Jogos ganham nova cara para 2020 e Brasil garante mais chances de ouro

Comitê Olímpico Internacional confirma a inclusão de cinco esportes no programa dos Jogos de Tóquio (JAP), em 2020, e dão novo tom à disputa do evento, com esportes 'jovens'

Gabirel Medina
Campeão Mundial em 2014, Gabriel Medina visitou a Vila Olímpica nessa semana (Foto: Guilherme Cardoso)

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Uma nova cara aos Jogos Olímpicos. Após uma reunião realizada nesta quarta-feira no Rio de Janeiro (RJ), o Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu incluir cinco esportes na Olimpíada de Tóquio, no Japão, em 2020. Alguns dos escolhidos, inclusive, são “favoritos” entre muitos jovens no mundo, como a escalada esportiva, o skate e o surfe, além de beisebol (softball, entre as mulheres) e caratê.

As modalidades integrarão o programa como uma forma de exibição, e dependem de nova votação após a realização do evento para manterem o rótulo de esporte olímpico.

– Acordei cedo e ansioso na expectativa pelo anúncio. Fiquei muito feliz que conseguimos dar esse passo no skate. É uma conquista de grande importância ao nosso esporte – comentou o skatista hexacampeão mundial e tricampeão do X-Games, Sandro Dias, o Mineirinho, ao L!.

'Uma competição entre países é algo que não costuma acontecer no surfe. Todo mundo já sonhava em participar dos Jogos Olímpicos' - Mineirinho, surfista campeão mundial

A inclusão de eventos em Olimpíadas é comum. No Rio de Janeiro, por exemplo, o golfe e o rúgbi de sete voltaram à disputa, ainda sem a certeza se permanecerão dessa forma.

O beisebol já fez parte dos Jogos Olímpicos 13 vezes, sendo a primeira em 1904 e a última em 2008. O softball, por sua vez, foi disputado entre 1996 e 2008. As outras modalidades nunca fizeram parte do programa.

– É um passo muito importante, tanto para nós, jogadores, que sonhamos em estar em uma Olimpíada, quanto para o esporte no Brasil. A gente fica muito feliz – afirmou André Rienzo, jogador de beisebol do Miami Marlins, na liga americana.

Uma das situações curiosas fica por conta do caratê. Presente em algumas das principais competições continentais, como o Pan-Americano e os Jogos Europeus, o esporte precisou de diversas tentativas para, enfim, ingressar na Olimpíada.

'Com certeza haverá uma evolução no esporte. Virar uma modalidade olímpica é maravilhoso, e acho que não sairá mais' - Janine Cardoso, presidente da Associação Brasileira de Escalada Esportiva

– Foi um sonho realizado. Já batalhamos por isso há muito tempo. Batemos na trave quatro vezes e, agora, conseguimos entrar no programa. Será um prazer mostrar ao mundo a nossa arte – comentou o carateca bicampeão mundial e capitão da Seleção, Douglas Brose.

Em 2020, os Jogos de Tóquio apresentarão cinco modalidades aos fãs. Com nova cara, o evento já deu seu primeiro passo nesta quarta-feira.

Campeões impulsionam o Brasil

Entre as cinco modalidades inclusas no programa dos Jogos Olímpicos de Tóquio (JAP), em 2020, o Brasil tem campeões mundiais em três delas.

No surfe, o atual detentor do título (2015) é Adriano de Souza, o Mineirinho. No skate, Luan Oliveira foi campeão na modalidade street (rua, em inglês), em 2015, enquanto Pedro Barros foi o vice no bowl. Já Douglas Brose é o atual bicampeão na categoria até 60kg do caratê kumitê.

– Amo meu país e amaria competir com uma lycra verde e amarela – resumiu Mineirinho, ao LANCE!.

Na escalada esportiva, o Brasil nunca conquistou uma medalha em Mundiais. No beisebol, em três edições do campeonato, o país se classificou apenas uma vez para a disputa, em 2013, e caiu ainda na primeira fase da competição.

Confira abaixo mais opiniões dos atletas:

"Acabou voltando para onde tudo começou, no Japão. Foi uma proposta do Comitê deles, e isso é maravilhoso. Que sorte que essa decisão pôde ser tomada no meu país" - Douglas Brose - Caratê.

"Acho algo sensacional que dará ainda mais destaque para o nosso esporte. Estava na hora! Se fosse para ser algo em igualdade, teria de ser em uma onda artificial perfeita, mas isso acho que só rolaria com mais desenvolvimento dessa tecnologia. Até 2020, quem sabe, né?" - Caio Ibelli - Surfe.

"Estou muito feliz, ainda mais que estou aqui no Rio curtindo todo esse clima de fora. Imagina como atleta olímpico? Acredito que o formato deve ser igual ao de uma etapa. Sendo onda artificial ou não, não deve fugir do molde que já é usado" - Silvana Lima - Surfe.

"Sempre apoiei, desde que a Olimpíada não mude nossa essência. O esporte é atrativo da forma que é. Se o Comitê Olímpico, quadrado do jeito que é, tentar deixá-lo formal demais, iremos perder nossa essência e as principais peças irão se distanciar. Se respeitarem o esporte, sempre terão o nosso apoio" - Sandro Dias - Skate

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