Os novos desafios para a rainha das piscinas Katie Ledecky

Dona de quatro ouros no Rio, ela equilibrará  o tempo entre a natação e a Universidade, seguirá amadora e traça planos para seguir reinando. Só não quer comparação com Phelps

Ledecky posa com medalhas que conquistou no Rio. Fominha de Olimpíada, já avisou: podem esperá-la no Japão
(Foto: Carlos Alberto Vieira)

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Tão logo a nadadora Katie Ledecky entrou na sala de entrevista do Centro de Imprensa neste sábado com as cinco medalhas no peito, os jornalistas - quase todos americanos -  aplaudiram a atleta que levou quatro ouros e uma prata nos Jogos do  Rio. Antes de sentar-se, Ledecky acenou para um deles e fez um comentário que repetiria na bateria de perguntas que viria em seguida:

- Neste sábado, pela primeira vez, vou poder ver da arquibancada a competição.  E nosso time vai ganhar mais medalhas - disse a americana, que provavelmente verá algum companheiro conquistar a 24ª medalha de ouro do país no Rio (até o início da noite os EUA acumulavam 21) , o que seria o milésimo ouro do país na história dos Jogos Olímpicos.


A deixa motivou a primeira pergunta para a loira que, por estar muito maquiada, aparentava bem mais que seus 19 anos: "Como foi a brincadeira dos nadadores que iriam reivindicar que os Estados Unidos fossem donos das piscinas Olímpicas do Rio?"

- As meninas reivindicaram. E acho que fizemos nosso papel muito bem aqui no Rio de Janeiro - arrancando mais gargalhadas.
 
Em seguida  a curiosidade era se Ledecky estava preparada para o novo desafio fora das quadras: em setembro, a campeã começará a faculdade (Stanford) e como  espera conseguir equilibrar o lado acadêmico com o sucesso nas piscinas.

- Esta será ótima esta nova experiência, um novo ambiente e minha única ansiedade neste momento é saber quem será minha companheira de quarto (risos).  Na natação, quero muito mais. Amo meu esporte, seguir com oportunidades para competir em alto nível e repetir a experiência dos Jogos Olímpicos, uma atmosfera que amo, formando laços com meus companheiros, conhecendo pessoas diferentes. E continuar ganhando medalhas para o meu país.

Curiosamente, Ledecky prefere se tornar universitária e seguir como atleta amadora, quando poderia muito bem se tornar uma profissional e ganhar milhões desde agora. Mas ela não tem pressa e diz que dinheiro não é tudo. 

- É óbvio que quero ser profissional. Mas quero também uma boa educação. E tenho tempo, estou com 19 anos - disse.

Sobre o tal planejamento para o futuro nas piscinas, Ledecky ainda não traçou. Mas não deixou dúvidas que cumprirá todas as metas, pois o seu histórico indica isso.

- Na minha primeira Olimpíada eu tinha 15 anos e estava extasiada. Só pensava: estou nos Jogos, quero desfrutar de tudo e tentar ganhar. Ganhei minha prova. Quando terminou em Londres, pensei para mim mesma. "Tenho de viver  isso de novo". Então, coloquei três objetivos para o Rio: ouro nos 200, baixar de 3m56s nos 400 e chegar nos 800 com 8m05s. Consegui todos. Então, agora é hora de sentar e estabelecer novas metas, pois sempre tento me empurrar para a frente - disse.

A campeã só não quer uma coisa: ser vista como sucessora e candidata a quebrar os recordes de Michael Phelps, dono de 27 medalhas. Aliás, ela duvida que o companheiro de equipe encerre mesmo a carreira, pois deverá estar em forma em Tóquio e terá  condições de aumentar o seu cartel de conquistas:

- Em Londres diziam que era a última Olimpíada dele. Aí Phelps veio para o Rio, brilhou e agora dizem que vai se aposentar. Estou achando que ele terá um terceiro adeus. E eu falarei que estive nas três despedidas dele. Agora, respondendo se eu  vou chegar ao sucesso dele... Não penso nisso, não me parece sensato ter como objetivo algo alcançado por outro atleta. Serei eu mesma, lutando para ir o mais longe que puder.

Encerrada a entrevista, Ledecky ficou alguns minutos posando com as medalhas  para as fotos. A imprensa japonesa entregou dois leques e pediu uma pose especial. Provavelmente já imaginando que em 2020 a americana seguirá reinando nas piscinas. Tem tudo para isso. E com um diploma acadêmico debaixo do braço.

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