COI adia decisão sobre russos, mas anuncia novas medidas sobre casos de doping no país

Comitê Olímpico Internacional aguarda um posicionamento da CAS sobre a situação da Rússia no atletismo

Thomas Bach soltou o verbo para cima da Fifa (Foto: Richard Juilliart/AFP)
Presidente do COI, Thomas Bach tem aumentado a luta contra o doping no esporte (Foto: Richard Juilliart/AFP)

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O Comitê Olímpico Internacional (COI) adiou a decisão sobre a suspensão ou não de todos os atletas russos dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a partir de 5 de agosto. Enquanto isso, em reunião do Comitê Executivo da entidade nesta terça-feira, foram anunciadas algumas medidas em relação às denúncias feitas pelo advogado canadense Richard McLaren em relatório independente divulgado na segunda-feira.

O COI criou uma comissão disciplinar para avaliar o caso formada por cinco pessoas. O órgão será presidido por Guy Canivet, vice-presidente da Comissão de Ética da entidade.

Sobre a suspensão ou não da participação dos russos na Rio-2016, o COI afirmou que ainda vai fazer uma análise profunda sobre o relatório de McLaren. Apesar de o estudo, com o aval da Agência Mundial Antidoping (Wada), indicar uma punição severa os russos com o afastamento da Olimpíada, o comitê quer estudar todas as opções legais para obedecer o direito individual de cada pessoa. Além disso, a ideia é aguardar o posicionamento da Corte Arbitral de Esporte (CAS), que decide nesta quinta-feira sobre a situação dos competidores da Rússia de atletismo.

Até o momento, os esportistas da modalidade estão suspensos da Olimpíada pela Associação das Federações Internacionais de Atletismo (IAAF) por conta dos casos de doping. No entanto, um atleta pode até participar dos Jogos, sob uma bandeira neutra, caso comprove não ter ligação alguma com a dopagem.
O órgão internacional ainda divulgou outras cinco medidas a serem tomadas nesse momento (confira abaixo).

Nos últimos anos, o COI e a Wada têm fechado o cerco aos casos de doping, principalmente na Rússia. Em relatório divulgado na segunda-feira, McLaren apontou existir um grande esquema de dopagem no país patrocinado pelo ministro do Esporte, Vitaly Mutko em conjunto com a agência de inteligência FSB. Assim, diversos casos teriam sido acobertados, inclusive em algumas competições disputadas em solo russo, como o Mundial de Atletismo de Moscou, em 2013, e os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em 2014.

Confira as outras medidas anunciadas pelo Comitê Executivo do COI (aplicadas até 31 de dezembro deste ano):

- O COI não vai organizar e nem patrocinar nenhum evento esportivo ou meeting na Rússia. Isso inclui os planos para os Jogos Europeus de 2019, organizado pelo Comitê Olímpico Europeu;

- O COI não vai conceder nenhum credenciamento a qualquer oficial do Ministério do Esporte Russo ou qualquer pessoa citada no relatório independente para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro;

- O COI vai reanalisar (os exames), incluindo as análises forenses, e intimar todos os atletas russos que participaram dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi-2014, seus técnicos, árbitros e o pessoal de apoio. Para isso, uma Comissão Disciplinar especifica será presidida por Denis Oswald. Após um relatório dessa comissão, o Comitê Executivo vai impor as sanções apropriadas;

- Devido às referências de manipulação de exames durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi-2014, o COI vai pedir para todas as Federações Olímpicas de Esportes de Inverno para congelarem suas preparações para grandes eventos na Rússia, como Campeonatos Mundiais, Copas do Mundo;

- O COI pede para que todas as Federações Internacionais, em caso de alguma quebra do Código Mundial Antidoping, tome medidas punitivas contra as Federações Russas.

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