Primeira mulher medalhista de ouro em maratona é incansável e inspiradora

Joan Benoit falou sobre o momento das mulheres no esporte e contou que tentará correr abaixo de três horas aos 60 anos

Joan Benoit
Joan Benoit no evento da Nike que aconteceu na manhã deste domingo (Foto: Divulgação/Nike)

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Incansável e inspiradora. Essas são as palavras para descrever Joan Benoit, primeira mulher a ganhar uma medalha de ouro em maratona feminina na Olimpíada. O feito aconteceu em 1984, nos Jogos de Los Angeles e abriu espaço para inúmeras atletas desde então. Aos 59 anos, ela está no Rio de Janeiro para uma série de compromissos com a Nike e mostrou porque é tão marcante na história do esporte.

- Quero que meu legado seja o amor pelo esporte. Ainda sou apaixonada pelo que faço, como era 84. Falo para os jovens sempre, sigam seus sonhos e, principalmente, seu coração. Ele nunca mente - disse.

Uma inspiração para muitos atletas e mulheres, Joan falou sobre os desafios da maratona e deixou mais um ensinamento não só para o esporte, mas para a vida.

- A maratona é uma metáfora da vida, não é fácil. Mas se você tem paixão pelo que está fazendo e treina, então é possível. Sempre falo para as pessoas fazerem seu próprio caminho e isso serve para todas as coisas da vida. Você precisa acreditar em você mesmo e fazer o que acha certo. Quando pulei a primeira estação de água nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, a imprensa disse que eu tinha feito errado. Mas o fato é que eu não estava sendo tão eficiente, pois estava em um grupo de corredoras. Tive que sair disso para achar meu próprio espaço - disse ao LANCE!.

As mulheres estão em destaque nesses Jogos Olímpicos Rio 2016. Como você se sente sobre esse momento?

- Sei que as mulheres dos Estados Unidos e dos outros países treinaram duro para isso. Elas seguiram seus corações e sonhos. Estou torcendo para que elas tenham a mesma oportunidade que eu. Elas me motivam também porque são jovens e têm ótimas performances. É uma via de mão dupla, nos inspiramos umas nas outras. Isso que é tão bom sobre o esporte, é inclusivo. Acho que por isso a corrida está crescendo tanto em números. Corri pelas praias do Rio nos últimos dias e não pude acreditar no número de pessoas fazendo isso. De todos os físicos, jeitos, descrições. Precisamos de mais inclusão nesse mundo hoje.

Desde que você conquistou a medalha muita coisa mudou. Como você vê esse momento atual das mulheres?

- Fui a primeira mulher na maratona em 1984, há 32 anos. Agora estou no Rio para torcer pelas atletas dos Estados Unidos. Já tenho idade para ser mãe delas, inclusive competi contra a mãe da Shalane (Flanagan). O fato de ter tanta paixão pelo esporte, como tinha naquela época, é o que me motiva. Vou voltar para casa hoje e fazer uma corrida no final de semana. É o 40o aniversário da minha primeira vitória, então vou tentar correr mais rápido do que há 40 anos atrás, quando tinha 19 anos de idade. Ano que vem faço 60 anos e tentarei completar uma maratona em menos de 3 horas.

Você tem alguns projetos para incentivar mulheres a correrem. Como eles funcionam? Qual foi a motivação para criá-los? 

- Depois das Olimpíadas em 84 me perguntei se era capaz de carregar a mentalidade que vinha junto com uma medalha. Então pensei: "você pode fazer isso se puder dar um retorno à comunidade do esporte que te deu tanto". Alguns anos depois, em 1997, depois que meus filhos nasceram, decidi que o que eu queria fazer era trazer os melhores corredores do mundo para minha cidade natal para que pudessem correr com aqueles que fazem isso diariamente. Temos tido muito sucesso. Tivemos que fechar as inscrições em três minutos porque a lista se encheu muito rápido. Estou orgulhosa.

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