Lucas Lee quer fazer história no golfe com vaga olímpica

Terceiro brasileiro a participar de uma temporada do PGA Tour, atleta quer realizar outro feito histórico ao se tornar o primeiro golfista do país a disputar uma edição da Olimpíada

Golf - Lucas Lee
Lucas Lee disputa a vaga na Rio-2016 com Adilson da Silva (Foto: Zeca Resendes)

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Um golfista filho de sul-coreanos e que desde 1999 mora nos Estados Unidos. Tais características dificilmente seriam usadas para falar sobre um esportista brasileiro. Mas elas representam muito bem Lucas Yu Shin Lee, um paulistano de 28 anos, que sonha em ser o primeiro atleta do Brasil a se classificar para uma edição dos Jogos Olímpicos no golfe. E com feitos históricos na carreira, dá para imaginar que ele consiga mais um.

Lee disputou no último fim de semana uma das primeiras competições em 2016, o CarrerBuilder Challenge, em La Quinta, nos Estados Unidos – ele não se classificou para a fase final. O evento faz parte do PGA Tour, principal circuito da modalidade e que só contou com três brasileiros até então: Jaime Gonzalez, Alexandre Rocha e, atualmente, Lucas Lee.

O golfista se classificou para a temporada do PGA Tour no ano passado, ao terminar o o Web.com Tour entre os 25 primeiros colocados.

– É a realização de um sonho. Busquei isso por anos, trabalhei muito para chegar até aqui. A tarefa não é fácil, muitos tentam e poucos conseguem. Sou o único brasileiro em ação no PGA Tour, é uma honra defender o Brasil no esporte – afirmou o atleta ao site do LANCE!.

Os bons resultados colocaram Lee na zona de classificação para os Jogos Olímpicos. Mas uma lesão nas costas atrapalhou a reta final da temporada, e ele acabou sendo ultrapassado por Adilson da Silva na disputa pela vaga do Brasil. Nada que desanime o atleta sonhador.

Atualmente na 375ª posição do ranking mundial – Adilson ocupa o 340º posto –, o paulistano mantém a postura tranquila. Afinal, nem mesmo a profissionalização veio com rapidez. Apesar de apreciar a modalidade ao acompanhar o pai em torneios amadores, ele só se tornou profissional em 2008 quando cursava História na Universidade da Califórnia. A faculdade foi trancada e trocada por uma outra paixão.

– Vi que tinha talento e decidi investir na carreira – resumiu.

Amante das artes marciais, como UFC, muay thai e jiu-jítsu, Lee sabe que a luta para se classificar para a Rio-2016 será árdua. Mas feitos históricos não faltam para ele.

Golfe faz parte de toda a família

O pai não é o único na família de Lucas Lee a ter gosto pelo golfe. Terceiro sargento da Força Aérea brasileira, o golfista tem a irmã Luciane como praticante do esporte. Ano passado, eles faturaram o ouro nos Jogos Mundiais Militares, na Coreia do Sul.

Se não bastasse, Lee é primo de Angela Park, brasileira com os melhores resultados na história da modalidade.

– Conversamos muito no início da minha carreira, quando morei com ela. Mas depois perdemos contato.

CONFIRA UM BATE-BOLA COM LUCAS LEE:

Atualmente, você não está classificado à Olimpíada pelo ranking olímpico. Como vê essa situação?
Lucas Lee:
Tenho até julho para marcar pontos, estou bem tranquilo com isso. Sei que vou jogar bem, terei muitas oportunidades até a data marcada para definir as vagas brasileiras nos Jogos. Estou convicto que estarei no Rio de Janeiro, e muito empolgado para realizar um grande trabalho diante dos meus compatriotas.

O principal objetivo neste momento é estar na Olimpíada? Como vai ser a disputa com o Adilson, que é atualmente o melhor brasileiro no ranking da modalidade?
Lucas Lee: Quero jogar bem agora o PGA e somar pontos para estar na Olimpíada. Não vejo o Adilson como meu adversário. Espero que sejamos nós dois os representantes do Brasil nos Jogos. Já jogamos juntos, ele é um bom jogador, e torço para estarmos juntos nessa.

Como tem sido disputar as competições do PGA Tour?
Lucas Lee: O nível é altíssimo, jogo com os melhores do mundo. É desafiador. Por isso, tenho de treinar muito, me dedicar todos os dias nos treinamentos para evoluir meu jogo. Tenho muito a aprender e evoluir.

O quanto a lesão nas costas te atrapalhou no ano passado?
Lucas Lee: Ela me atrapalhou no fim da disputa do Web.com Tour. Perdi as últimas quatro disputas. Mas serviu para eu entender de uma vez por todas que não sou mais um jovem de 20 anos. Passei a ouvir mais meu corpo depois daquilo. Estou me alongando mais e melhor, fazendo fisioterapia para o problema não aparecer novamente.

Como se mantém nos Estados Unidos? Vive só do esporte?
Lucas Lee: Hoje, eu consigo sobreviver do esporte, mas sempre tive o suporte dos meus pais na carreira. Não é fácil viver do golfe no Brasil, que não tem uma tradição grande no esporte.

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