Lava-Jato apura compra de votos para eleição olímpica do Rio. Nuzman é intimado e vai depor

Ação chamada de "Jogo Injusto" também cumpre mandados de prisão contra empresários


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A Lava-Jato chegou, nesta terça-feira, a Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Organizador dos Jogos Rio-2016. A força-tarefa investiga compra de votos para a eleição do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada e fez uma ação de busca e apreensão na casa do dirigente.

O Ministério Público diz que existe "forte indício" de que Nuzman "interligou corruptos e corruptores" para compra de votos de integrantes do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Os policias chegaram na casa do presidente do COB por volta das 6h da manhã. Pouco depois, advogados de Nuzman entraram na residência.

Além do mandato de busca e apreensão na casa de Nuzman, a polícia também procura documentos na sede do COB e do Comitê Rio-2016. O cartola também foi intimidado a depor nesta tarde na sede da Polícia Federal. Ele deverá entregar o passaporte para as autoridades.

A operação, que recebeu o nome de "Unfair Play" (Jogo Injusto), também cumpre mandado de prisão preventiva contra o empresário Arthur César de Menezes Soares Filho, conhecido como o rei Arthur, e sua sócia Eliane Pereira Cavalcante. Eles são acusados de lavar parte do dinheiro do esquema criminoso no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas, além de contas nos Estados Unidos e Antigua e Barbuda.

De acordo com as investigações, Menezes transferiu cerca de 2 milhões de dólares (R$ 6,2 milhões) para Papa Diack, filho de Lamine Diack, então presidente da Federação Internacional de Atletismo. Esse seria um dos votos comprados para que o Rio fosse escolhido como sede olímpica. Da mesma conta saíram mais de R$ 10 milhões para o então governador Sérgio Cabral, que está preso após a operação Calicute, dias antes da escolha do Brasil, em setembro de 2009.

"Nuzman foi o agente responsável por unir pontas interessadas, fazer os contatos e azeitar as relações para organizar o mecanismo do repasse de propinas de Cabral diretamente a membros africanos do COI, o que foi efetivamente feito por meio de Arthur Soares", dizem os procuradores.

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