Iris Tang Sing comemora vaga olímpica após volta ao mundo

Após passar por 14 cidades e quase todos continentes em 2015, atleta sonha com a medalha no taekwondo em seu estado natal neste ano, no Rio de Janeiro

Taekwondo - Iris tang sing (foto:AFP)
Entre as viagens em 2015, Iris faturou a medalha de bronze no Pan de Toronto (foto: AFP)

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A Olimpíada deste ano é no Brasil. Mas uma atleta do país praticamente rodou o mundo para carimbar a vaga no taekwondo nos Jogos Olímpicos. E após passar por quase todos os continentes em 2015, Iris Tang Sing quer fazer história ao subir ao pódio em casa.

Aos 25 anos, a carioca de Itaboraí (RJ) é a única brasileira garantida em sua modalidade na Rio-2016 até o momento. A vaga foi assegurada por ela ter ficado entre as seis melhores classificadas no ranking olímpico mundial em 2015 na categoria até 49kg. O resultado só se confirmou no início de dezembro durante um Grand Prix na Cidade do México (MEX). Mas antes, ela já tinha acumulado muito mais milhas para atingir tal objetivo.

Iris participou de 14 competições na temporada passada para somar o maior número de pontos no ranqueamento para a Rio-2016. Entre disputas nas categorias até 46kg (não-olímpica) e 49kg, ela viajou para: Orlando (EUA), Alexandria (EGI), Luxor (EGI), Cheliabinsk (RUS), Toronto (CAN), Moscou (RUS), Buenos Aires (ARG), Ramla (ISR), Aguascalientes (MEX), Samsun (TUR), Mungyeong (CDS), Manchester (ING), Almaty (CAZ) e Cidade do México (MEX).

– A vaga olímpica era um objetivo e um sonho. Deu certo. No início, achávamos que não daria para se classificar pelo ranking. Mas depois dos Jogos Pan-Americanos, em julho, meu treinador falou que teria chances. Teve um mês que eu passei por quatro países tudo em busca de pontos, tirando dinheiro do meu bolso. Recebo Bolsa Pódio, então pegava essa quantia e pagava as passagens para mim e meu técnico. Foi muita correria. Agora, estou respirando aliviada – afirmou a atleta ao site do LANCE!.

Rodar o mundo e conhecer 14 cidades em um ano é o sonho de muita gente. Mas nas viagens, Iris só tinha tempo para focar as competições. Fazer algum passeio? Nem pensar.

Além da vaga olímpica, a atleta levou o bronze no Mundial na Rússia (até 46kg) e no Pan de Toronto. Agora, para 2016, o foco é a Olimpíada. E a principal viagem? Será de um pouco mais de 40km, de Itaboraí ao Rio. E quem sabe, para colocar outra medalha na bagagem.

– Antes da Olimpíada, o ano vai ser de muito treino. Em 2015, mais viajei e lutei do que treinei – declarou a lutadora viajante do Brasil.

Iris Tang Sing
Iris com a medalha dos Jogos Pan-Americanos (Foto: Divulgação)

Mãe nem fala sobre a vaga para os Jogos Olímpicos

Durante os Jogos Pan-Americanos de Toronto (CAN), Iris Tang Sing falou sobre o relacionamento com a mãe e revelou nunca ter recebido apoio para praticar o taekwondo. E nem mesmo a classificação para os Jogos Olímpicos parece ter mudado essa incômoda situação.

– Minha mãe não está por dentro do esporte. É uma pessoa que não sabe o que se passa direito no mundo. Ela não fala nada, nem comentou algo sobre a Olimpíada comigo. Até entendo, pela cultura dela, ela foi criada no interior. Eu mesmo não tenho essa noção. Comecei a lutar com 19 anos, ficava na rua jogando bola e brincando no videogame. Agora, estou em uma Olimpíada. Não tenho noção dessa grandeza. É um sonho – afirmou a atleta.

Segundo Iris, a mãe queria que ela largasse o esporte para trabalhar em um supermercado. Sorte que a lutadora desobedeceu a ordem.

CONFIRA UM BATE-BOLA COM IRIS TANG SING

Qual sua análise da temporada passada, quando você conseguiu a vaga olímpica e medalhas no Mundial e nos Jogos Pan-Americanos?
Iris Tang Sing:
A temporada foi excelente e muito importante para mim, com muitas vitórias e conquistas Gostei muito. Para mim, foi um ano maravilhoso.

Você garantiu a vaga na Olimpíada no Grand Prix, na Cidade do México, em dezembro. Como foi?
ITS: Estava muito preocupada, nada poderia dar errado. Antes disso, a gente tinha ido ao Cazaquistão para conseguir um bronze. Estava nervosa, tinha lutado mal a primeira luta. A gente fica com muita tensão.

O que espera para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro?
ITS: Quero uma medalha, vou tentar buscar, não importa qual será a cor. Quero isso, não para mudar a minha vida, mas para a vida das pessoas que moram em Itaboraí. Treino em um academia de telha, e é muito calor.

Após tanta viagem em 2015, como será sua preparação?
ITS: Vou começar a preparação física do zero. Nos dias 17 e 18, vou fazer uma parte do treinamento na Urca, no Rio. Também vamos fazer uma viagem para fora do país, vamos para a Coreia do Sul. Mas ainda não tem uma data.

Você disputou o Mundial de 2015 na categoria até 46kg, que não é olímpica. Vai continuar participando de torneios nesse peso? E o que foi melhor: a vaga na Olimpíada ou levar a medalha no Mundial?
ITS: Como já tinha me classificado nessa categoria, meu técnico não quis mudar. Até então, não pensava na Olimpíada. Mas já no ano passado, começamos a intercalar no peso até 49kg. Nessa categoria é melhor pela da perda de peso. Mas vou disputar outro Mundial até 46kg em 2017. E a classificação olímpica foi melhor. A medalha no Campeonato Mundial será melhor quando vier a de ouro.

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