Del Potro supera problemas para chegar à final da Olimpíada do Rio

Após quatro cirurgias em seis anos, tenista argentino tem sequência histórica nas quadras brasileiras e avança para a decisão dos Jogos Olímpicos, na qual encara Andy Murray

Juan Martín Del Potro disputa a final contra Andy Murray
Luis Acosta / AFP

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Um título comumente utilizado para definir uma situação esportiva é "Duelo de opostos". Apesar de clichê, a expressão se encaixa perfeitamente com a final do tênis nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. De um lado, um argentino que superou lesões e cirurgias, Juan Martín del Potro, do outro, um britânico que vive uma das melhores fases de sua carreira, Andy Murray.

Para falar do tenista sul-americano, porém, é preciso "abrir sua ficha médica". Em 2010, foi submetido à primeira cirurgia de sua carreira, no punho direito, um ano depois de conquistar seu maior título, o do Aberto dos Estados Unidos. Depois da intervenção, fez dois bons anos, em 2012 e 2013, conquistando quatro títulos em cada temporada. Porém, daí em diante, tudo mudou.

Em 2014, foi submetido a outro procedimento cirúrgico, dessa vez no punho esquerdo. Resultado? Ficou 11 meses parado. No ano seguinte, mais duas cirurgias, e um total de dez meses sem atuar. 

Assim, o então número 4 do mundo desabou no ranking. Nos últimos dois anos, por exemplo, realizou apenas 35 partidas, com 22 vitórias. Se comparado com sua performance em 2013, antes da cirurgia, o número surpreende. Na temporada prévia à intervenção atuou em 67 jogos, vencendo 51.

Foi aí que sua queda no ranking começou. Na temporada 2013, encerrou o ano como o quinto do mundo e, nas duas posteriores, já era o 137º e 590º no mês de dezembro, respectivamente. 

'Estou vivendo um sonho. E eu não quero acordar disso' - Juan Martin del Potro

Nesse ano, o argentino voltou às quadras disposto a afastar de vez as lesões. Ao todo, já realizou 21 jogos, com 13 triunfos, e pulou da posição 1045 do ranking da ATP para o atual 141º lugar. Agora, disputa a final dos Jogos do Rio, depois de eliminar o sérvio Novak Djokovic (1º) na estreia e o espanhol Rafael Nadal (5º) na semifinal.

- Estou vivendo um sonho. Eu não quero acordar disso. Não esperava estar nas fases finais, conseguir uma medalha, ou até mesmo derrotar Djokovic e Nadal. Estou muito feliz com meu sucesso nessa semana. É tudo muito bom, eu não consigo acreditar. Isso talvez seja mais especial do que quando venci o Aberto dos Estados Unidos - afirmou Del Potro, de 37 anos.

Vivendo um sonho ou não, Juan Martín del Potro já pode se considerar um vencedor nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Voltando a atuar em alto nível, o argentino terá um dos duelos mais duros de sua carreira nesse domingo, por volta das 15h30, e tem, mais uma vez, a chance de chocar o mundo.

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