COI decide não banir Rússia da Rio-2016, mas impõe restrições

Comitê Olímpico Internacional libera país para disputar a Olimpíada sob condições rígidas, e impede atletas já flagrados em exames antidoping de competirem no Brasil

Thomas Bach, presidente do COI, durante entrevista coletiva (Foto: Divulgação/COI)
O alemão Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) (Foto: Divulgação/COI)

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A Rússia estará nos Jogos Olímpicos Rio-2016. A tão aguardada decisão foi tomada neste domingo pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), que sofreu pressão de países como Estados Unidos e Canadá para excluir os russos da Olimpíada em solo brasileiro, devido aos escândalos de doping sistemático na nação presidida por Vladimir Putin.

No entanto, o COI impôs regras rígidas para a participação da Rússia na Rio-2016. Atletas que já foram flagrados em exames antidoping, mesmo que já tenham cumprido pena, serão proibidos de competirem no Rio de Janeiro.

A decisão sobre a participação dos atletas russos na Olimpíada brasileira ficará a cargo das federações internacionais de cada esporte. Estas entidades precisarão avaliar, competidor por competidor, se ele atende os requisitos determinados pelo COI. O comitê exige que as federações analisem o histórico de cada atleta em exames antidoping internacionais, e vetará qualquer nome citado no relatório independente do advogado canadense Richard McLaren, que detalhou todas as falhas no sistema antidopagem da Rússia.

Além disso, cada federação terá o poder de vetar uma modalidade por completo, como já fez a Associação Internacional das Federações de Atletismo (Iaaf). A entidade barrou a Rússia das provas de atletismo na Rio-2016.

O país de Putin correu o risco de ficar fora dos Jogos Olímpicos após a divulgação do relatório de McLaren na última segunda-feira. No documento, o advogado mostrou que a Rússia fraudou o sistema de controle de dopagem, inclusive com participação de autoridades, entre 2011 e 2015. Os russos adotaram práticas como a troca de frascos de urinas com substâncias dopantes por outras "limpas", inclusive nos Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi, em 2014. Na competição, 15 medalhistas russos teriam se beneficiado do esquema. 

Colaboração russa e falta de tempo pesaram para decisão 

Dois fatores foram levados em consideração pelo COI para não banir a Rússia dos Jogos Olímpicos Rio-2016: a falta de tempo para avaliar o caso, e a colaboração das autoridades russas em assumir um compromisso internacional para acabar com os problemas no controle antidoping.

Na nota oficial divulgada neste domingo, o COI reconheceu que o prazo apertado influenciou na decisão.

"Dada a urgência da situação, com a Olimpíada Rio-2016 começando em 12 dias, e a inscrição dos atletas em andamento, o Conselho Executivo do COI precisava tomar uma decisão preliminar a respeito da participação dos atletas da Rússia no Rio de Janeiro. (...) Esta situação levou a um regime de urgência para o COI, que não teve tempo suficiente para ouvir atletas, oficiais e organizações envolvidas no caso"

Além disso, o COI destacou a colaboração de autoridades russas para a tomada da decisão. Segundo o comitê, o presidente do Comitê Olímpico Russo (ROC), Alexander Zhukov, fez uma apresentação por telefone na teleconferência realizada neste domingo em que reforçou seu compromisso na reestruturação do sistema antidopagem em seu país.

Além disso, Zhukov reforçou que toda a delegação russa que estará no Rio de Janeiro passou por exames antidoping nos últimos seis meses, feitos por agências, controladores e laboratórios estrangeiros, e a maioria dos 3 mil testes deu negativo. ​

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