Fabiana admite que Jogos podem ter protestos, mas vê chama unir o país

Primeira a levar tocha no Brasil, central ficou sabendo da indicação pelo técnico Zé Roberto<br>

Tocha Olímpica em Brasília
Fabiana recebeu chama olímpica da presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto&nbsp;(Foto: Evaristo Sá/AFP)

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Foi com pernas bambas e coração acelerado que a bicampeã olímpica Fabiana, capitã da Seleção Brasileira de vôlei, inaugurou na terça-feira o revezamento da tocha olímpica em Brasília. Escolhida pela presidente Dilma Rousseff para ser a primeira pessoa a conduzir a chama no país, a central espera ter dado a sua contribuição na tentativa de unir um país dividido.

– O Brasil está em crise, e protestos vão existir. Sempre há aquelas pessoas com uma cabeça um pouco diferente. Mas é importante que elas pensem na nossa união. Acho que o revezamento traz a perspectiva de termos um país melhor. Tenho esperança de que os Jogos darão uma cara nova para reerguer o esporte – afirmou a jogadora, em entrevista exclusiva ao LANCE!.

A missão foi curta e surpreendente. No domingo, Fabiana aproveitava o resto de folga em casa, em Belo Horizonte, quando recebeu uma ligação do técnico José Roberto Guimarães. Ele esperava que as atletas se reapresentassem no Centro de Treinamento da Seleção, em Saquarema (RJ) naquela noite, mas teve de mudar o plano em relação à capitã da equipe brasileira.

– O Zé ligou e me deu os parabéns. Eu perguntei “parabéns por que?”. Foi aí que fiquei sabendo. Ele nem pensou em perda de foco dos treinos. Só me falou “vai lá, pois você irá nos representar e merece. Curta seu momento que nós estaremos aqui de braços abertos te esperando” – contou Fabiana, que se apresentou horas após o evento.

Feliz, apesar da correria e do tumulto que marcou o início do revezamento, a veterana acredita que Dilma a escolheu por sua imagem de dedicação ao esporte. A central “venceu” uma disputa com as colegas Thaisa, Sheilla, Paula Pequeno, Fabi e Jaqueline, também bicampeãs olímpicas, e mulheres, conforme exigência da presidente.

– Não sei o que passou pela cabeça dela. Desde que comecei minha carreira, sei da minha dedicação. Talvez tenha sido isso. Ou foi o meu carisma. Só tenho de agradecê-la.

Fora dos planos do Sesi-SP, que reduziu o investimento no vôlei feminino, Fabiana está perto de assinar com o Dentil/Praia Clube para próxima Superliga.

BATE-BOLA
Fabiana Central da Seleção, ao LANCE!

‘Hoje, sou uma mulher madura e sei como encarar melhor a pressão’

Como recebeu a notícia de que você seria a primeira pessoa no Brasil a conduzir a tocha no país?
Fiquei super feliz. Não imaginava que eu pudesse ser a primeira, diante de tantas boas opções. Mesmo sabendo das minhas conquistas, a sensação foi de surpresa quando recebi a ligação.

Recentemente, você demonstrou preocupação com o vôlei brasileiro. As equipes estão cortando gastos. Como vê o cenário hoje?
É um pouco cedo para saber como vai ser o vôlei na próxima temporada. Estamos vivendo uma crise não só no esporte, mas no geral. Minha esperança é que o cenário melhore com a realização dos Jogos do Rio.

O Brasil é apontado como um dos favoritos ao ouro na Rio-2016. Como é lidar com o favoritismo?
A pressão em casa todos sabem como vai ser. Vimos no futebol, com a Copa do Mundo de 2014. O vôlei é um dos esportes mais procurados na venda de ingressos. Estamos treinando focadas para fazer o melhor possível e representar bem o país. Temos conduções de brigar de igual para igual com equipes do mundo inteiro.

Ter sido escolhida para ser a primeira a levar a tocha mostra que sua responsabilidade aumentou?
A responsabilidade sempre tive, mas hoje sou uma mulher madura. Conheço a pressão e tento encará-la da melhor forma possível. Tento me divertir e levar esse clima ao grupo.

* O repórter viaja a convite da Coca-Cola

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