Principais jornais do mundo destacam o fim dos Jogos Olímpicos

Imprensa internacional repercute encerramento da Rio 2016, ressalta capacidade do Brasil de sediar um megaevento, mas não esquece que legado deve ser prioridade. Confira!

Maracanã na festa de encerramento. O adeus aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro
Maracanã na festa de encerramento. O adeus aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (Foto YASUYOSHI CHIBA / AFP)

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Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro chegaram ao fim. Após acompanhar grandes disputas e a consagração dos heróis olímpicos, a imprensa internacional repercutiu suas impressões sobre o megaevento no Brasil. Veja o que disseram os principais jornais do mundo:

El País (Argentina) :
O texto assinado por María Martín traz uma análise positiva do que foram os Jogos Olímpicos do Rio:

"Questionada até o último momento pelo vírus da Zika, pela segurança mediante as ameaças de atentados terroristas, pelos transportes, os Jogos foram um sucesso, celebrado com uma cerimônia modesta, mas que terminou com o estádio do Maracanã convertido em um sambódromo"

O portal também destacou a ausência do presidente interino do Brasil, Michel Temer, e trouxe uma reflexão sobre a 'vitória' do Brasil:

"Com a ausência do presidente interino do Brasil, vaiado na cerimônia de abertura, o Rio apagou a chama olímpica que alimentou sonhos durante duas semanas. Agora, o Rio terá que enfrentar o enorme desafio de voltar a sua realidade, com hospitais e escolas em situações precárias, com as contas do Estado em vermelho e com uma grave crise de segurança. Será no silêncio da ressaca olímpica que o Rio saberá realmente se saiu vitorioso."

The Washington Post (Estados Unidos)
O texto escrito pelos jornalistas Joshua Partlow e Dom Phillips destaca a cerimônia de encerramento, elogiando a escolha por elementos da cultura brasileira, como a natureza e o carnaval. Eles também dão enfoque ao desempenhos dos atletas nos Jogos Olímpicos, mas não deixam de comentar sobre as vaias, protestos e a situação política e econômica do país. Em meio a isso, destacou a união do povo brasileiro para superar os problemas:

"A paixão turbulenta dos brasileiros, seus gritos, vaias, calor, hospitalidade, foram as únicas constantes em uma competição que se era difícil saber para onde olhar: para um Neymar chorando como herói nacional , para o inspirador Usain Bolt ou para nadadores americanos bêbados. Para a equipe da casa, os Jogos foram como vitórias, tendo medalhas de ouro no futebol e voleibol, dois dos esportes favoritos do Brasil. Os Jogos Olímpicos trouxeram ainda uma grande união dos brasileiros. Foi como uma distração bem-vinda diante das dificuldades do país, que foram substituídas por duas semanas de orgulho nacional."

Le Monde (França)
 O jornal francês destacou a capacidade do Brasil de sediar um grande evento esportivo como a Olimpíada. Elogiou a organização dos Jogos mesmo com os problemas políticos e econômicos e ainda dedica boa parte de seu texto para falar sobre a dengue e o zika vírus, que foram motivo de grande preocupação. O texto assinado pela jornalista Claire Gatinois também aponta o descontentamento da população com suas autoridades:

"Durante quinze dias, a crise passou para um segundo plano, ajudada por um Michel Temer extremamente discreto. Mesmo assim, a incerteza política paralisa o país por meses e aprofunda a terrível crise econômica."

The Guardian (Reino Unido)
Na maior parte do texto escrito por Owen Gibson não se vê elogios. A grande preocupação do jornal britânico é o legado que a Olimpíada deixará:

"É certo que grandes eventos devem ser feitos em diversos locais do mundo, mas isso deve ser feito de forma a deixar algo duradouro...Poderia ser um sinal de que se é possível fazer algo de forma mais sustentável, sem ter tantos gastos, mas que deixe um legado genuíno e que não seja apenas palavras."

Record (Portugal)
A jornalista Lídia Paralta Gomes destaca a festa de encerramento e analisa os Jogos do Rio como um sucesso:

"​Foram 16 dias de competição e de inequívoco sucesso esportivo, que acabou por disfarçar alguma impreparação do ponto de vista organizativo. Menos majestosa que a abertura, o desfecho trouxe uma homenagem aos locais mais icônicos do Rio. Numa mensagem de comunhão e união, todos os atletas entraram juntos, sob a bênção de Carmen Miranda."

The New York Times (Estados Unidos)
O jornal americano traz uma análise sobre os Jogos Olímpicos do Rio como destaque de seu portal. Assinada pelo jornalista Andrew Jacobs, a matéria ressalta a diferença social do país com o excesso de dinheiro para bancar a realização dos Jogos e a deficiência do Estado de cumprir com obrigações básicas como o pagamento dos salários de professores. Apesar disso, também cita o que a Olimpíada trará de bom ao Rio de Janeiro, com a modernização da cidade, através das obras que devem ficar como legado:

"Bilhões foram gastos para realizar a Olimpíada, enquanto professores não recebem salários. Críticos dizem que os mais ricos serão os mais beneficiados em detrimento dos mais pobres. A promessa de limpeza da Baía da Guanabara ficou por cumprir, assim como as palavras de garantia de segurança, que contrapõem o aumento da criminalidade. No entanto, os Jogos mudaram profundamente o cenário da cidade. Um porto revitalizado, novas linhas de metrô e projetos municipais que servirão à cidade e sua população."

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