Curiosidades Olímpicas: Jogos de 1968 foram marcados por protestos

Disputa na Cidade do México (MEX) teve emblemática cena de protesto dos Panteras Negras no pódio do atletismo, além do doping de um sueco por bebida alcoólica

Jogos Olímpicos no Mexico em 1968
Protesto no pódio marcou a edição dos Jogos Olímpicos do México, em 1968 (Foto: Reprodução)

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Pela primeira vez na história dos Jogos atletas fizeram exames antidoping. E o primeiro a ser pego, curiosamente, não usava substâncias para melhorar o desempenho. O sueco Hans-Gunnar Liljenwall, que disputava o pentatlo moderno, tinha alto teor alcoólico no sangue. Ele alegou ter tomado duas cervejas para se acalmar antes da prova de tiro. A equipe da Suécia, que havia ficado com o bronze, foi obrigada a devolver a medalha.

A altitude (2.300m acima do nível do mar) e o ar rarefeito da Cidade do México ajudaram na quebra de vários recordes mundiais no atletismo. No salto em distância, a marca obtida pelo norte-americano Bob Beamon (8,90m) é o recorde olímpico até hoje e foi a melhor marca mundial até 1991, quando o compatriota Mike Powell atingiu 8,95m. Na época, o recorde mundial era de 8,35 metros, 55cm a menos do que a marca de Beamon.

Graças ao norte-americano Dick Fosbury, o salto em altura nunca mais foi o mesmo a partir de 1968. Ele foi a primeiro a ultrapassar o sarrafo de costas. Até então, os atletas "mergulhavam", pulando de frente. A inovação rendeu a Fosbury o ouro e o recorde mundial da prova, além de ver seu sobrenome batizar esse estilo de salto.

Vários atletas aproveitaram o momento do recebimento das medalhas para protestar. Os mais famosos foram os norte-americanos Tomnie Smith e John Carlos, ouro e bronze nos 200m rasos. Usando luvas pretas, eles ergueram os punhos cerrados, símbolo do movimento racial Black Power. O COI (Comitê Olímpico Internacional) chegou a discutir a cassação das medalhas, mas recuou.

A ginasta tcheca Vera Caslavska precisou fugir do seu país, dois meses antes dos Jogos, por ser contrária ao domínio soviético na região. Ela passou três semanas escondida até aparecer na Cidade do México e conquistar seis medalhas (quatro ouros e duas pratas). Em uma das premiações, após vencer adversárias da União Soviética, ela virou-se de costas para a bandeira do país. No fim da década de 1980, a defensora da democracia se transformou em presidente do Comitê Olímpico tcheco.

O corredor John Stephen Akhwari foi o único atleta enviado pela Tanzânia aos Jogos do México-1968. Ele chegou em último lugar, muito atrás do pelotão. Quando perguntado porque não tinha desistido no meio do caminho, John deu uma das declarações mais tocantes da Olimpíada. "Meu país não me mandou aqui para largar a maratona. Me mandou para chegar na maratona".

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