COI cobra Rio sobre velódromo, mas Paes confia em prazo de evento-teste

Prefeito mantém previsão de entrega da obra para o torneio, entre 30 de abril e 1º de maio

Velódromo da Rio-2016 (Foto: Renato Sette Camara)
Velódromo do Parque Olímpico é a obra mais atrasada da Rio-2016 (Foto: Renato Sette Camara)

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A lentidão nas obras do velódromo do Parque Olímpico da Barra da Tijuca está na mesa de reuniões entre o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.

Um dia após o município publicar no Diário Oficial a subcontratação de uma empresa para auxiliar na conclusão da obra mais atrasada dos Jogos Rio-2016, o político admitiu os problemas, mas disse confiar na finalização dos trabalhos a tempo do evento-teste de ciclismo de pista, entre 30 de abril e 1º de maio.

– Estive reunido com o COI mais cedo. A cada dois meses, temos nos encontrado. Prestamos esclarecimentos sobre o velódromo e dei um apanhado geral – disse o prefeito nesta quarta-feira, durante a inauguração da Arena da Juventude e do Estádio de Deodoro.

A responsável pelas obras do local, que tem 83% de conclusão a menos de seis meses da Olimpíada, é a Tecnosolo. A empresa se encontra em recuperação judicial desde que venceu a licitação para o projeto, em 2013, e viu sua situação financeira se deteriorar nos últimos meses.

Por meio de acordo com a prefeitura, a empreiteira conseguiu manter o contrato ativo, mas com a entrada da Engetécnica, que irá auxiliar no desfecho do projeto. 

– A empresa (Tecnosolo) não estava conseguindo dar a velocidade desejada e fez uma subcontratação. Já vínhamos há algum tempo tendo dificuldades com ela. Então, colocaram uma maior, com mais capacidade e mais pessoal. Conseguiremos cumprir o prazo de evento-teste – garantiu Paes.

De acordo com Paes, não houve custo adicional após a costura do acordo. A construção do velódromo está orçada em cerca de R$ 143 milhões, após um aditivo de R$ 29,4 milhões. 

– É pegar o mesmo contrato e terminar a obra. Quando está errado, cortamos a cabeça. Quando há diálogo, dialogamos – declarou.

Na semana passada, o presidente da União Ciclística Internacional (UCI), Brian Cookson, demonstrou publicamente sua preocupação com o andamento dos trabalhos no velódromo. 

O evento-teste estava previsto para acontecer entre os dias 18 e 20 de março, mas o atraso na montagem da pista de pinho siberiano, responsabilidade do Comitê Rio-2016, fez a organização adiar o evento.

– Existe uma burocracia. Quando a empresa começa a atrasar, a gente notifica. A data final nossa é o evento-teste. Adiou por causa da pista, que não chegou. A parte interna, com ar condicionado, já estava pronta – afirmou o prefeito.

COI faz outras cobranças

Além da questão que envolve o velódromo, Paes afirmou ter sido cobrado pelo COI no encontro desta quarta-feira por outros dois aspectos da preparação olímpica: a pintura do Estádio Nilton Santos e o barulho no entorno do Sambódromo, onde acontecerá o torneio de tiro com arco.

– Eles querem que o Engenhão fique mais bonitinho, e teve o debate sobre o tiro com arco. Desejam que nós fechemos a avenida principal (Salvador de Sá) durante a competição, mas a CET-Rio (Companhia de Engenharia de Tráfego) resiste, porque pode dar um emaranhado no trânsito – disse Paes.

Questionado sobre a denúncia do jornal britânico "The Guardian" de possíveis pagamentos irregulares no processo das escolhas do Rio de Janeiro de Tóquio (JAP) para sediarem os Jogos de 2016 e 2020, Paes disse confiar no COI.

– Tenho uma preocupação enorme com o legado e dialoguei com absolutamente todos os eleitores do COI, pessoalmente, em algumas oportunidades. Meu depoimento é de que não há hipótese de ter acontecido (subornos) – declarou.

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