Comitê admite utilizar mais verba pública para fechar conta dos Jogos

Organização já recorreu a R$ 30 milhões da Prefeitura às vésperas da Paralimpíada, e ainda tem R$ 120 milhões à disposição com crédito do município, além de patrocínios de estatais

Mario Andrada
Diretor de Comunicação do Rio-2016, Mario Andrada voltou a falar em orçamento equilibrado (Foto: Carlos A. Vieira)

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O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016 ainda terá de recorrer aos cofres públicos para fechar o seu orçamento sem déficit. A previsão da entidade é de que não será preciso estourar o crédito de R$ 150 milhões negociado com a prefeitura do Rio de Janeiro, mas há contas pendentes após a realização dos eventos. Até o momento, R$ 30 milhões já foram utilizados.

– Não imaginamos que precisaremos de mais do que discutimos. Em agosto, recebemos mais de 20 mil contas diferentes. A informação que temos é de que tudo o que precisaremos está aí, no total de R$ 150 milhões. Mas podemos utilizar mais do que os R$ 30 milhões – afirmou o Diretor de Comunicação do Comitê, Mario Andrada.

No domingo, o diretor-executivo da entidade, Sidney Levy, afirmou que apenas 1% do aporte financeiro de origem pública seria feito aos Jogos Paralímpicos. A estimativa é que os dois eventos tenham consumido R$ 9,1 bilhões.

O prefeito Eduardo Paes chegou a falar, durante coletiva de balanço dos Jogos nesta segunda-feira, em um eventual "déficit".

– Não pode ter déficit. O Comitê vai fechar com orçamento equilibrado, como sempre foi falado. Há uma diferença entre déficit no período em que o Comitê está aberto, a que o prefeito se referiu, e no período em que ele estará fechado – afirmou Andrada.

O Comitê terá de entregar um relatório de despesas, em julho do ano que vem, durante sessão do Comitê Olímpico Internacional (COI), em Lima  (PER). 

Outros R$ 100 milhões puderam ser adquiridos por meio de patrocínios de estatais, após autorização do governo federal. A entidade não considera a fatia como dinheiro público, uma vez que as empresas tiveram a oportunidade de vender suas marcas nos Jogos e lucraram com o aporte ao evento.

Dentre as razões para o Comitê recorrer a verbas públicas às vésperas dos Jogos, estão passagens de atletas e transporte de cavalos.

– Se comparar qualquer subsídio governamental com a organização dos Jogos, é ínfimo. Nós pautamos os Jogos do Rio pela simplicidade – disse Paes.

O Comitê trabalha com um orçamento de R$ 7,4 bilhões em recursos privados. A maior parte do bolo é proveniente de patrocínios.

Órgão de legado tem fim anunciado

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, anunciou nesta segunda-feira o encerramento das atividades da Autoridade Pública Olímpica (APO) para o fim deste ano. Criado em 2011 para integrar as ações dos governos municipal, estadual e federal na preparação, o órgão teria duração até 2018. 

– O legado dos Jogos será administrado pelo governo municipal, em primeiríssima instância, pelo governo estadual e pelo governo federal – disse o ministro.

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