Fabiana Murer estreia na Rio-2016 para espantar seus fantasmas

Após frustração pela vara perdida em Pequim-2008 e pelos fortes ventos que a eliminaram em Londres-2012, brasileira desafia hérnia de disco na eliminatória desta terça-feira

Fabiana Murer chora após a organização ter perdido uma de suas varas em Pequim-2008
Fabiana Murer (Foto: Ari Ferreira/Lancepress)

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Nenhum dos 67 atletas que compõe a delegação de atletismo do Brasil para a disputa da Rio-2016 aguardou tanto a data de estreia como Fabiana Murer. Maior destaque individual da modalidade no país nos últimos anos, duas vezes campeã mundial (2010 indoor e 2011 ao ar livre), ganhadora em duas ocasiões da Liga Diamante, Fabiana tem com os Jogos Olímpicos uma dívida que pretende finalmente saldar este ano. Após os fiascos, por motivos diversos, em Pequim-2008 e Londres-2012, ela sonha em conseguir um grande resultado diante de sua torcida. Mas para isso precisará superar as próprias limitações físicas.

Uma semana antes da abertura dos Jogos, a própria saltadora colocou em sua rede social que após sentir dores no pescoço após a etapa da Liga Diamante em Monaco, abriu mão de saltar em Londres por não estar sentindo firmeza nos braços e na volta ao Brasil, um exame constatou que ela estava com uma hérnia de disco cervical. Suspendeu os treinamentos por duas semanas, quando fez tratamento intensivo, mas desde a semana passada já vem saltando normalmente.

- Hoje a lesão dela não nos preocupa. Ela respondeu bem à primeira semana do tratamento com medicamentos na primeira semana. Na semana seguinte, o médico retirou os medicamentos e agora treina normalmente. Ficamos preocupados no início, mas o importante é que o corpo dela reagiu rapidamente - disse o treinador-chefe da Seleção Brasileira, Ricardo D'Angelo.

A lesão às vésperas da Rio-2016 é só mais um drama na carreira de Fabiana Murer toda vez teve diante de si a a disputa das Olimpíadas. A impressão que fica é que ela e o evento não combinam. O primeiro baque ocorreu  nos Jogos de Pequim, em 2008, quando na disputa da final, ela se deu conta de que uma das suas varas não estava no estádio. Procurou de todas as formas, reclamou com a organização e, sem concentração, acabou em 10º lugar.

Quatro anos depois, na condição de favorita para brigar pela medalha em ouro, acabou não passando pela qualificação em Londres, em um dia com muito vento. Sem confiança para fazer o salto, abortou duas tentativas e após errar a terceira, acabou eliminada. Aos 35 anos, o Rio de Janeiro é sua última chance de brilhar em uma Olimpíada, pois deverá encerrar a carreira no final do ano.

- Fiz todo o treino que estava previsto. Também fiz muita fisioterapia, um trabalho muito importante para a função do ombro e do braço. Cada dia para mim é importante. Fui ganhando dia a dia, treino a treino, a força no braço e no ombro - disse Fabiana, que chegou à Vila dos Atletas no último sábado.

A série eliminatória de Fabiana Murer começará a partir das 9h45. Ela, que tem como melhor resultado nesta temporada a marca de 4m87, terá como principais rivais a cubana Yarisley Silva (que saltou 4m84 mas que derrotou a brasileira no Mundial de Pequim 2015) e a americana Jennifer Suhr, atual campeã olímpica e que saltou 5m03 nesta temporada.

O que ninguém esperava era que a americana chegasse também fora de suas melhores condições físicas para esta Olimpíada. Nesta segunda-feira, seu treinador, Rick Suhr, que também é seu marido, disse que a americana contraiu uma forte virose que afetou as vias respiratórias e inclusive a deixou completamente sem voz. Ele não confirmou se a saltadora irá desistir de participar das séries qualificatórias nesta terça-feira.​

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