‘Não houve muita surpresa na convocação da Seleção de judô para a Rio-2016’

Repórter do LANCE! analisa a convocação para os Jogos Olímpicos. Entre os 14 convocados, são quatro novatos

Judoca - Rafael Buzacarini (100kg)
Rafael Buzacarini vai disputar pela primeira vez os Jogos Olímpicos (Foto: Reprodução/Facebook)

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Acabou o mistério. Com um pouco mais de dois meses para o início dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 5 de agosto, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) definiu nesta quarta-feira os 14 convocados. E dá para afirmar que não houve muita surpresa na relação.

De todas as categorias, a grande maioria já estava praticamente definida, dependendo apenas da confirmação do nome dos judocas. Restavam três disputas, todas no masculino: pesado, meio-pesado e ligeiro.
No peso pesado masculino, por um lado, também já tinha o seu competidor favorito depois do que ocorreu nos últimos meses.

Se em um momento do ciclo Rafael Silva se viu ameaçado por David Moura, a reta final da disputa provou que ele ainda tem grandes chances de voltar ao pódio olímpico. Recuperado de uma séria lesão no músculo peitoral direito, ele teve grandes resultados nesse primeiro semestre de 2016 e ultrapassou Moura no ranking. Mas esse não foi o fator decisivo. Em duas oportunidades, os atletas se enfrentaram. E o medalhista de bronze em Londres-2012 levou a melhor em ambas: durante o Grand Prix de Samsun e na decisão do Campeonato Pan-Americano.

O bom é que Silva teve de se manter em alta para obter a classificação. O que pode ser um diferencial para a Olimpíada.

Entre os ligeiros, o quesito ranking foi deixado de lado. Mas não dá para dizer que a decisão da CBJ é polêmica. Afinal, Felipe Kitadai tem uma desvantagem de apenas 21 pontos para Eric Takabatake. Então, pesou a experiência do primeiro, também medalhista de bronze em Londres-2012. Isso sem contar o fato que ele disputou menos competições que o "adversário" no período válido para pontuar.

Talvez, a escolha que tenha causado um pouco mais de surpresa veio entre os meio-pesados, com a classificação de Rafael Buzacarini na disputa com Luciano Corrêa. De um lado, um judoca jovem, de 24 anos, e que nunca disputou um Mundial adulto. De outro, um experiente lutador, de 33, com uma Olimpíada na carreira e duas medalhas em mundiais (bronze, em 2005, e ouro, em 2007). O problema é que no ranking Buzacarini está na frente com 101 pontos de vantagem. E nos últimos meses, ele apresentou resultados mais consistentes. Mais uma vaga muito merecida.

Agora, com o time definido, o foco de uma vez por todas está nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Historicamente, o judô já costuma ser uma modalidade que dá muitas medalhas para o Brasil. Em casa, a expectativa é que esse número aumente.

Entre as mulheres, Sarah Menezes, Érika Miranda e Mayra Aguiar seguem constantes e com grandes resultados. Rafaela Silva tem um grande potencial, mas precisa manter a tranquilidade. Já Maria Suelen Altheman, longe das lesões, também sempre aparece entre as favoritas.

A maior incógnita mesmo vai estar entre os homens. Nos últimos anos, o judô masculino teve uma queda de rendimento comparado ao feminino. Rafael Silva é quem mais mantém a constância de bons resultados em todas as competições. Já os demais atletas, vivem muitos altos e baixos. Isso sem contar que os quatro novatos da Seleção Brasileira estão nesse naipe: Buzacarini, Charles Chibana, Victor Penalber e Alex Pombo.

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