A seis meses dos Jogos Paralímpicos, Comitê segue em busca de torcedores

Organizadores reconhecem procura por ingressos aquém da meta, mas projetam evolução entre junho e agosto, e apostam em cerimônia a preços baixos, ainda com bilhetes à venda<br>

Natação Parapan
Despedida de Clodoaldo Silva (à esquerda) será atração na Rio-2016 . Ao lado, os nadadores Daniel Dias, Esthefany Rodrigues e Joana Neves, ouro no revezamento 4x50 livre misto no Parapan de Toronto&nbsp;(Washington Alves/MPIX/CPB)

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Embora a baixa procura pelos ingressos dos Jogos Paralímpicos Rio-2016 até agora seja uma das preocupações do Comitê Organizador, a entidade garante não haver receios de fracasso a seis meses da cerimônia de abertura do evento, que acontece no dia 7 de setembro.

O balanço mais recente mostra que foram comercializadas apenas cerca de 350 mil entradas, o que corresponde a menos de 11% das 3,3 milhões disponíveis. A previsão para este momento era de que 20% dos ingressos tivessem sido adquiridos.  A meta, portanto, ficou pela metade.

O fato ligou um alerta e exigiu esforços para que a curva entre em crescimento. Mas o Comitê se apoia em alguns fatores para assegurar que haverá adesão do público. Historicamente, a venda em Paralimpíadas começa a aquecer nos três meses que antecedem os Jogos, o que ocorreria entre junho e agosto, após a abertura das bilheterias.

A entidade aponta ainda que, com base em edições passadas, 90% do público costuma ser da cidade-sede. O fato, adaptado aos hábitos dos cariocas, ajudaria a explicar a quantidade inexpressiva de interessados.

"Esperávamos um número mais agressivo em vendas antecipadas em função dos últimos resultados do Brasil, como no Parapan de Toronto (CAN), quando terminamos com mais do dobro de medalhas do segundo colocado (Canadá)" - Donovan Ferreti, diretor de ingressos da Rio-2016

– Esperávamos um número mais agressivo em vendas antecipadas em função dos últimos resultados do Brasil, como no Parapan de Toronto (CAN), quando terminamos com mais do dobro de medalhas do segundo colocado (Canadá)  – disse Donovan Ferreti, diretor de ingressos do Comitê, ao LANCE! – Mas tem muito da cultura do carioca. Tudo vai se adaptar um pouco mais à frente – completou.

Abastecido por investimentos de R$ 120 milhões em 2016 somente pela Lei Agnelo-Piva, fora R$ 30 milhões anuais de patrocínio da Caixa e convênios com o Ministério do Esporte, o Brasil tem meta de terminar entre os cinco primeiros no quadro de medalhas. O nível elevado dos paratletas do país é um dos atrativos.

Outra promessa de espetáculo é a cerimônia de abertura no Maracanã, ainda com ingressos à venda a partir de R$ 50 (meia-entrada). Dirigida pelo escritor Marcelo Rubens Paiva, o artista plástico Vik Muniz, o designer Fred Gellli e o produtor Flávio Machado, que lidera eventos como o réveillon de Copacabana, ela tem como mote a frase "O coração não conhece limites".

– Temos acompanhado as reuniões com a equipe que produz as cerimônias e não tenho dúvidas de que será um evento fantástico. É uma ótima oportunidade a preços baixos e pode parcelar em até três vezes sem juros – lembrou Ferreti.

Final do basquete em cadeira de rodas lidera procuras

As sessões mais procuradas dos Jogos Paralimpícos do Rio até o momento foram, na ordem, a final do basquete em cadeira de rodas (masculino), a final do futebol de 5 (para cegos), esporte em que o Brasil buscará o tetracampeonato, e a final da natação no revezamento 4x50m misto, que pode marcar a despedida de Clodoaldo Silva, seis vezes medalhista de ouro em Paralimpíadas. Ele já anunciou que se aposentará após a Rio-2016.

Outros esportes com bom percentual de vendas na avaliação do Comitê foram o atletismo, nas provas com a presença de Alan Fontelles e Terezinha Guilhermina, e o judô.

Bate-bola
Donovan Ferreti
(Diretor de ingressos do Comitê Rio-2016, ao LANCE!)

"O evento tem um viés familiar"

LANCE!: Qual é a avaliação do Comitê sobre a baixa procura de ingressos da Paralimpíada até agora?
Donovan Ferreri: A venda dos paralímpicos começa a aquecer três meses antes dos Jogos e tem uma evolução após a cerimônia de abertura olímpica. É o comportamento histórico. A curva vai se ajustar em algum momento. Acreditamos que perto do evento vai acelerar.

L!: O que leva o Comitê a acreditar que será assim?
D.F.: Quando esgotarem muitos dos ingressos do olímpico, quem não conseguiu comprar vai querer viver a atmosfera dos Jogos. Elas (pessoas) ficam encantadas. Nós continuaremos com a venda em bilheteria, que será aberta em junho. Se alguma arena tiver modalidades nos dois eventos, e as entradas do olímpico estiverem esgotadas, as pessoas irão comprar as do paralímpico.

L!: Hoje, quais esportes você apontaria boas oportunidades de ingressos?
D.F.: Temos muitos ingressos começando a R$ 10, como tênis em cadeira de rodas, ciclismo de estrada, goalball, halterofilismo, bocha, entre outros. Queremos que o brasileiro participe, venha com a família. O evento tem um viés familiar.

Os ingressos

Números
Foram disponibilizados ao público brasileiro 3,3 milhões de ingressos para os Jogos Paralímpicos, entre 7 e 18 de setembro. Dois milhões custam até R$ 30. Até o momento, o Comitê Rio-2016 vendeu cerca de 350 mil bilhetes (quase 11% do total).

Como comprar
As vendas acontecem no site www.rio2016.com/ingressos. O cadastro é único para compras no olímpico e paralímpico. Em junho, ingressos também poderão ser comprados em bilheterias físicas, no Rio de Janeiro.

Melhores preços
Dentre os esportes com ingressos mais baratos, estão: atletismo (a partir de R$ 20 inteira), futebol de 5 (a partir de R$ 30), rúgbi em cadeira de rodas (a partir de R$ 30), vôlei sentado (a partir de R$ 20) e judô (a partir de R$ 30). Pessoas acima de 60 anos ou com deficiência têm direito a meia entrada em todas as categorias de qualquer sessão.

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