2004, injetou R$ 120 mi no ciclo atual.
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Governo federal
No ciclo, Ministério do Esporte investiu R$ 38 mi em convênio.
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Time São Paulo
Programa do governo de São Paulo rendeu R$ 2,3 mi no ano.
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Privado
Patrocinadora do atletismo, a Braskem não divulgou o valor do contrato. A Nike fornece material esportivo.

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