Massacre americano não afoga esperança brasileira no polo aquático

Seleção Brasileira de polo aquático feminino sofre goleada contra Estados Unidos, atual campeão olímpica, é eliminada da Rio-2016, mas comemora realização e sonha melhorias

Brasil foi atropelado pelos EUA nas quartas de final
(Foto: Vitor Silva/SSPress)

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A primeira participação da Seleção Brasileira feminina de polo aquático em uma olimpíada chegou ao fim após um massacre. O time brasileiro chegou a vencer o último quarto por 3 a 0, mas perdeu os outros três por uma margem tão larga que mesmo com a reação terminou o jogo derrotado por 13 a 3 e acabou eliminado nas quartas de final da competição na Rio-2016. A disparidade entre a competitividade das duas equipes, porém, trouxe ensinamentos valiosos. 

Encarar a atual campeã olímpica e uma das maiores potências da modalidade não estava nos planos do Brasil. Favoritas para repetir o ouro de Londres-2012, as americanas foram superiores em todos os aspectos do jogo, sobraram na piscina e ainda diminuíram o ritmo no último quarto, dando brecha para o Brasil marcar três goles e fazer a alegria da torcida presente.

Para Izabella Chiappini, a falta de confiança foi um problema. Ela concorda que o time americano diminuiu o ritmo e isso ajudou o Brasil a vencer o último quarto. Mais do que o resultado, a felicidade de representar o país na modalidade em uma olimpíada em casa já uma realização.

- Acho que no final, como as americanas já tinham aberto vantagem, deram uma desacelerada. Não à toa elas colocaram a goleira reserva, e quando ela entrou isso nos trouxe mais confiança na hora da finalização. Não era o resultado esperado, mas é um sonho virando realidade. Não tenho nem palavras, é uma sensação muito boa - afirmou a jogadora, que marcou um dos três gols brasileiros da partida. 

Com o resultado de 13 a 3, o Brasil se igualou a Rússia, que também perdeu por dez pontos de diferença em jogo contra a Austrália, outra grande potência da modalidade. Foram as duas maiores goleadas sofridas até aqui na competição, que termina nesta sexta-feira. Victoria Chamorro, goleira reserva do Brasil, entrou no fim do primeiro quarto e não saiu mais. A jogadora prefere ter uma visão não apenas do jogo, mas do momento do polo aquático no país diante da supremacia desempenhada pelas americanas.

- A ideia não era pegar os Estados Unidos. Eles são os favoritos, atropelam todos os times, atuais campeãs olímpicas e mundias. Nosso time pecou no ataque, isso influencia na defesa. Mas contou como experiência. Temos uma geração para o futuro. Para se ter uma ideia, perdemos de muito, verdade, mas só na Califórnia (EUA) tem 15 mil mulheres jogando polo. No Brasil, não temos nem 200 jogando em nível competitivo. Espero que nossa confederação no futuro dê apoio para nós. Se tivéssemos um pouco de incentivo, poderíamos estar brigando por uma medalha - clamou a atleta.

Aos 20 anos, Victoria já sonha com a próxima oportunidade olímpica, que acontece em Tóquio, em 2020. 

- Foi uma experiência fantástica. Jovem como sou, é um privilégio poder participar disso. Fica um gostinho de quero mais e certamente vou treinar mais para disputar outra olimpíada - prometeu.

O JOGO
Os primeiros gols saíram pelas laterais. Dois pela direita e um pela esquerda, o que mostrou a versatilidade do time americano ao abrir logo 3 a 0. A equipe tupiniquim encontrou dificuldades para armar jogadas e se limitou a arriscar tiros de longe, que eram abafados pela defesa americana. Mais dois gols em contra-ataques americanos fecharam o quarto inicial com 5 a 0 no placar. O equilíbrio do time americano foi tanto que cada jogadora marcou um gol na primeira etapa.

Enquanto o placar brasileiro estava zerado, diversas bolas na trave da goleira americana fizeram os fãs brasileiros sonhar. Sem criatividade para furar a defesa rival, o time tupiniquim seguiu arriscando tiros longos, que esbarravam na competência da goleira Ashleigh Johnson. Quando se aproximava do gol, time brasileiro não mostrava confiança e perdia o tempo do ataque. Já os EUA, seguiam com jogadas trabalhadas e marcando gols em contra-ataques e bobeiras da zaga tupiniquim.

No terceiro e no último quarto, o passeio americano continuou. Foi 8, 9, 10, 11, 12, 13 a 0... E chega! A torcida brasileira, que mesmo assim mostrava apoio cantando "eu acredito", acabou mudando a importância do jogo. A derrota já era certa, então a alegria da tarde seria ao menos alguns gols de honra. Eles saíram no meio do último quarto e levaram o público à loucura. Foram três gols, que deram o triunfo para o time tupiniquim na última etapa. Com resultado garantido, a seleção americana diminuiu o ritmo e embora o Brasil tenha melhorado na disputa, o time não teve tempo para se recuperar.

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